sábado, 24 de junho de 2017

Sibutramina e remédios para emagrecer: entenda

Os anorexígenos são utilizados como coadjuvantes no tratamento de quadros de obesidade e, como qualquer medicamento, seu uso, com a indicação de reduzir o apetite, deve ser orientado por um médico. No caso dos inibidores de apetite, isso é ainda mais importante já que interferem em sistemas importantes do corpo humano.

Qual é a situação da sibutramina e de outros medicamento emagrecedores no Brasil e no mundo? Nos parágrafos abaixo esclarecemos quais são as regras para a venda desse tipo de medicamento, quais são os produtos autorizados, e os riscos relacionados a seu uso.

A obesidade é uma doença provocada por vários fatores como hábitos de vida, genética, condições econômicas, contexto cultural, entre outros. Por isso, a orientação dos profissionais é ainda mais importante para que o uso de medicamentos não se torne apenas um paliativo e gere o efeito “sanfona”, que é quando o paciente engorda e emagrece muito ao longo da vida.

Em 2011, a Anvisa retirou do mercado três substâncias inibidoras de apetite do tipo anfetamínicos - mazindol, femproporex e anfepramona - para combater a obesidade. Os laboratórios que tinham registro desses produtos no Brasil não apresentaram estudos de eficácia e segurança dentro dos padrões exigidos pela Anvisa e cobrados em outros países do mundo. Além disso, uma revisão da literatura científica apontou que os riscos relacionados ao uso de inibidores de apetite do tipo anfetamínicos eram maiores que o seu benefício.

Na mesma época a sibutramina também foi reavaliada, mas, neste caso, ficou demostrado que o seu benefício era maior que o seu risco, desde que utilizada adequadamente e para determinados perfis de pacientes. Então, o controle sobre a sibutramina foi reforçado com a criação de uma receita especial para prescrição e comercialização do produto.

Não foi a primeira vez em que medicamentos foram retirados do mercado por causa de uma revisão de segurança. Esta, na verdade, é uma situação que faz parte da rotina das agências reguladoras no mundo todo.

Anorexígenos retirados do mercado e sua situação no mundo

Os três medicamentos abaixo tiveram seus registros cancelados por falta de apresentação de estudos de eficácia e segurança atualizados. Ou seja, nenhum fabricante conseguiu comprovar os benefícios de seu uso.

É importante esclarecer que não estão proibidos. Qualquer empresa da indústria farmacêutica pode pedir o registro das substâncias no Brasil, já que não estão protegidas por patentes. Basta apenas cumprir as regras vigentes no país.

Anfepramona
Começou a ser utilizada em 1997. Vendida nos EUA. Não é aprovada na Europa.

Femproporex
Não é aprovado nos EUA e foi proibido na Europa em 1999.

Mazindol
Não é aprovado nos EUA e não está disponível na Europa.

Medicamentos aprovados no Brasil para tratar a obesidade (por nome da substância):

Sibutramina
É o medicamento emagrecedor com registro válido mais antigo no Brasil. Foi registrado em março de 1998. 13 fabricantes têm registro e autorização para produzí-lo. Há 22 sibutraminas disponíveis no mercado brasileiro.

Orlistat
Chegou ao Brasil no final dos anos 90. Hoje é produzido por 10 laboratórios com pelo menos 22 registros diferentes do produto em comercialização.

Cloridrato de lorcasserina
Registrado em 2016, está no mercado com o nome comercial de Belviq, registrado pelo laboratório Eisai.

Liraglutida
Registrada no início de 2016, é uma formulação injetável e está no mercado com o nome comercial de Saxenda, registrado pelo laboratório Novo Nordisk.

Fonte: Anvisa

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Ciave alerta para o risco de envenenamento no período junino

As festas juninas, tradicionais no interior do Estado, são eventos onde também estão presentes diversos fatores de risco de intoxicação/envenenamento. “Neste período, são frequentes as intoxicações por alimentos contaminados e bebida alcóolica, além dos acidentes por animais peçonhentos”, alerta o Dr. Daniel Rebouças, médico toxicologista e diretor do Centro de Informações Antiveneno (Ciave).

