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Reunião realizada no auditório do Ciave. |
O Centro de Informações
Antiveneno da Bahia (Ciave) promoveu na tarde dessa quarta-feira (05/11), no
auditório do Ciave, a segunda reunião com o objetivo de promover a articulação
de enfrentamento dos eventos envolvendo abelhas e vespas na Bahia. Dentre as diversas instituições convidadas, tiveram representantes presentes o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis-Ibama-BA, o Instituto do Meio Ambiente e
Recursos Hídricos-Inema, o Corpo de Bombeiros da Policia Militar da Bahia (CB-PMBA) e órgãos do município de Salvador (Diretoria de Vigilância à Saúde, Centro de
Controle de Zoonoses-CCZ e Guarda Municipal-GMS), além de técnicos do Centro
Antiveneno.
Ao iniciar a reunião, o Dr.
Daniel Rebouças, diretor do Ciave, ressaltou a relevância daquele evento e
lembrou que as discussões tiveram início durante o V Congresso Brasileiro de
Toxicologia Clínica, realizado em setembro, quando também estavam representados a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA); a Coordenação Executiva da Defesa Civil (Codesal); a Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência Metropolitano (Samu). Relatou, também, as dificuldades da COPPA em
função da pequena equipe que desempenhava a remoção das colmeias e que hoje já
existem empresas da iniciativa privada prestando este tipo de serviço.
Representante da Guarda
Municipal de Salvador informou que em julho deste ano foi criado o grupamento
ambiental, o qual está sendo capacitado para atuar na proteção do patrimônio
público ecológico e ambiental na zona urbana, devendo também desenvolver ações nos
eventos envolvendo abelhas e vespas, com o apoio dos demais órgãos.
O major Ramon Diego, do
CB-PMBA, falou sobre as dificuldades enfrentadas pela corporação nestas
atividades, como a falta de equipamentos adequados, e esclareceu que nos casos
de ação dos enxames gerir a situação durante um ataque é bastante complicado,
pois, muitas vezes, a população entra em pânico e o risco pode ser ampliado. É,
portanto, necessário ter um plano de contingência para administrar a situação, que
pode requerer a ação de diversos órgãos.
Foi consenso entre os
representantes que é necessário elaborar um plano de contingência e a criação
de uma cartilha de orientação à população, ação essa que será coordenada pelo
CCZ, que tem agentes de mobilização e educação continuada e que poderá elaborar
folhetos educativos sobre o tema, com a colaboração dos demais órgãos, além de
buscar a participação e colaboração de associações de apicultores do Estado.
Dr. Daniel enfatizou que
estas ações devem ser discutidas amplamente de forma a contemplar todo o Estado
e que cada região tem uma realidade diferente e que, além das ações preventivas
e de remoção das colmeias e enxames, deve ser dada a destinação adequada a esses
animais, preocupando-se com a questão ambiental e preservação das espécies.
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Representantes da Guarda Municipal e Corpo de Bombeiros,
juntamente com o Diretor e técnicos do Ciave.
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Ao final da reunião, foram
definidos alguns encaminhamentos para buscar viabilizar a estruturação desses
serviços e a elaboração de material informativo, sendo, posteriormente, feita uma visita às dependências do Ciave, quando os representantes conheceram também o Laboratório de Animais Peçonhentos e Plantas Venenosas do Setor de Biologia do Centro, acompanhados do Dr. Daniel Rebouças, Alfredo Neto e Sônia Helena (biólogos) e Adriana Cavalcanti (veterinária).
Os acidentes por abelhas têm
sido cada vez mais divulgados pela mídia. Segundo Jucelino Nery - farmacêutico
do Ciave e coordenador do Programa de Controle de Acidentes por Animais
Peçonhentos no Estado da Bahia - foram notificados através do Sistema Nacional
de Agravos de Notificação (Sinan) a ocorrência de 514 casos de acidentes por abelhas no
Estado em 2013, onde 37 foram em Salvador. Já no primeiro semestre de 2014, ocorreram 261 casos (16 em Salvador). O coordenador ressaltou, ainda, que estes números
não refletem muito bem a realidade, tendo em vista que esses eventos não são notificados, muitas vezes, apesar da obrigatoriedade.
Fonte: Ciave.