Fundado há 33 anos, o
Centro de Informações Antiveneno (Ciave), gerido pela Secretaria de Saúde do
Estado da Bahia (Sesab), localizado no bairro do Cabula, em Salvador, é
referência nacional em Toxicologia. Aproximadamente 90% do seu público são médicos
e outros profissionais de saúde que utilizam o serviço de plantão ininterrupto
para receber orientação em diagnósticos e tratamentos em pacientes intoxicados.
Além de orientar
profissionais, o Ciave oferece diversas ações conjuntas com outros órgãos
públicos e privados, como estágio para estudantes de saúde, atendimento
psicológico para pacientes que tentaram suicídio, vigilância sanitária e ambiental,
análises toxicológicas, entre outras. Ainda assim, sua atuação poderia ser
muito mais ampla no Estado se o quadro de médicos especializados fosse maior.
Quem identifica esta falha é o diretor do Centro, Daniel Santos Rebouças, que
vem lutando, junto a outros médicos, integrantes da Associação Brasileira de
Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Abracit), para que a Toxicologia
seja incorporada à Medicina como uma especialidade. De acordo com o diretor, a
falta de médicos especializados não é exclusividade do Ciave e, sim, um problema
nacional que, aos poucos, vem sendo superado: “No ano passado o CFM – Conselho
Federal de Medicina – reconheceu a Toxicologia como área de atuação médica, o
que representou um grande avanço para nós”. Segundo Rebouças, o ideal é que o
Ciave tivesse um quadro de 14 médicos, mas atualmente apenas 10 estão
trabalhando. Outra dificuldade enfrentada pelo Centro é a obtenção de antídotos.
A este problema se credita, segundo o diretor, a quase inexistência de
fabricantes deste produto.
Uma política pública
voltada para a Toxicologia é uma saída apontada pelo diretor. “Tendo um programa
do SUS específico, é possível conseguirmos mais investimento e atenção para que
esta área se desenvolva. O trabalho de diminuição da quantidade de intoxicações
em regiões do Brasil, com foco na prevenção e no atendimento, por exemplo, seria
uma das ações possíveis através de um programa custeado pelo governo”, afirma o
diretor.
Fonte: Luta Médica.
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