quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Abertas inscrições para estágio na rede pública estadual

Para quem está interessado em realizar estágio, foi publicado essa semana no Diário Oficial do Estado o Edital nº 003-DDE/SRH/SAEB referente à inscrição para o Programa de Estágio do Governo da Bahia. O Programa contempla estudantes dos cursos de graduação presencial, estaduais federais ou particulares, das instituições de ensino superior sediadas na Bahia.

A carga horária das atividades de estágio é de 4h diárias e 20h semanais. Para fazer parte do banco de jovens, o interessado deve se cadastrar no período entre 29/08/2017 até 17/09/2017.

As vagas contemplam, dentre outras, as áreas de Ciências Biológicas, Enfermagem, Farmácia, Medicina e Psicologia.

Confira em www.programaestagio.saeb.ba.gov.br .

sábado, 26 de agosto de 2017

CIAVE comemora 37 anos de fundação com exposição e seminário

Referência na área de toxicologia para todo o Nordeste, o Centro Antiveneno da Bahia (Ciave), unidade da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), está completando esta semana 37 anos de funcionamento. Para marcar a passagem da data, acontece a 3ª Semana Estadual de Prevenção das Intoxicações, que será instalada na próxima segunda-feira, dia 28, às 8h30min, no auditório centro, que funciona anexo ao Hospital Geral Roberto Santos (HGRS). A programação será aberta com um café da manhã, com apresentação dos 37 anos de história, situação e perspectivas do Ciave.

Na terça-feira, dia 29, servidores e estagiários do Ciave irão à sede da Hemoba para doar sangue. No dia seguinte, quarta-feira, de 8h30min às 12h30, no auditório do Hospital Geral Roberto Santos, acontece o 4º Seminário de Toxicologia, com o objetivo de capacitar profissionais de saúde (emergencistas da rede pública da Região Metropolitana). O evento terá como convidado o professor Francisco França, da USP e do Instituto Butantan, que abordará o tema Animais Peçonhentos.

Na quinta-feira, durante todo o dia, no saguão do HGRS, está programada uma exposição de animais peçonhentos, plantas tóxicas e outros materiais relacionados às atividades do Ciave, além de distribuição de materiais educativos e divulgação de informações sobre intoxicações em geral, com ênfase nas ações preventivas e primeiros socorros.

Referência

Segundo serviço de toxicologia do país a entrar em funcionamento, o Ciave é responsável pela normatização, regulação e controle de atividades ligadas à toxicologia; orientação toxicológica em geral para prevenção, diagnóstico e tratamento de intoxicações exógenas; atendimento médico de urgência e acompanhamento de pacientes intoxicados; realização de análises toxicológicas de urgência em pacientes atendidos na rede pública de saúde e monitoramento terapêutico de fármacos; manutenção do laboratório de animais peçonhentos e controle e manutenção de bancos de antídotos, entre outras atividades relacionadas à toxicologia.

O serviço conta ainda com o Núcleo de Estudos e Prevenção do Suicídio (NEPS), criado em 2007, que além do acompanhamento psicológico, disponibiliza atendimento psiquiátrico ambulatorial, terapia ocupacional e reuniões informativas para familiares de pacientes que tentaram suicídio. A coordenadora do Núcleo, Soraya Carvalho, conta que o serviço é voltado ao atendimento de pacientes com depressão grave e risco de suicídio. "Atualmente, somos referência na Bahia e também estamos exportando o modelo para outros centros no Brasil", revela a psicóloga.

Destaque também, no Ciave, para o jardim de plantas venenosas, fundamental para identificar as espécies de plantas que causam envenenamento ou algum tipo de intoxicação, garantindo o tratamento adequado às vítimas.

O centro atende cerca de 7.500 ocorrências tóxicas por ano e registra cerca de 16 mil acidentes por animais peçonhentos e 3 mil casos de intoxicações em geral, através de notificações recebidas pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação, ocorridas em toso os municípios da Bahia. O Ciave, nesses 37 anos de atuação, já capacitou, através de estágio, 1.200 estudantes da área de saúde e já capacitou mais de 54.600 emergencistas e 15 mil profissionais de saúde de nível médio.

