domingo, 5 de maio de 2013

Mais de 100 áreas contaminadas por resíduos industriais no Estado do Rio



Matéria divulgada pelo Jornal Bom Dia Brasil, da rede Globo, mostrou no dia 30/04 uma situação preocupante: 141 áreas do estado do Rio de Janeiro estão contaminadas por resíduos industriais que podem causar sérios danos à saúde, levando a risco constante os moradores que ali residem.

Segundo dados do mapeamento que está sendo feito pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), existem atualmente cento e quarenta e uma áreas comprovadamente contaminadas por substâncias tóxicas ou cancerígenas no estado do Rio.

Segundo a Secretaria Estadual do Ambiente, há no mínimo mais de 600 outras áreas com fortes indícios de contaminação. São antigas instalações industriais que manipulavam resíduos perigosos de forma inadequada.

Um dos casos confirmados é o da Cidade dos Meninos, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde uma antiga fábrica de pesticidas abandonada pelo Ministério da Saúde (MS) em 1955 virou foco de contaminação. Quarenta toneladas da substância HCH (hexacloro-ciclohexano), um pesticida organoclorado conhecido popularmente como BHC ou pó-de-broca, foram deixadas para trás sem nenhuma proteção. O produto ficou no local e acabou usada pela população na agricultura e para pavimentar ruas. Os organoclorados já estão proibidos no país há mais de 20 anos.

Em 2002, constatou-se a presença de substâncias tóxicas no sangue e no leite materno dos moradores, e a necessidade urgente da remoção das famílias para que a descontaminação do solo e das águas pudesse ser feita. Depois de 11 anos o problema persiste.

O prefeito de Duque de Caxias negocia a transferência da área da União para o município e promete remover as 700 famílias cadastradas, demolir as casas e descontaminar o terreno até o final do seu mandato.

Outra área contaminada ainda sem solução é um terreno de dez mil metros quadrados em Volta Redonda. Segundo a Secretaria do Ambiente, as 750 pessoas que moram nele devem ser removidas imediatamente do local, um ex-lixão da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A companhia nega a contaminação dos moradores, mas laudos técnicos da Secretaria confirmam a presença de substâncias tóxicas ou cancerígenas em níveis intoleráveis para a saúde humana. A CSN foi multada em R$ 35 milhões, mas não pagou até hoje e nenhum morador foi retirado do local.

A lista das principais áreas atingidas por resíduos industriais engloba também mais duas regiões menos conhecidas: um antigo centro de tratamento de resíduos, em Queimados, e uma fábrica de lâmpadas desativadas em um bairro na Zona Norte do Rio.

Se nessas áreas a situação ainda é crítica, para os moradores que vivem nas margens da Baía de Sepetiba, o clima é de alívio. Uma das maiores áreas contaminadas do Brasil inspirou um projeto inédito de recuperação do solo e das águas. Próximo das águas da Baía, três milhões de toneladas de metais pesados ameaçavam a saúde dos moradores, da fauna e da flora da região. Onde anos atrás havia uma montanha de substâncias cancerígenas e lagoas de águas tóxicas, hoje há uma área descontaminada.

Segundo o gerente geral de portos da Usiminas, Carlos Henrique Neves, o solo contaminado foi coberto com uma película de PVC e em cima dessa película foi colocado um solo inerte. A companhia pagou pela descontaminação do terreno o valor de R$ 185 milhões, para poder usá-lo como porto. Mas, a maioria das áreas contaminadas no Brasil não desperta o interesse das grandes indústrias.

Quanto ao cadastro de áreas contaminadas do Rio de Janeiro, o Instituto Estadual do Ambiente afirmou que vai divulgar a versão preliminar até o dia 30 de junho na internet. O Instituto pretende concluir o cadastro até junho do ano que vem.

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