Foto: Wikipedia. |
Na ingestão da fruta por uma pessoa sadia, uma neurotoxina nela presente e chamada de caramboxina é absorvida através da digestão, filtrada pelos rins e eliminada através da urina. Quando a ingestão é feita por alguém com insuficiência renal ou lesão renal aguda, ou ainda com diabetes, a toxina, que é um aminoácido, chega à corrente sanguínea, ligando-se a receptores do sistema nervoso central, induzindo a crises de soluços, vômito, agitação psicomotora, confusão mental, convulsões prolongadas e até a morte.
O isolamento e a caracterização da neurotoxina foram realizadas por cientistas brasileiros, pesquisadores da Faculdade de Medicina e da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (ambas da USP), cujo trabalho ganhou a capa da revista científica Angewandte Chemie International, em 2013. Os estudos começaram em 1998 e os primeiros resultados surgiram no início dos anos 2000.
De acordo com os autores da pesquisa, embora pessoas sem histórico de problemas renais não corram riscos com a ingestão da carambola, recomenda-se que seja evitado abuso no seu consumo. Esta recomendação baseia-se no seu teor de ácido oxálico que pode, eventualmente, produzir cálculos renais em indivíduos mais sensíveis, o que predisporia aos efeitos neurotóxicos da toxina.
Ainda segundo os pesquisadores, a concentração da caramboxina é bastante baixa, sendo necessárias 20 quilos da fruta para obter 0,3 miligrama da toxina, a qual sofre degradação quando misturada e conservada por um longo período em água.
A intoxicação com a carambola por pessoas com problemas renais, risco ainda desconhecido por muitas pessoas, pode ser tratada com o uso de hemodiálise, de forma bastante favorável, quando o diagnóstico é feito de forma precoce.
Fonte: Fapesb e Angewandte Chemie International.
Nenhum comentário:
Postar um comentário