Fonte: Ascom/Sesab

Experiência da Bahia em Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos é apresentada no RJ

Ocorreu no período de 21 a 25 desse mês, em Niterói (RJ), o Seminário de Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos, promovido pelo Ministério da Saúde. O evento teve como objetivo discutir a situação atual dos programas nacional e estaduais de controle de acidentes por animais peçonhentos; a situação da aquisição, solicitações e distribuições de antivenenos para os estados; a vigilância dos óbitos ocasionados por animais peçonhentos; a situação atual da produção dos soros antivenenos no Brasil, bem como promover a interação com as instituições afins a esse tema.

Além de representantes do Ministério da Saúde (MS) e das secretarias estaduais de saúde, estiveram presentes representantes do Instituto Butantan (IB-SP), Instituto Vital Brazil (IVB-RJ),  Fundação Ezequiel Dias (Funed-MG) e Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI-PR) – laboratórios oficiais produtores de soros antivenenos ; do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (Cevap/Unesp-SP), da Associação Brasileira de Centros de Informação e Assistência Toxicológica e Toxicologistas Clínicos (Abracit), da Rede Vital para o Brasil e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

No primeiro dia do seminário, representantes do MS abordaram a questão dos acidentes por animais peçonhentos sob a ótica da gestão a nível federal, apresentando as ações desenvolvidas pela coordenação do programa no MS e expondo a sua visão baseada nas informações obtidas através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

Nos dois dias seguintes, os responsáveis técnicos dos Programas Estaduais de Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos e técnicos dos Programas Estaduais de Imunizações relataram as suas experiências. Representando a Bahia, estavam presentes Jucelino Nery e Cícero Magalhães, ambos do Centro de Informações Antiveneno - Ciave (órgão coordenador do Programa na Bahia) e Daniele Ramos (subcoordenadora da Central de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos-CEADI, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Sesab).

Os profissionais tiveram a oportunidade de visitar a fazenda e as instalações de produção de imunobiológicos do Instituto Vital Brasil, conhecendo os detalhes de todo o processo produtivo, além de conhecerem os espécimes vivos de animais peçonhentos utilizados na extração de venenos.

O farmacêutico Jucelino Nery apresentou o perfil das ocorrências dos acidentes por animais peçonhentos na Bahia. Segundo ele, é grande a dificuldade para manter uma boa cobertura nos municípios quanto à distribuição dos soros antivenenos, frente à atual crise no abastecimento destes imunobiológicos e a grande extensão territorial do Estado. Abordou também sobre a problemática da subnotificação, que ainda é elevada; a necessidade de investigação dos óbitos notificados e as ações desenvolvidas pelo Ciave.

A Bahia é o quarto estado em número de acidentes por este tipo de animal, com uma média anual de 13.500 casos nos últimos dez anos, predominando os escorpiões (68,5%) e as serpentes (20,1%), e é o segundo em número de óbitos. O Ciave coordena o Programa Estadual de Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos desde 1986, desenvolvendo ao longo desses anos a vigilância e assistência desses agravos. 

Dentre as atividades desenvolvidas pelo Ciave, está a capacitação de técnicos de vigilância epidemiológica, agentes comunitários de saúde e de combate a endemias - visando a prevenção - e de profissionais de saúde que atuam em unidades de urgência e emergência quanto ao diagnóstico e tratamento dos envenenamentos.

Ao final das apresentações, ficou evidente que o fato da coordenação de vigilância desse agravo estar ligada a um centro de informação e assistência toxicológica, como o Ciave, contribui de forma significativa para o desenvolvimento de ações mais efetivas, assim como na intervenção junto às unidades de saúde para orientação quanto ao uso adequado dos soros antiveneno. Além disso, a expertise da equipe de profissionais do Centro, obtida e mantida a partir de atualizações acerca do tema e da prática no atendimento presencial, permite a orientação e condução dos casos de envenenamento de forma mais segura e adequada para o paciente, resultando na abreviação do tempo de permanência hospitalar e em um melhor prognóstico.

Fonte: Ciave.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Cães ficam azuis após contato com resíduos químicos em rio na Índia

Em busca de água e comida, animais entram no rio Kasadi, no qual poluição tem nível 13 vezes acima do considerado seguro. Cerca de mil indústrias funcionam na região de Taloja, em Mumbai, onde cães foram encontrados.

