Retira, venda e consumo de moluscos estão proibidos (Foto: Epagri/Divulgação) |
A Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca interditou
o cultivo de ostras, vieiras, mexilhões e berbigões em todo o litoral de Santa
Catarina nesta quinta-feira (19). O motivo foi a presença de uma toxina
paralisante, encontrada em Porto Belo, no Litoral Norte. Com a interdição,
ficaram proibidas a retirada, venda e o consumo de moluscos.
A toxina paralisante foi detectada em exames laboratoriais
tanto da água quanto de moluscos em cultivos da localidade de Ilha João da
Cunha. Segundo a secretaria, o litoral catarinense foi interditado como forma
de prevenção. A presença da toxina na água não representa risco aos banhistas.
Toxina
De acordo com a pasta, a toxina pode causar diarreia,
náuseas, vômitos, dores abdominais e perda de sensibilidade nas extremidades do
corpo. Em casos mais graves, pode causar paralisia generalizada e morte por
falência respiratória.
A Secretaria de Agricultura alerta que essas toxinas não são
degradadas com o cozimento ou o processamento dos alimentos. Como os moluscos
são filtradores, independentemente de serem cultivados ou não, podem acumular
as toxinas.
A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa
Catarina (Cidasc) faz coletas de monitoramentos das áreas de produção de
ostras, vieiras, mexilhões e berbigões. Os resultados dessas análises vão
definir a liberação ou não das interdição das áreas afetadas.
Microalgas
O representante do Laboratório Oficial de Análise de
Resíduos e Contaminantes em Recursos Pesqueiros (Laqua-Itajaí/IFSC) Luis
Proença explicou que microalgas que vivem na água são a principal fonte de
alimento para seres vivos marinhos. Em condições ambientais favoráveis, elas
podem se tornar numerosas.
A maioria das microalgas é benéfica, porém alguns espécies
produzem toxinas que podem ser acumuladas por seres filtradores, como os
moluscos bivalves. Neste caso, algumas espécies do gênero Alexandrium produzem
neurotoxinas causadoras da toxina paralisante. Quando elas são acumuladas pelos
moluscos, podem causar intoxicação em humanos que os consumirem.
Conforme o representante do Laqua-Itajaí, a presença da
toxina paralisante em moluscos no litoral de Santa Catarina é relativamente
rara e a primeira detecção ocorreu em 1997.
Em 2013, 2014 e 2016, houve interdições do cultivo de
moluscos no litoral catarinense. Em 2013, por causa de um vazamento de óleo no
bairro Tapera, em Florianópolis. Em 2014 e 2016, por causa da presença de uma
toxina produzida por algas do gênero Dinophysis, que pode causar intoxicação
alimentar.
Fonte: G1.
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