O grupo americano EWG (Environmental Working Group) vem realizando pesquisas da exposição humana a substâncias químicas presentes no ar, água, alimentos e produtos de consumo diário (como cosméticos), visando a construir o “toxoma humano”, tentando estabelecer nexo entre as exposições e a ocorrência de doenças, e, também, obter conhecimento da influência do tempo de exposição e do sinergismo em misturas. Dentre os 20 grupos de substâncias do estudo, estão: alquilfenóis, inseticidas organoclorados e organofosforados, compostos orgânicos voláteis e semi-voláteis, metais pesados, ftalatos, dioxinas e furanos clorados, e substâncias contaminantes de alimentos como o bisfenol-A (BPA) e seu derivado, o bisfenol A diglicidiléter (BADGE).
No Human Toxome Project é feita a vigilância biológica de indivíduos, através da análise de sangue, tecidos, urina e leite materno. Os participantes são identificados quanto ao local de origem, estádio de desenvolvimento (In utero, recém-nascido, jovem, adulto ou idoso) e nome (alguns são anônimos). No estádio “In útero” é analisado o sangue do cordão umbilical, e posteriormente, os dados são organizados quanto às concentrações encontradas dos agentes químicos, rotas de exposição (água, alimentos, produtos, etc.), e possíveis efeitos à saúde.
Os possíveis efeitos à saúde humana são distribuídos segundo o nível de evidência, com referências e as classificações específicas das agências regulamentadoras. Embora sejam diferentes as circunstâncias, cenários e grau de exposição entre as populações, com diferentes padrões de consumo (ex: nível consumo de enlatados), entre outras diversas variáveis, é, sem dúvidas, sensato avaliar a exposição conjunta aos diversos agentes e a ocorrência de efeitos tóxicos.
Outros programas de biomonitorização são realizados em países desenvolvidos, como aqueles do CDC (Centers for Disease Control and Prevention, EUA), com maior amostragem que o do grupo EWG, no qual se avalia a exposição populacional a diversos agentes químicos ambientais. Um dos grandes desafios da toxicologia atual é estimar o risco da exposição múltipla aos diversos agentes químicos presentes no dia-a-dia da sociedade contemporânea, considerando-se as diversas variáveis de exposição (culturais, biológicas e outras). A obtenção de dados sobre perfil de exposição das populações às substâncias químicas fornece as bases para tomada de decisões próprias, específicas para determinado local. Cabe aos governos e setores responsáveis incentivar ações de toxicovigilância neste sentido, sob a ótica responsável do conhecimento sobre a exposição humana aos agentes tóxicos.
Fonte: Intertox. Leia mais.
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