Imagem: Agência de Notícias Ruptly.
Cães de rua estão adquirindo uma pelagem azulada na área de Taloja, em Mumbai, na Índia. O fenômeno é causado pelo contato com resíduos químicos despejados em um rio no qual os animais costumam entrar em busca de água e comida.

Segundo o jornal indiano “Hindustan Times”, o rio Kasadi recebem tanto lixo industrial sem qualquer tipo de tratamento que seus níveis de poluição estão atualmente 13 vezes acima do limite considerado seguro para seres vivos.

A região onde os cães vivem tem cerca de mil indústrias, ainda de acordo com o jornal, entre companhias farmacêuticas, de alimentos e engenharia. Mais de 75 mil pessoas trabalham no local.
No sábado (12), um grupo de proteção animal fotografou pelo menos cinco cães diferentes cuja pelagem está claramente azulada. Um deles, anteriormente todo branco, mostra os sinais mais visíveis.

De acordo com guias de controle de poluição, as águas de um rio que tenha mais de 3 miligramas por litro de demanda bioquímica de oxigênio (BOD, na sigla em inglês) são impróprias para consumo humano, e acima de 6 mg/l peixes já não sobrevivem. Um teste realizado pela Corporação Municipal Navi Mumbai constatou que a BOD do rio Kasadi chegou a 80 ml/l.

Fonte: G1.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Sala de Convidados do Canal Saúde discute o tema 'Agrotóxicos e Saúde' nesta terça-feira (15/8)

Os agrotóxicos passaram a ser utilizados em larga escala no país a partir da entrada do Brasil na chamada “revolução verde”, com o uso de diversas técnicas para aumentar a produção no campo. No entanto, pesquisas científicas realizadas aqui e no mundo inteiro demonstraram que esses pesticidas representam um perigo para a saúde de quem consome os alimentos nos quais eles são utilizados e também para a saúde de quem trabalha com eles na lavoura. O Dossiê Abrasco – Um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde foi uma das publicações que reuniu evidências dos riscos relacionados ao uso indiscriminado desses produtos e instituições de grande renome ligadas à saúde pública, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e a própria Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), já divulgaram alertas sobre o perigo dos agrotóxicos, indicando a necessidade de um controle efetivo na utilização dessas substâncias.

O Brasil, entretanto, é recordista mundial na utilização de agrotóxicos e, recentemente, o país vê o risco do controle sobre o uso de pesticidas se tornar ainda mais frouxo. Uma Medida Provisória (MP) que altera as regras para o uso desses defensivos agrícolas e que possibilita o uso de substâncias potencialmente cancerígenas foi desengavetada e pode ser posta em prática.

Segundo a MP, determinadas substâncias, até então proibidas por serem cancerígenas ou poderem causar anormalidades em fetos, poderiam ser autorizadas quando fossem encontradas condições de uso apropriadas para reduzir esses riscos. Além disso, seria suspensa a regra que só libera a aprovação de agrotóxicos que tenham comprovadamente uma ação tóxica menor ou igual aos já autorizados. O Ministério da Agricultura afirma que a ideia é ter um modelo baseado em risco, no qual Anvisa, Ibama e Agricultura estejam os três sempre de acordo. Mas o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) criticou a MP.

De olho nesse embate, o Sala de Convidados vai discutir Agrotóxicos e Saúde, nesta terça-feira (15), às 11h, ao vivo, no Canal Saúde. O programa vai falar sobre as questões científicas e de saúde pública relacionadas ao uso dos pesticidas e debater quem ganha e quem perde com as novas medidas propostas.

Para discutir o assunto, os convidados são o pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz, Luiz Cláudio Meirelles; a pesquisadora do Inca, Marcia Sarpa; e o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Robson Barizon.

Fonte: Agência Fiocruz de Notícias.

O Canal Saúde é um canal de televisão do Sistema Único de Saúde (SUS), criado e gerido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), disponível na multiprogramação da TV Brasil, através do canal 2.4, no Rio de Janeiro e em Brasília e no canal 62.4, em São Paulo, em rede aberta no Sistema Brasileiro de TV Digital. 

