Manchas da contaminação em Búzios.(Foto: Índio da Costa/Secretaria Estadual do Ambiente) |
"Orientamos as pessoas a não frequentarem a praia porque a substância se decompõe muito rápido. De ontem (quinta) para hoje (sexta), a mancha já sumiu da água, mas ainda é possível sentir o produto químico no ar", afirmou o secretário de Meio Ambiente e vice-prefeito de Búzios, Carlos Alberto Muniz. Lançada longe da costa, a substância ainda não identificada chegou à orla pelas correntes marinhas.
A principal hipótese para a intoxicação é que um navio que ficou atracado na orla de Búzios até quinta, tenha despejado no mar um produto usado na caixa coletora de banheiros químicos para evitar mau cheiro. O navio seguia em direção ao Rio. Na Praia da Tartaruga não há banheiros químicos.
Técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) encontraram manchas nas pedras perto da praia com tonalidade alaranjada e aspecto oleoso, o que reforça a hipótese de produtos químicos. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente descartou a possibilidade de que o produto seja esgoto porque a água não tinha mau cheiro e permanecia com a aparência normal.
Duas amostras da água foram recolhidas, uma no fim da noite de quinta e outra na manhã de sexta, e serão analisadas em caráter de urgência. O laudo ficará pronto na próxima quarta-feira, 26.
O secretário Muniz esteve no hospital e conversou com os banhistas. Eles contaram que a mancha era contínua e tinha 150 metros de comprimento e 40 metros de largura. Pela manhã ele esteve na Praia da Tartaruga e apresentou os mesmos sintomas dos banhistas.
"Os banhistas disseram que a mancha tinha uma substância pegajosa, que flutuava e exalava um cheiro forte. Eles reclamaram de gosto metálico e contaram que sentiam ardência nos olhos e desconforto nas vias respiratórias quando mergulhavam".
Segundo o secretário, no verão de 2013 uma mancha semelhante apareceu na Praia de Manguinhos, mas por causa da rápida decomposição, na época os técnicos não conseguiram identificar a substância. Nos dois casos só havia um navio atracado em Búzios, mas a quantidade de pessoas afetadas na Praia da Tartaruga foi maior.
"Ninguém vai para uma praia paradisíaca para ser atingido por produtos químicos. Esse episódio desgastou a imagem do município e pode ter impactos na quantidade de turistas que visitam a cidade. Vamos apurar as causas e processar os responsáveis", afirmou Muniz. Ele afirmou que "o causador do desequilíbrio" pode receber multa (entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão) e o comandante do navio poderia ser preso pela poluição.
Fonte: Diário do Grande ABC. Leia mais.
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