quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Queimaduras, espinhos, intoxicação: como se proteger dos perigos do verão

Caravela.
O verão faz com que a procura pelas praias aumente, elevando a frequência de banhistas, mergulhadores e praticantes de esportes. Com isso, a incidência de contatos com animais aquáticos potencialmente perigosos também aumenta segundo Vidal Haddad Júnior, da Unesp Botucatu, que também estuda estes animais há 20 anos.

"O resultado (do aumento de banhistas nas praias) é que todos os anos há surtos de ataques de águas-vivas na região Sul, de caravelas no Nordeste e de piranhas nas represas e lagos de todo país", afirma.

"Além disso, as pessoas pisam em bagres e ouriços-do-mar nas praias. Um em cada mil acidentes ou atendimentos de urgência em cidades litorâneas é causado por animais marinhos."

Os dados que Haddad coletou em Ubatuba (SP) para sua tese de doutorado mostram que os casos mais comuns estavam relacionados aos ouriços-do-mar (50% de mais de 2 mil casos), às caravelas e águas-vivas (25%) e a peixes como bagres e arraias (25%).

Entre os peixes venenosos, a maioria absoluta dos problemas é causada por bagres atirados na areia por pescadores de pequenas redes.

No caso das águas-vivas e caravelas, embora pertençam ao mesmo grupo de animais, os cnidários, as primeiras são transparentes e raramente visíveis quando no mar, enquanto que as segundas têm uma bolsa púrpura ou avermelhada que flutua acima da linha da água, sendo facilmente percebidas.

Segundo o pesquisador, é importante saber que as caravelas permanecem com capacidade de envenenar até 24 horas após saírem do oceano, o que deve ser levado em consideração pela possibilidade de crianças brincarem com aquelas encalhadas nas praias.

O contato com esses cnidários deixa linhas avermelhadas na pele muito dolorosas, causadas por seus tentáculos. A dor é instantânea e violenta. "Deve-se retirar os tentáculos ainda aderidos sem usar as mãos nuas e, depois fazer compressas de água do mar gelada", ensina Haddad.

Mas por que água do mar? "A água doce gelada piora o quadro. Banhos com vinagre também podem ajudar a tornar o veneno inativo. Caso haja falta de ar ou aceleração dos batimentos cardíacos é recomendável procurar um hospital."

Já os ouriços-do-mar vivem em colônias em paredões rochosos ou em pequenas lagoas que se formam nas marés nos terrenos pedregosos entre praias.

O mais comum é que frequentadores das praias pisem neles, fazendo com que os espinhos se quebrem e penetrem profundamente na pele da vítima.

"A pessoa deve ficar em repouso, evitando pisar sobre a área atingida do pé", afirma Haddad. A extração dos espinhos não é fácil, por isso deve-se procurar atendimento hospitalar. Não há envenenamento com as espécies do Brasil, mas a dor pode ser forte.

Fonte: G1.

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