O Canal Saúde está no ar diariamente, de 8h a meia-noite, em âmbito nacional, com uma variada programação, que inclui produções próprias e de parceiros. Ele pode ser assistido também por antena parabólica com recepção digital e através da web TV na página do Canal Saúde (acessível por computadores e dispositivos móveis).

O Sala de Convidados é um debate com a participação do espectador através do chat no site do Canal Saúde ou pelo 0800 701 8122, pelo e-mail canal@fiocruz.br ou pela fan page do Canal Saúde (facebook/canalsaudeoficial). Inétido, ao vivo, às terças às 11h. Horários alternativos: Terça - 15h30; Quinta - 11h e 15h30; Sexta - 20h; Sábado - 22h; e Domingo - 22h. Desde 2007

Glifosato prossegue sob análise na Anvisa

Durante reunião da Diretoria Colegiada da Anvisa na terça passada (08/08), o diretor-presidente Jarbas Barbosa apresentou informe sobre a situação do processo de reavaliação do Glifosato, ora em andamento na Agência. Relator da matéria, Jarbas Barbosa ressaltou que o corpo técnico da Anvisa prossegue com o aprofundamento das análises e está atento às discussões atuais realizadas por especialistas e por órgãos internacionais, assim como todas as demais agências regulatórias do mundo têm feito.

A análise toxicológica do Glifosato, ressalta o diretor-presidente, deve ser concluída até 2019, para que a nota técnica resultante seja colocada em consulta pública, quando a sociedade poderá se manifestar e contribuir com a reavaliação do agrotóxico.

A reavaliação do Glifosato no Brasil iniciou-se em 2008, com a publicação da RDC Anvisa n° 10, de 22 de fevereiro daquele ano, e a contratação da Fiocruz para a elaboração de nota técnica sobre os aspectos toxicológicos relevantes do herbicida. A Fiocruz concluiu, em 2013, que as evidências disponíveis sobre a carcinogenicidade do produto eram insuficientes e não indicou sua proibição.

À época, a revisão da nota elaborada pela Fiocruz não foi considerada prioritária pela Anvisa, visto que, ao contrário do que ocorreu com outros ingredientes ativos colocados em reavaliação em 2008, a Fiocruz não indicou sua proibição. Por isso, até 2015 a revisão dessa Nota Técnica ainda não havia sido iniciada pela Anvisa.

Ainda em 2015 a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) tinha concluído que o Glifosato seria um provável carcinógeno humano, contrariando as avaliações das principais agências reguladoras internacionais. Após a publicação da monografia da IARC, a Autoridade Europeia para Segurança dos Alimentos (EFSA) revisou a análise da carcinogenicidade do Glifosato e concluiu, mais uma vez, que não havia evidências suficientes para classificar a substância como carcinogênica.

Em novembro de 2015, a Anvisa realizou painel para a discussão do caráter carcinogênico desse agrotóxico, que contou com representantes da Agência, da IARC e da EFSA, além de pesquisadores brasileiros. Na ocasião, ficou claro que não há consenso sobre a classificação do Glifosato como provável carcinógeno para humanos, o que enseja uma análise mais aprofundada por parte da Anvisa.

Ainda no intuito de avançar na análise, foi contratada uma especialista para avaliar o aspecto de carcinogenicidade do Glifosato. A contratação foi concluída em novembro de 2015 e o parecer técnico resultante, encaminhado à Anvisa em julho de 2016 - também colocou o Glifosato como não carcinogênico.

Os pareceres emitidos pela Fiocruz e pela especialista contratada já foram avaliados pela Anvisa. Além disso, até o momento foram elaborados:

  • Parecer Técnico de Reavaliação n° 15/2017/GGTOX/ANVISA, de 20/02/2017, que é parcial e avaliou as evidências epidemiológicas disponíveis que relacionam o Glifosato ao câncer;
  • O Parecer Técnico de Reavaliação n° 16/2017/GGTOX/ANVISA, de 17/05/2017, que avaliou os estudos de toxicidade aguda, subcrônica e crônica do Glifosato das empresas registrantes e da literatura científica, além de relatórios das agências internacionais, para determinação das doses de referência que devem ser utilizadas na avaliação de risco do Glifosato, caso o ingrediente ativo seja mantido no Brasil. Dessa análise, resultou a elaboração de exigência de estudos e de discussões técnicas às empresas registrantes, cujo prazo para atendimento expirou no último dia 06/08;
  • O Parecer Técnico de Reavaliação n° 19/2017/GGTOX/ANVISA, de 23/06/2017, que apresenta discussão sobre as definições de resíduos para o ingrediente ativo Glifosato atualmente empregadas por organismos regulatórios internacionais, com o objetivo de subsidiar a definição de resíduos a ser adotada pela Anvisa como parte da reavaliação toxicológica desse ingrediente ativo e que resultará na atualização da sua monografia.

