Pouca
gente imagina, mas os medicamentos são o principal agente causador de
intoxicação em seres humanos no Brasil, ocupando, desde 1994, o primeiro lugar
nas estatísticas do Sistema Nacional de Informações Toxico-Farmacológicas –
Sinitox. Nos últimos cinco anos, o Brasil registrou quase 60 mil internações
por intoxicação medicamentosa, segundo o Ministério da Saúde (Sinitox/Fiocruz).
No ano de 2010, foram 27.710 pessoas internadas.
A população parece
não estar atenta aos riscos da automedicação. Foi o que constatou o Conselho
Federal de Farmácia (CFF) em uma ação promovida em São Paulo. Os resultados
deste trabalho serão divulgados hoje, Dia do Farmacêutico, data escolhida pela
categoria para chamar a atenção da população em todo o Brasil para um problema
comum, mas tão pouco debatido no País.
Usando como modelo
uma campanha realizada pela Confederação Farmacêutica Argentina (Cofa) contra a
venda livre de medicamentos, o CFF produziu um medicamento fictício e o
distribuiu a mais de 4 mil pessoas em dezembro último, na esquina das Avenidas
Paulista e Consolação, um dos pontos mais movimentados da capital paulista. A
maioria aceitou passivamente o “produto”, sem nada perguntar. Menos de 1%
perguntou se o suposto medicamento tinha alguma contraindicação.
A automedicação é a
prática de ingerir medicamentos sem o aconselhamento e/ou acompanhamento de um
profissional de saúde qualificado, por conta e risco do próprio paciente. A
automedicação expõe inúmeras pessoas ao perigo de mascarar ou até de agravar
doenças. O farmacêutico é um parceiro privilegiado do sistema de saúde e do
usuário de medicamentos. Aliás, o farmacêutico é o único profissional dotado de
saberes relacionados a todos os aspectos do medicamento, por isso pode oferecer
uma informação segura e qualificada às pessoas que o procuram, nos
estabelecimentos de saúde.
O Brasil assume a
quinta posição na listagem mundial de consumo de medicamentos, estando em
primeiro lugar em consumo na América Latina e ocupando o nono lugar no mercado
mundial em volume financeiro.
Diante deste
contexto, para amenizar os problemas de saúde pública e melhorar a qualidade de
vida das pessoas, são necessárias medidas preventivas que contribuam para
diminuir a automedicação e seus riscos por meio de um vasto programa de
conscientização sobre o perigo dos efeitos adversos que certos medicamentos
podem causar. Tais medidas exigem o envolvimento do poder público, da sociedade
civil organizada, a colaboração de cada um e mais eficiência do sistema de
saúde.
Fonte: DM.COM. Leia mais.
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