Os diretores da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chegaram, na última terça-feira
(14/2), a um consenso quanto à proibição do uso de aditivos nos produtos
derivados do tabaco comercializados no Brasil. No entanto, a proposta,
apreciada em reunião pública da Diretoria Colegiada do órgão, não foi votada,
pois os dirigentes decidiram aprofundar as discussões quanto ao uso de açúcar
nesses produtos.
A pauta volta a ser
debatida na próxima reunião pública da Diretoria Colegiada da Agência, em
março. A proposta da Anvisa, quando for publicada, dá o prazo de 18 meses para
os cigarros com sabor saírem do mercado nacional.
“A resolução terá
impacto direto em uma das principais estratégias da indústria para incentivar
que jovens comecem a fumar, já que a adição de substâncias como mentol, cravo e
canela mascara o gosto ruim da nicotina e torna o tabaco um produto mais
atraente para esse público”, afirma o diretor da Anvisa, Agenor Álvares. Dados
do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que 45% dos fumantes de 13 a 15
anos consomem cigarros com sabor.
A norma da Anvisa prevê,
ainda, que sejam retiradas dos produtos derivados do tabaco substâncias
que potencializam a ação da nicotina no organismo, como acetaldeído, ácido
levulínico, teobromina, gama–valerolactona e amônia. “Evidências
científicas apontam que muitos desses aditivos aumentam o poder da nicotina,
fazendo com que os cigarros fiquem mais viciantes”, explica o diretor da
Agência.
Cerca de 600
aditivos são utilizados na fabricação de cigarros e de outros produtos
derivados do tabaco. O cigarro contém, em média, 10% da massa composta por
aditivos. Essas substâncias são adicionadas intencionalmente nos
produtos derivados do tabaco para mascarar o gosto ruim da nicotina, disfarçar
o cheiro desagradável, reduzir a porção visível da fumaça e diminuir a
irritabilidade da fumaça para os não fumantes.
Outra novidade,
que consta na norma, é a proibição da utilização de qualquer expressão
que possa induzir o consumidor a uma interpretação equivocada quanto aos teores
contidos em todos os produtos fumígenos. É o caso de termos como: ultra
baixo(s) teor(es), baixo(s) teor(es), suave, light, soft, leve, teor(es), entre
outros. Essas expressões já são proibidas nas embalagens de cigarro desde
2001.
Entre 2007 e 2010, o
número de marcas de cigarros com sabor, cadastradas na Anvisa, cresceu de
21 para 40. Pesquisa realizada pelo Instituto DataFolha, em 2011, apontou que
75% dos entrevistados concordaram com a proibição de aditivos para diminuir a
atratividade de produtos para fumar.
No Brasil, o
tabagismo é responsável pela morte de 200 mil pessoas todos os anos.
Atualmente, existem cerca de 25 milhões de fumantes e 26 milhões de ex-fumantes
em nosso país. A prevalência de fumantes é de 17,2% da população de 15 anos ou
mais.
Fonte: ANVISA. Leia mais.
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