Atualmente a GGTOX está analisando os estudos das empresas registrantes, os relatórios de organismos internacionais, a literatura científica disponível e os dados oficiais de monitoramento em água e de intoxicações exógenas no Brasil para emitir suas conclusões sobre esse ingrediente ativo.

Ainda será avaliada a adequação do uso domissanitário do Glifosato no Brasil, atualmente permitido em jardinagem amadora, além da necessidade de realização de avaliação de risco ocupacional ao produto, bem como a avaliação de outros aspectos toxicológicos relevantes como mutagenicidade, autismo e imunotoxicidade.

É importante registrar que não só no Brasil, mas em todo o mundo mundo, as reavaliações de ingredientes ativos são complexas e, por isso, demandam bastante tempo. Nessa esteira é relevante mencionar:

  • Em 2016, a ausência de consenso entre os Estados membros sobre a carcinogenicidade do Glifosato fez com que a Comissão Europeia prorrogasse a autorização de uso do Glifosato na Europa, temporariamente, por 18 meses, e não por 15 anos, conforme previsto na legislação comunitária. A Comissão Europeia decidiu que, até dezembro de 2017, a Agência Europeia de Substância Químicas (ECHA) também realizaria a reavaliação do Glifosato, para subsidiar uma conclusão definitiva sobre esse aspecto;
  • A Agência de Proteção Ambiental Americana (US EPA), embora tenha colocado em consulta pública documento preliminar classificando o Glifosato como improvável carcinógeno para humanos, optou por realizar painel de especialistas em dezembro de 2016. Neste painel, constatou-se divergência de entendimento entre os pesquisadores convidados quanto à classificação adotada e/ou quanto aos argumentos utilizados como justificativa para a classificação da carcinogenicidade do Glifosato. A partir dele, a US EPA verificou a necessidade de detalhar ainda mais a análise já realizada.
  • Por outro lado, Japão e Canadá resolveram concluir suas reavaliações do Glifosato sem aprofundar a discussão sobre relevantes aspectos toxicológicos, concluindo pela manutenção dos produtos à base desse ingrediente ativo sem qualquer restrição.

Cabe ressaltar que as discussões de reavaliação do ingrediente ativo Glifosato já resultaram na inclusão do monitoramento de seus resíduos em alimentos pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da Anvisa a partir de 2017.

A Anvisa tem adotado a mesma postura da US EPA, no sentido de aprofundar as discussões. Afinal, o Glifosato é o ingrediente ativo com maior volume de vendas no Brasil e, mesmo que se conclua que ele não é carcinogênico e que não possui qualquer impeditivo de registro segundo a legislação brasileira, é importante avaliar a necessidade de medidas de restrição de uso com base em outros aspectos toxicológicos além da carcinogenicidade.

Fonte: Anvisa.

Ao atacar mamangava, pesticida ameaça colônias de extinção

Os pesticidas neonicotinoides são amplamente utilizados na agricultura, mas estudos recentes sugeriram um forte vínculo desses produtos com o declínio das populações de abelhas, especialmente na última década

Um pesticida comum usado em plantações compromete a habilidade das rainhas da mamangava (abelhas do gênero Bombus) de depositar ovos, ameaçando sua colônia de extinção, de acordo com um estudo publicado nesta segunda-feira (14/8).

Experimentos de laboratório usaram doses de tiametoxame - uma das controversas famílias de neonicotinoides - que correspondiam ao que uma abelha-rainha pode encontrar na natureza.

A exposição ao produto químico alterou o tempo de formação das colônias e reduziu o número de ovos em mais de um quarto, disseram os pesquisadores.

