Segundo relatório
divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no final de
outubro, sobre a presença de agrotóxicos em frutas, legumes e verduras, 36% das
amostras analisadas em 2011 e 29% das amostras verificadas em 2012 os
resultados foram considerados insatisfatórios pela Agência.
Segundo o
estudo, nestes casos os alimentos continham níveis de substâncias tóxicas
superiores ao limite imposto no Brasil ou ainda compostos químicos que nunca
foram registrados para uso no país. Os dados fazem parte do estudo que integra
o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para).
Segundo a
Anvisa, a escolha dos produtos analisados baseou-se nos dados de consumo
obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na
disponibilidade destes alimentos nos supermercados dos diferentes estados e no
perfil de uso de agrotóxicos nestes alimentos.
Em 2011, foram
estudadas 1.628 amostras de nove alimentos (alface, arroz, cenoura, feijão,
mamão, pepino, pimentão, tomate e uva). Das 589 amostras consideradas
insatisfatórias (36% do total analisado), 520 apresentaram algum tipo de
agrotóxico não autorizado para a cultura; 38 estavam com produtos tóxicos com
nível acima do limite imposto pela Anvisa; e 31 amostras tinham resíduos tóxicos
de produtos não autorizados para aquela cultura e com níveis de agrotóxico
acima do limite.
O composto carbendazim, um tipo de fungicida, foi o mais encontrado nos produtos analisados, seguido dos inseticidas metamidofos e clorpirifos. O estudo apontou ainda a presença de ingredientes ativos tebufempirade e azaconasol em amostras de uvas analisadas. Ao encontrar tais compostos, a Anvisa sugere a ocorrência de contrabando desses agrotóxicos, que nunca tiveram registro no país.
Já em 2012, a Anvisa
analisou 1.665 amostras de sete culturas coletadas (abacaxi, arroz, cenoura,
laranja, maçã, morango e pepino). O estudo verificou que 483 delas (29%) foram
consideradas insatisfatórias por apresentarem resíduos de produtos não
autorizados, ou autorizados, mas em concentrações acima do Limite Máximo de
Resíduo. Deste total, em 416 amostras
havia a presença de agrotóxicos não autorizados para a cultura; 40 amostras
tinham substâncias acima do limite permitido e não permitidas para a cultura; e
em 27 amostras havia a presença de agrotóxicos acima do permitido.
O destaque foi
para a substância clorpirifós, seguidos dos inseticidas acefato e dimetoato.
Além disso, 152 amostras apresentaram resíduos de ingredientes ativos em
processo de reavaliação toxicológica ou em etapa de venda descontinuada
programada no Brasil.
Segundo a
Anvisa, os dados “reforçam a necessidade de melhoria na formação dos produtores
rurais” e o acompanhamento do uso de agrotóxicos na agricultura brasileira.
A Anvisa reforça que uma difusão melhor sobre boas práticas relacionadas ao agrotóxico “podem evitar a exposição indevida aos agrotóxicos, por exemplo, quando produtores rurais utilizam agrotóxicos não autorizados para a modalidade de aplicação”.
A Anvisa reforça que uma difusão melhor sobre boas práticas relacionadas ao agrotóxico “podem evitar a exposição indevida aos agrotóxicos, por exemplo, quando produtores rurais utilizam agrotóxicos não autorizados para a modalidade de aplicação”.
Fonte: G1. Leia mais.
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