Uma das grandes atrações da festa de São João são as comidas típicas servidas nesta época do ano. Assim, deve-se estar atento para não sofrer intoxicação causada por alimentos contaminados por bactérias ou fungos que produzem toxinas, principalmente aqueles mal armazenados, manipuladas ou expostos ao ambiente por muito tempo. Além dos alimentos prontos, deve-se ter cuidado também com os ingredientes como o amendoim e o milho, pois podem representar um grande perigo à saúde quando contaminados por fungos ou bactérias.

Portanto, para garantir que as delícias de São João não se transformem em dor de cabeça, é preciso tomar muito cuidado na hora de comprar os ingredientes e manusear os pratos. Deve-se dar preferência aos alimentos frescos e evitar aqueles que possam ter sido manipulados, principalmente se estiver exposto ao ambiente, pois pode constituir em um meio de cultura fácil para a proliferação de germes patogênicos.

Nas regiões que estão apresentando chuva, um fator de risco a mais são os animais peçonhentos, como serpentes e escorpiões, cujos casos de acidentes são mais frequentes neste período, principalmente em áreas desmatadas e também naqueles com presença de entulhos, lixo e acúmulo de material de construção. Nestes casos, deve-se lavar o local da picada com água e sabão, colocar a vítima em repouso e leva-lá imediatamente para um serviço de saúde. Caso tenham capturado o animal, levá-lo - de forma segura – ao serviço médico para identificação.

Um alerta quando se tratar de crianças, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido, pois, estes precisam de um cuidado redobrado, uma vez que a intoxicação pode ter uma gravidade maior.

A equipe do Ciave alerta para atenção às crianças, não deixando substâncias tóxicas, incluindo medicamentos, ao seu alcance. Ressalta ainda que nos casos de acidentes por animais peçonhentos e intoxicações é importante evitar a automedicação e medidas não adequadas (como o uso de leite), o que pode agravar o quadro clínico da pessoa, devendo, portanto, a vítima ou seus familiares procurar orientação médica.

Como os sintomas variam de acordo com a forma de contato e o tipo de agente causador da intoxicação, em caso de dúvidas no diagnóstico e tratamento, os profissionais de saúde podem entrar em contato com o CIAVE para buscar orientações, serviço este que funciona 24 horas por dia com profissionais de plantão prestar orientação toxicológica a esses tipos de ocorrências.

Fonte: CIAVE

terça-feira, 13 de junho de 2017

Ceatox de Botucatu discute "Agrotóxicos: Ambiente e Saúde" em Jornada

Acontecerá nos dias 17 e 18 de agosto, no Instituto de Biociências da UNESP de Botucatu (SP), a XVI Jornada Científica de Toxicologia. A Jornada é um evento bienal tradicionalmente promovido pelo Centro de Assistência Toxicológica – CEATOX de Botucatu e tem como objetivo discutir temas relevantes da área e proporcionar a divulgação de resultados científicos.

No evento deste ano, que tem como tema “Agrotóxico: Saúde e Ambiente”, haverá a presença de vários palestrantes que tratarão de temas como agrotóxico e incidência de câncer (palestrantes do INCA - Instituto Nacional de Câncer e Centro Infantil Boldrini), efeitos sobre o meio ambiente, o posicionamento do INCA sobre o uso de agrotóxicos e dados recentes da ABRASCO (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) sobre o panorama do uso de agrotóxico no Brasil.

A programação do evento contará com três minicursos relacionados à Toxicologia em geral: Toxicologia Forense e sua Importância na Sociedade; Nanotoxicologia: Fundamentos e Perspectivas; Evidências sobre a Relação entre Alimentação, Nutrição e Câncer.

Fonte: Ceatox-Unesp.