"Isso mostrou que os impactos dos neonicotinoides na fundação de colônias - por si só - aumentam significativamente o risco de uma população de abelhas expostas ser extinta", disse à AFP Mark Brown, professor da Universidade de Londres e coautor do estudo.

A chance de colapso de colônia é de pelo menos 28%, disse.

Os pesticidas neonicotinoides são amplamente utilizados na agricultura, mas estudos recentes sugeriram um forte vínculo desses produtos com o declínio das populações de abelhas, especialmente na última década.

Como resultado, em 2013 a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) impôs uma moratória parcial e temporária sobre o seu uso, enquanto aguarda o resultado de uma revisão programada para ser concluída no final deste ano.

Mas os cientistas ainda estão tentando identificar como o inseticida afeta as abelhas, que são cruciais para a polinização de culturas que vão desde amêndoas e maçãs até pêssegos e ameixas.

Fundação de colônias

As novas descobertas, publicadas na revista científica Nature Ecology & Evolution, destacam um cenário plausível.

"Estudos anteriores ignoraram um aspecto-chave do ciclo de vida da mamangava, que é o estágio de fundação das colônias", disse Brown.

"Como a fundação de colônias bem-sucedida é fundamental para o tamanho das populações de mamangava, e as rainhas se alimentam de cultivos e plantas que podem ser contaminadas por neonicotinoides, esse estágio do ciclo de vida pode ser fundamental para entender os impactos dos neonicotinoides".

As rainhas de mamangava já enfrentam vários obstáculos ao iniciar uma nova colônia.

Se elas conseguem sobreviver ao inverno - durante o qual podem perder 80% das suas reservas de gordura -, ainda devem enfrentar parasitas, predadores, mau tempo e falta de comida.

Lidar com inseticidas pode ser uma ameaça grande demais, disseram os pesquisadores.

"Esses pesticidas podem ter um efeito devastador nas abelhas, e precisamos urgentemente saber mais sobre como os pesticidas podem estar afetando outras espécies", disse o coautor Nigel Raine, da Universidade de Guelph, no Canadá.

Uma revisão global feita em novembro passado concluiu que cerca de 1,4 bilhão de empregos e três quartos de todos os cultivos dependem de polinizadores, principalmente das abelhas.

Há cerca de 20.000 espécies de abelhas responsáveis por fertilizar mais de 90% das 107 maiores plantações do mundo.

No ano passado, as Nações Unidas disseram que 40% dos polinizadores invertebrados - particularmente abelhas e borboletas - correm risco de extinção global.

O chamado "distúrbio do colapso das colônias" é atribuído a ácaros, vírus ou fungos, pesticidas ou uma combinação de fatores.

Os neonicotinoides - pesticidas sintetizados em laboratório com base na estrutura química da nicotina - também pareciam estar ligados aos declínios de borboletas, pássaros e insetos aquáticos.

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Exames confirmam que silagem de milho provocou intoxicação e que botulismo matou 1,1 mil cabeças de gado em MS

Resultados de exames divulgados nesta sexta-feira (11) pela Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul (Iagro) e a Superintendência Federal de Agricultura no estado (SFA/MS), confirmaram a suspeita de que o botulismo provou a morte de 1,1 mil cabeças de gado entre os dias 2 e 4 de agosto no confinamento Marca 7 Pecuária, na fazenda Monica Cristina, no município de Ribas do Rio Pardo, a cerca de 45 quilômetros de Campo Grande.

Segundo nota técnica dos órgãos, exames das amostras da silagem de milho úmida que era fornecida aos animais demonstraram a presença das toxinas botulínicas tipo C e D, o que confirmou a suspeita inicial do setor de Patologia Veterinária da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).

A nota aponta que a a presença destas toxinas no alimento dos animais, somada à investigação clínico-epidemiológica realizada na propriedade rural, “permite a conclusão do caso com o diagnóstico de botulismo”.

Os órgãos ressaltam que o botulismo não é uma doença infecto-contagiosa, mas sim uma intoxicação alimentar. “Clostridium botulinum, bactéria produtora da toxina, está normalmente presente no ambiente e depende de condições favoráveis para o seu desenvolvimento, tais como matéria orgânica, alta umidade e anaerobiose, o que pode ser evitado com boas práticas e cuidados na formulação, conservação e armazenamento dos alimentos a serem fornecidos aos animais”, destaca o texto.

