A Coordenadoria Estadual de
Vigilância Sanitária de Mato Grosso do
Sul emitiu alerta à população e profissionais da saúde, nessa
sexta-feira (27), sobre efeitos nocivos provocados pelo remédio Mento Vick,
segundo o órgão, fabricado e vendido no Paraguai. Duas mortes de crianças de um
ano, ocorridas em Ponta Porã,
a 346 km de Campo Grande, são investigadas com suspeita de terem sido
provocadas pelo medicamento, composto pelo princípio ativo Bromidrato de
Dextrometorfano.
Outras três crianças, de acordo com a
secretaria de Saúde do município na fronteira entre o Brasil e o Paraguai,
permanecem internadas em tratamento com suspeita de intoxicação. A assessoria
do órgão informou que as mães dos pacientes confirmam que eles usaram o Mento
Vick antes de passar mal.
Conforme a Vigilância Sanitária, o
Ministério da Saúde e Bem Social do Paraguai emitiu nota na quinta-feira (26)
determinando proibição, fabricação, comercialização, distribuição, dispensação,
prescrição e uso do princípio ativo como droga única ou em associação.
Além do xarope Mentovick, a
susbtância também está presente nos medicamentos Núcleo Plus Tegnogrip
(tabletes), Tegnogrip BB (xarope), Medibron (xarope), Bronolex (gotas orais) e
Bronalar (xarope), todos usados para tratamento de tosse ou gripe, segundo o
órgão.
De acordo com o alerta, Dourados,
a 225 km de Campo Grande, já havia registrado casos de intoxicação
possivelmente provocada pelo Mento Vick. Duas crianças chegaram a um hospital
local e foram internadas em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Elas chegaram ao local com
insuficiência respiratória aguda, cianose (lábios e membros arroxeados) e
sonolência. As duas tiveram alta hospitalar após uma semana. A nota não informa
em que data ocorreram os casos. Sobre os três pacientes que ainda estão
internados em Ponta Porã, não há informações sobre o estado de saúde deles.
Nota publicada no site do Ministério
de Saúde Pública e Bem Estar Social do Paraguai informa que no país, de 6 de
setembro até a quinta-feira (26), foram reportados 16 casos suspeitos de
intoxicação medicamentosa, todos encaminhados a hospitais. Desses, cinco
tiveram que ser internados em UTI pediátricas.
Ainda de acordo com a nota, os
pacientes têm idades entre 2 e 9 anos e têm nos respectivos quadros clínicos
quadro de enfermidade tipo influenza e consumo de remédios antigripais que
contém o dextrometorfano.
O órgão recomenda, até o fim das
investigações farmacológicas, a suspensão imediata de qualquer medicamento que
tenha o composto como princípio ativo ou associado. A nota traz lista com os
nomes comerciais de remédios com essa substância. O conteúdo pode ser conferido
no site do
ministério.
A Vigilância Sanitária estadual
solicitou aos 79 municípios do estado que os profissionais de saúde das
unidades de urgência, emergência e prontos-socorros incluam no protocolo de
atendimento pergunta a respeito do consumo dos remédios com princípio ativo
Bromidrato de Dextrometorfano.
Outra recomendação é de que
brasileiros não consumam medicamentos produzidos ou comprados no Paraguai que
não tenham o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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