O professor Elisaldo Carlini. Foto: José Luiz Guerra - Imprensa/UNIFESP |
O evento, que discutiu o uso terapêutico da maconha, durou
quatro dias, iniciado no dia 08 de maio. Foram realizadas nove mesas de
discussões, com temas relacionando a maconha à política, à história, à justiça,
à filosofia e à religião.
Com 62 anos da sua vida dedicados à pesquisa e com mais de
12 mil citações de seus trabalhos em artigos científicos de todo o mundo, o
professor foi chamado para depor na polícia de São Paulo, no dia 21, por ser o
presidente do evento. De acordo com a promotora de Justiça, Rosemary Azevedo
Porcelli da Silva, o simpósio “contém, em tese, fortes indício de apologia ao
crime”.
Dentro da comunidade científica, o Prof. Carlini é
reconhecido nacional e internacionalmente por suas pesquisas na área de
psicofarmacologia. Sua dedicação à ciência por mais de 50 anos rendeu três
centenas de artigos científicos, os quais foram citados por mais de 12 mil
vezes pelos seus pares. É membro do Expert Advisory
Panel on Drug Dependence and Alcohol Problems da Organização Mundial da
Saúde (OMS), ex-membro do International
Narcotic Control Board (INCB), eleito pelo Conselho Econômico Social das
Nações Unidas e Coordenador da Câmara de Assessoramento Técnico Científico da
Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD).
O Dr. Carlini foi também Secretário Nacional de Vigilância
Sanitária do Ministério da Saúde (SNVS-MS). Recebeu diversos prêmios e
homenagens, entre as quais a Grande Oficial da Ordem de Rio Branco pela
Presidência da República, a Honra ao Mérito na Área de Entorpecentes pelo
Conselho Federal de Entorpecentes (CONFEN/ Ministério da Justiça) e a Grã-Cruz
da Ordem do Mérito Científico na Área de Ciências Biológicas pela Presidência
da República.
Tanto a SBTox quanto a SBPC emitiram manifestações públicas
em defesa do pesquisador, sendo lançada ontem, 27/02, por esta última uma
petição pública online, a qual já alcançou mais de 10 mil assinaturas até o
momento. A SBPC conclama todos os sócios e sociedades científicas associadas,
membros da comunidade científica e acadêmica e toda a sociedade a
assinarem a petição “Somos Todos
Carlini”, em defesa do cientista e professor emérito da Unifesp e pela liberdade de pesquisa científica no País.
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