O diretor-presidente da Iagro, Luciano Chiochetta, disse ao G1 no início da semana que as mortes começaram a ocorrer na quarta-feira passada (2) e que na sexta-feira (4) o proprietário comunicou ao órgão, que enviou uma equipe até o local.

Chiochetta destacou que desde o início da investigação sobre as mortes a suspeita era de intoxicação por toxina botulínica, em razão dos sintomas que os animais apresentavam quando estavam morrendo como: andar cambaleante e paralisia dos membros posteriores e depois dos inferiores até que ficavam deitados no chão. Depois o quadro se agravava com a paralisia total e parada cardiorrespiratória.

Ressaltou ainda que os indícios já apontavam para que a contaminação tivesse ocorrido com a ingestação de silagem úmida de milho, que estava embolorada, o que oferecia as condições mais propícias a proliferação da bactéria que causa o botulismo.

“Outro tipo de silagem, a seca também de milho, foi oferecida além do gado a outros animais que não apresentaram sintomas da intoxicação. Além disso, logo que foi suspensa a alimentação dos animais com a ração úmida, as mortes terminaram, mas seguimos monitorando”, explicou no início da semana ao G1.

Os animais mortos foram enterrados em valas de 4 metros abertas em uma área elevada da própria propriedade.

Rebanho

Ribas do Rio Pardo, segundo a pesquisa Produção da Pecuária Municipal (PPM) divulgada no ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem o terceiro maior rebanho bovino entre os municípios do país, com 1.101.726 cabeças. Mato Grosso do Sul tem o quarto entre os estados brasileiros.

Posição da empresa

O criador Persio Ailton Tosi divulgou no fim na terça-feira uma nota onde aponta que todos os animais da propriedade, especialmente, os do confinamento já tinham sido vacinados, atendendo em obediência ao que recomenda o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e que logo que começaram a ocorrer as mortes de animais, foi acionada a UFMS e a Iagro e que todas as providências pertinentes foram tomadas, sendo um caso isolado, que não demanda uma preocupação com doença desconhecida ou epidemia.

O criador destacou ainda que a empresa trabalha há 42 anos na atividade pecuária e que possui cinco fazendas, assistidas por três médicos veterinários, responsáveis pela nutrição e reprodução de todo rebanho. Ressaltou ainda que logo que as mortes dos animais começaram a ocorrer que foram requisitados pesquisadores da UFMS, que coletaram amostras de materiais para a identificação das causas da ocorrência.

Confira a íntegra da nota técnica:


Fonte: O Correio News.

sábado, 12 de agosto de 2017

Remédio aumenta casos de bebês "viciados" nos EUA; Brasil regula substância

Os Estados Unidos vêm enfrentando uma triste epidemia nos últimos anos, com o aumento do consumo de opioides. As substâncias derivadas do ópio, que podem ser encontradas em drogas e analgésicos prescritos por médicos, afetam até mesmo bebês. A escalada chegou a pontos tão críticos que foi tema de pronunciamento do Presidente Donald Trump na última terça-feira (8).

A preocupação aumentou com o aumento do uso de remédios com essa origem em quem deveria manter distância da substância: os bebês.

Segundo informações da rede "ABC", o uso indiscriminado das substâncias por mulheres gestantes tem afetado a vida dos recém-nascidos, que já nascem viciados nos opioides e apresentam sintomas advindos da dependência, como febre, irritabilidade e tremores.

"Um bebê que não para de chorar, não consegue dormir, que sua muito e que faz movimentos constantes com os lábios, como se estivesse sempre procurando algo para comer ou sugar", descreve o Dr. Jeffery Loughead, diretor do Central DuPage Hospital em Illinois. Ainda de acordo com ele, a comunidade médica está chamando o problema de Síndrome de Abstinência Neonatal (NAS).

Atualmente, estima-se que a doença já afete cerca de 500 bebês por ano nos EUA, o que representa um aumento de quase 50% no número de casos nos últimos anos. Com isso, os hospitais têm pensado em formas de auxiliar no tratamento dos recém-nascidos, fazendo uso de remédios e até mesmo de pequenas doses de morfina para aliviar a dor.

