Na tarde da terça-feira passada (16/04), a comunidade de
Pasto de Fora, do município de Candeias, a 52 Km de Salvador, detectou forte
odor de gás. Inicialmente, havia a suspeita de vazamento de gás natural, o que
deixou as pessoas apreensivas. Várias pessoas, entre elas crianças e idosos,
começaram a passar mal por causa do cheiro forte.
Equipes de segurança e meio ambiente da Companhia e das empresas
integrantes do Plano de Contingência da Dutovia (PCD)
foram encaminhadas ao local para prestar atendimento médico às pessoas da
comunidade que sentiram mal-estar decorrente do forte odor.
No dia seguinte (17/04) mais de 20 moradores deram entrada na Unidade de pronto
Atendimento (UPA) da cidade. No dia 18, o Centro Antiveneno da Bahia (CIAVE) orientou o tratamento de uma paciente de 26 anos atendida em um Hospital de Camaçari.
Após
inspeção na rede de dutos, a Bahiagás constatou tratar-se de vazamento de metil mercaptana, que teria saído de um equipamento que pertenceu à própria
Bahiagás e que estava em uma área do pátio da Acelor Mital, empresa instalada na
localidade onde ocorreu o vazamento.
A Acelor Mital, é uma
metalúrgica que compra ferro velho e é apontada como a responsável direta pelo
vazamento. A metalúrgica teria comprado o cilindro que leva a marca da Bahiagás
e durante o manuseio vazou a substância “mercaptana”, usada para dar cheiro ao
gás, provocando um odor forte que se espalhou pela comunidade. A empresa não
informou de quem comprou o cilindro.
Segundo a Bahiagás, dona do cilindro e, por
isso, responsável também por seu descarte, o “kit de odorização estava
indevidamente em poder de terceiros e que foi manuseado inadequadamente”. A
empresa não disse se trata-se de um roubo, mas também não deixou claro de que
forma indevida o cilindro chegou em poder de terceiros, nesse caso uma empresa
que estava funcionando de forma indevida, com a licença vencida.
Segundo o farmacêutico-bioquímico do CIAVE, o gás natural (metano ou butano) não tem cheiro, não tem cor e é altamente inflamável. Desta forma, para que se possa detectar rapidamente qualquer vazamento do gás de cozinha e adotar as providências necessárias para evitar acidentes com explosões e incêndios, as indústrias adicionam o gás metil mercaptana, que possui um cheiro forte. Entretanto, este gás é altamente tóxico se inalado ou absorvido pela pele, afirma o bioquímico.
A Secretaria de Meio
Ambiente de Candeias multou a empresa que estava com o equipamento, a Acelor
Mital, em dois milhões de Reais e a Bahiagás em cinco milhões. Segundo o
secretário de Meio Ambiente, Mailson Assis, a informação da empresa não a
isenta de culpa. “Nesse caso a responsabilidade é tanto da Bahiagás, que
descartou o cilindro, que é solidária; quanto da Acelor Mital, que recebeu o
material. Se o material foi roubado da Bahiagás, a empresa deveria ter o maior
controle”, declarou Mailson
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