sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Alerta para os Riscos do Uso de Agrotóxicos


Foto: Anvisa
Os agrotóxicos são utilizados na maioria das propriedades rurais do país e, nos últimos dez anos, o mercado brasileiro destes produtos cresceu 190%. Em 2008, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e assumiu o posto de maior mercado mundial de agrotóxicos.

A constatação da amplitude da população à qual o risco é imposto - trabalhadores das fábricas de agrotóxicos, da agricultura, da saúde pública e outros setores; população do entorno das fábricas e das áreas agrícolas; além dos consumidores de alimentos contaminados – além dos diversos estudos que têm comprovado os graves e diversificados danos à saúde provocados por estes produtos, tem preocupado muito os profissionais da saúde.

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) publicou esse ano um dossiê  que reúne os resultados de diversas pesquisas feitas em várias regiões do Brasil avaliando os efeitos dos agrotóxicos sobre o meio-ambiente e a saúde das pessoas.

As informações publicadas no dossiê (Parte 1 e Parte 2foram reunidas pelo biólogo Fernando Carneiro, professor de saúde coletiva da Universidade de Brasília (UnB) e membro da Abrasco. Segundo ele, “em torno de 30% dos alimentos que o brasileiro consome não estão adequados para consumo humano em relação à questão dos agrotóxicos. Amostras são insatisfatórias ou porque têm agrotóxico não autorizado ou porque têm resíduo em quantidade inadequada”.

De acordo com o dossiê, alguns agrotóxicos vendidos no Brasil já estão proibidos em outros países porque são suspeitos de causar danos neurológicos, mutação de genes e câncer: abamectina, acefato, carbofurano, cihexatina, endossulfam, forato, fosmete, lactofem, paraquate, parationa metílica e tiram.

Os sistemas de informações no país ainda não retratam a real situação das  intoxicações agudas e crônicas em virtude da acentuada subnotificação. O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) registrou 2.308 casos de intoxicação por agrotóxicos de uso agrícola, com 117 óbitos. O Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), por sua vez, registrou 4.334 casos ocorridos no mesmo período, com 159 óbitos. Nenhum deles tem respondido adequadamente como instrumento de vigilância deste tipo de agravo. O Ministério da Saúde estima que, anualmente, existam mais de 400 mil pessoas contaminadas por agrotóxicos, com cerca de 4 mil mortes por ano no Brasil.

Na Bahia, o Centro de Informações Antiveneno (Ciave) registrou 162 casos de intoxicação por agrotóxicos de uso agrícola em 2008. Vale ressaltar que o Centro registrou, ainda, 653 casos de intoxicação por raticidas e grande parte destes são de origem clandestina, contendo produtos originalmente desenvolvidos para uso na agricultura, como é o caso do “chumbinho”, que tem, variadamente, apresentado como ingrediente ativo o aldicarb e o carbofuran, dentre outros.

Fonte: Ciave. Leia mais.

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