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Continua um mistério a causa do surto
que ocorreu no mês de março no município de Apuarema, interior da Bahia. A história
teve início no dia 21/03, na Escola Municipal Aurino Nery, quando diversos
alunos da oitava série manifestaram sinais de prurido na sala de aula causando
uma pequena aglomeração naquele estabelecimento de ensino. Cerca de oito alunos
manifestaram esses sinais na sala, saíram para o pavilhão e entraram em contato
com turmas vizinhas que acabaram manifestando
os sintomas de prurido e urticária. O evento ocorreu se repetiu alguns dias
depois. Ao todo foram mais de 40 crianças acometidas. Algumas apresentaram
cefaléia.
O colégio foi fechado temporariamente
pela secretaria municipal de educação. As aulas foram retomadas no dia primeiro
de abril sem indícios de um novo incidente. Suspeita-se que alguém tenha
introduzido no local alguma substância. Pensou-se na possibilidade de ter sido “pó-de-mico”.
O
“pó-de-mico” consiste em tricomas (semelhante a pêlos) que recobrem as
superfícies de grandes vagens das trepadeiras conhecidas, em geral,
de Mucunã, olho-de-boi, ou pó-de-mico. Os tricomas agem na pele de
forma mecânica, quanto mais se coça mais os tricomas afundam na superfície da
pele causando mais irritação e intenso prurido (coceira). A estrutura do
tricoma possui dentículos laterais que ajudam a prendê-lo na epiderme.
Vários outros eventos deste tipo já
aconteceram no país nos últimos anos:
·
17/07/2008 – Barreiras: moradores das
proximidades do Rio Grande, em Barreirinhas, frequentemente apresentavam uma
pequena irritação, que com as coceiras, empolavam o corpo e apresentavam
feridas na estação mais fria do ano. Os ventos fortes fizeram o “pó-de-mico” chegar,
em 2008, até a Escola Municipal do Parque, que possuía cerca de 400 estudantes.
Aulas foram canceladas e muitas crianças deixaram de frequentar as aulas pelo
incômodo causado pelo pó de mico. O
problema era causado pela dispersão do pó-de-mico através do vento que o
conduzia a partir de árvores das proximidades.
·
03/04/2009 – Brasília: pelo menos 112
crianças foram atendidas no Hospital Regional da Asa Norte, no Distrito
Federal, vítimas de intoxicação. Os sintomas lembravam os causados por
pó-de-mico, com coceira e ardência na pele. De acordo com as vítimas, a
intoxicação foi causada pelo fruto de uma existente em frente ao colégio.
Alunos teriam pegado o fruto nesta árvore e teriam passado para os colegas. A
maioria dos alunos apresentou reação alérgica imediata depois de pegar nos
frutos da planta. O departamento de botânica da Universidade de Brasília (UnB)
identificou a árvore como palmeira da espécie rabo-de-peixe, uma planta ornamental
e que atinge de 12 a 20 metros de altura. Seus frutos são globosos e verdes e
depois se tornam avermelhados e pretos. Originária da Ásia e muito comum nos
jardins do Distrito Federal, seus frutos contêm cristais que, em contato com a pele,
provocam coceira e ardência.
· 15/04/2011 – Mato
Grosso:
alunos da Escola Estadual Maria de Fátima Gimenes Lopes, de Sinop, no Norte de
Mato Grosso, sofreram um ataque com “pó-de-mico” jogado por alunos do curso intermediário.
A diretora da escola procurou a Delegacia de Polícia Civil onde registrou um
boletim de ocorrência contra os alunos que cometeram o ato. O produto teria
causado coceira intensa nas crianças. Além de passar o pó de mico nas roupas e
entrar no ônibus se esfregando nos colegas, os estudantes levaram o pó para
dentro da escola e acabaram jogando em alguns alunos e dentro das salas de
aula.