15ª Expoepi acontecerá de 27 à 30 de junho

A Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi), chega à sua 15ª edição em 2017. A Mostra, que ocorre em Brasília – DF de 27 a 30 de junho, consolida o intercâmbio entre os gestores e profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre temas relacionados às ações de vigilância, prevenção e controle de doenças e agravos de interesse da Saúde Pública. Realizada pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, a Expoepi acumulou, desde 2001, experiências consideradas inspiradoras para o Sistema Único de Saúde.

A Mostra Competitiva de 2017 será apresentada em três modalidades: (1) experiências bem-sucedidas dos serviços de saúde pública; (2) trabalhos técnico-científicos no âmbito de programas de pós-graduação na área de vigilância em saúde dos profissionais que atuam no SUS e (3) experiências bem-sucedidas conduzidas pelo movimentos sociais. Em decorrência da divulgação do Edital que regulamenta a 15ª Expoepi, foram submetidas 682 experiências bem-sucedidas realizadas pelas Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, em todas as áreas priorizadas pelo Edital e 103 trabalhos técnico-científicos. O Prêmio RESS Evidencia instituído por portaria específica da SVS/MS, premiará o melhor artigo original publicado na Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde (RESS) em 2015. A revista, editada pela SVS/MS e da base SciELO, passou a compor a base da Medline, o que comprova sua relevância no cenário nacional de periódicos científicos.

Debater temas relevantes para a Saúde Pública e premiar as melhores experiências dos serviços de saúde do SUS, além de valorizar os profissionais e movimentos sociais que contribuíram para o aprimoramento das ações de vigilância em saúde, constituem os principais propósitos da 15ª Expoepi.
Boas-vindas a todos os seus participantes e um encontro produtivo e inspirador para o aprimoramento das ações em vigilância em saúde.

Fonte: Expoepi

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Ciave apresenta experiência exitosa na prevenção do suicídio

O Centro de Informações Antiveneno (Ciave), através do seu Núcleo de Estudo e Prevenção do Suicídio (Neps), apresentou a sua experiência exitosa sobre a prevenção do suicídio durante o Workshop "Estabelecendo Diálogo para a Prevenção do Suicídio no Brasil". O evento, que ocorreu em Brasília nos dias 30 e 31 de maio, foi promovido pelo Ministério da Saúde (MS) e Organização Panamericana da Saúde (OPAS).

Com o objetivo de discutir estratégias de operacionalização das Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio, estabelecidas através da Portaria GM 1.876/2006, o workshop reuniu representantes do Ministério da Saúde, de secretarias de estaduais e municipais de saúde, de instituições acadêmicas, de organizações da sociedade civil, de organismos governamentais e não-governamentais.

O Neps apresentou várias propostas como contribuição para a elaboração de um futuro Plano Nacional de Prevenção do Suicídio. Dentre elas estão a capacitação para profissionais da saúde geral e da saúde mental; a inclusão da disciplina "Prevenção do suicídio" em todos os cursos de graduação e nas Residências das áreas de saúde; a inclusão de uma disciplina que contemple a prevenção do suicídio para todos os currículos no ensino fundamental e médio (considerando as elevadas taxas de suicídio entre jovens no Brasil); a explanação do tema "Abordagem ao paciente suicida" a todos os servidores públicos admitidos na esfera municipal, estadual e federal; a inclusão da avaliação de risco de suicídio nas unidades de emergência hospitalares, bem como a criação de uma pulseira de cor roxa para anexar ao braço de pacientes em risco de suicídio, admitidos em hospitais e UPAS, para que possam ser tratados de forma humanizada e com os cuidados técnicos que exigem.

Segundo a psicóloga Soraya Carvalho, representante do Ciave no evento, "o produto deste debate resultou em propostas concretas que serão mais uma vez discutidas no Grupo de Trabalho do MS. Pretende-se, em um segundo momento, que o material seja reavaliado até que possa se tornar o Plano Nacional de Prevenção do Suicídio."
Fonte: Ciave