Os peritos russos encarregados
de analisar amostras do corpo do líder palestino Yasser Arafat excluíram a
hipótese de ele ter sido envenenado e concluíram que a morte foi natural,
informou nesta quinta-feira (26) o chefe da equipe. “Concluímos todas as análises.
A pessoa teve morte natural e não por radiação”, disse Vladimir Uiba, chefe da
Agência Federal de Análises Biológicas da Rússia, em entrevista coletiva.
O
corpo de Arafat, que morreu em 2004, foi exumado em 2012 e cerca de 60 amostras
foram distribuídas a três equipes de peritos – uma russa, uma suíça e uma
francesa – a pedido da viúva Suha Arafat. O grupo francês também descartou a
hipótese de envenenamento, mas a equipe suíça detectou altos níveis de polônio
210, substância altamente radioativa, nas amostras analisadas.
Vladimir
Uiba disse à imprensa que a sua agência não recebeu qualquer pedido para
repetir os exames: “Concluímos a avaliação e todos concordaram. Além disso, os
suíços retiraram as suas conclusões e os franceses confirmaram as nossas”,
acrescentou.
O
embaixador da Palestina em Moscou, Faed Mustafa, informou que, apesar das
conclusões dos peritos russos, as autoridades do país não vão encerrar a
investigação sobre a morte de Arafat. “Só posso dizer que já foi decidido
continuar” a investigação, disse Mustafa. “Respeitamos a posição deles,
valorizamos muito o seu trabalho, mas decidimos continuar a trabalhar”,
acrescentou.
Arafat
começou a ter problemas gastrointestinais em 12 de outubro de 2004 e, depois de
uma série de complicações, foi transferido da Cisjordânia para um hospital
militar de Paris, onde morreu em 11 de novembro. À época, o corpo não foi
autopsiado a pedido da viúva, Suha Arafat. Em julho de 2012, no entanto, ela
apresentou à Justiça francesa uma queixa contra desconhecidos, depois da
descoberta de níveis anormais de polônio, uma substância radioativa altamente
tóxica, nos objetos pessoais do marido.
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