· 11/11/2011 – Barreiras: dezenas de alunos de
escolas públicas se queixaram de coceira após descerem de um ônibus no oeste da
Bahia. Segundo moradores de Barreiras, um motorista de um ônibus escolar foi
responsável por uma coceira que incomodou cerca de 50 estudantes que viviam na
zona rural. O fato aconteceu quando, segundo os alunos, o motorista teria
colocado nos assentos do ônibus “pó-de-mico”. Os estudantes disseram que eram
ameaçados pelo motorista por causa das brincadeiras que faziam dentro do ônibus
durante o trajeto.
· 25/05/2012 – Rio de
Janeiro:
cerca de 20 alunos, entre 8 a 10 anos, da Escola Municipal Jardim Mar, foram levados
para o Hospital Municipal São Francisco Xavier (HMSFX) com irritação na pele
depois de terem entrado em contato com “pó-de-mico”. Segundo testemunhas, o
incidente teria sido provocado pelos próprios alunos da escola, que teriam
jogado a substância através da janela da sala de aula. Relatam, ainda, que essa
não foi a primeira vez que algo da mesma natureza teria acontecido. No hospital,
os alunos receberam atendimentos, foram medicados e liberados em seguida.
· 24/08/2012 – Feira de Santana: cerca de 20 alunos
da Escola Estadual Assis Chateaubriand, localizada no bairro Sobradinho, sofreram
intoxicação por manter contato com os frutos de uma espécie de palmeira que tem
ação urticária. Três alunos, entre 09 e 11 anos, descobriram que a planta, localizada
nas dependências da unidade escolar, tinha essa ação e começaram a passar nos
colegas. Alguns alunos tiveram uma alergia leve e outros desenvolveram sintomas
mais graves. Unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) prestaram
os primeiros socorros às crianças.
· 30/08/2012 – Feira de
Santana:
28 alunos do Colégio Estadual Fabíola Vital, localizado no Campo Limpo, tiveram
uma reação alérgica após contato com as sementes de uma planta. Segundo a
diretora alguns alunos levara as sementes da planta e espalharam pela unidade
escolar na hora do recreio, o que gerou a alergia. Segundo relatos, “muitos
alunos ficaram inchados”.
· 30/08/2012 – Feira de
Santana:
na escola Ernestina Carneiro, da rede estadual, localizada no bairro Rua Nova, professores
e funcionários foram atingidos com o “pó-de-mico”. 25 alunos foram atendidos
pelo SAMU.
· 20/09/2012 – Goiás: Vinte e dois alunos
de uma escola estadual localizada no bairro Pio Gomes, na cidade de Catalão,
região sudeste de Goiás, foram parar no hospital com dificuldade de respirar e
sintomas de intoxicação. De acordo com testemunhas, um estudante entrou na
sala, durante o intervalo da aula, e jogou nos colegas uma substância, ainda
não identificada. Equipe do Samu desconfiou que o produto fosse “pó-de-mico”. Os
estudantes foram levados à Santa Casa por funcionários do colégio e pelo Samu.
Alguns alunos estavam com manchas vermelhas no corpo e muita coceira.
· 13/03/2013 - Minas
Gerais:
em uma escola estadual de Ibiraci, no sul de Minas Gerais, alunos jogaram
"pó-de-mico" no ventilador da sala de aula e a substância rapidamente
se espalhou para outras salas. Mais de cem alunos ficaram intoxicados e 90
foram parar no hospital. Três estudantes foram apontados como autores. Os
alunos atingidos apresentavam reações alérgicas, principalmente, coceira. Para
dar conta de atender a todos, foi preciso chamar mais médicos ao Hospital
Municipal de Ibiraci. De acordo com a instituição, as crianças foram liberadas
horas depois. Uma das preocupações dos médicos era de que a coceira causasse
inflamações ou que a intoxicação levasse a crises de asma ou até mesmo a
problemas pulmonares.
Fonte: Ciave. Leia mais.
boa tarde
ResponderExcluirpor gentileza gostaria de saber como tira o efeito do po de mico
Boa tarde. O pó de mico causa irritação através da reação à pele, chamada de dermatite de contato. Para reduzir o seu efeito é necessário fazer uso de medicamento. Portanto, faz-se necessário procurar um serviço médico para o tratamento adequado.
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