"É um longo e complicado caminho até que o bebê consiga se estabilizar. Infelizmente, eles podem acabar ficando longos períodos no hospital", afirma Loughead. "Algumas vezes, as mães nem sabem que os medicamentos que tomam podem causar esses efeitos nos filhos. Então, é um problema que deve ser tratado em longo prazo, porque não é uma situação que deve se estabilizar em um futuro próximo".

Realidade diferente no Brasil 

Apesar de estarem presentes em medicamentos que podem ser comercializados de forma legal no Brasil, os opioides raramente são receitados. Inclusive, em alguns casos, as substâncias são ministradas apenas nos hospitais, o que diminuiu a chance de existirem bebês com problemas desta natureza.

"Essas medicações não são de venda livre", afirma a neuropediatra Régia Gasparetto, em entrevista ao UOL. "Um exemplo é o Fentanil, que tem prescrição diferenciada e os pacientes não tem acesso fácil a ele. A codeína, que talvez seja o mais simples de ser adquirido, só é vendida com receita especial. É o tipo de medicação mais utilizada em pacientes com câncer, não algo que uma grávida vá fazer uso".

Porém, a médica confirma ainda que a utilização das substâncias, de forma lícita ou ilícita, pode afetar os bebês após o parto e acarretar em danos estruturais: "Se a mãe fez uso da medicação desde o primeiro trimestre da gestação, isso pode causar um dano cerebral. Quando crescer, a criança pode ter desde um problema comportamental até uma deficiência intelectual. Varia muito com relação ao grau de exposição e a sensibilidade de cada um".

Fonte: UOL (colaboração de Matheus Collaço)

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Notificação de intoxicação exógena é discutida em curso

Técnicos do Ciave em evento sobre notificação de agravos
   relacionados ao trabalho.
Técnicos do Centro de Informações Antiveneno (Ciave) participaram da 5º Edição do Curso "Implementação da notificação de agravos e doenças relacionadas ao trabalho" ocorrido nos dias 08 e 09/08, promovido pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Salvador.

Participaram do Curso técnicos de várias unidades de saúde do município que atuam na notificação através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

Com o objetivo de difundir o conhecimento sobre agravos e doenças relacionadas ao trabalho (ADRT) e ampliar a sua notificação através do Sinan, o evento abordou em sua programação, dentre outros assuntos, a notificação de intoxicações exógenas.

Em 2016 foram notificadas através do Sinan um total de 3.292 intoxicações no Estado, sendo que 248 (7,5%) foram relacionadas ao trabalho. Destes casos, 58 ocorreram em Salvador. O Ciave, por sua vez, registrou a ocorrência de 94 intoxicações deste tipo no mesmo período, o que demonstra uma elevada subnotificação no Sinan.

De acordo com Valdélia Menezes, técnica do Ciave, os profissionais precisam reconhecer a importância da notificação e a necessidade de melhorar a qualidade das informações. Com esse objetivo, elaborou-se durante o evento o Plano de Ação para Implementação da Notificação de Agravos no município de Salvador.

Fonte: CIAVE.

Romênia confirma que é o nono país a detetar ovos contaminados

Nenhum produto terá sido colocado à venda, segundo as autoridades romenas

A autoridade sanitária-veterinária da Romênia (ANSVSA) anunciou esta quinta-feira ter descoberto num armazém da região oeste do país uma tonelada de gemas de ovos contaminadas com um pesticida tóxico (fipronil), provenientes da Alemanha.

Com esta descoberta, a primeira na Europa de Leste desde que este caso foi divulgado no início de agosto, eleva para nove o número de países europeus onde a presença de ovos contaminados foi detetada até à data.

"Nenhuma quantidade deste produto foi colocada à venda", indicou a ANSVSA, precisando que as gemas de ovos, importadas da Alemanha, serão incineradas.

A apreensão do produto, realizada num armazém em Timisoara (oeste), "surge na sequência de um alerta específico transmitido pela Comissão Europeia", no âmbito do Sistema de Alerta Rápido para os Géneros Alimentícios e Alimentos para Animais (RASFF) da União Europeia (UE), explicou, em declarações à agência noticiosa francesa France Presse, a porta-voz da ANSVSA, Alina Monea.

"Os nossos inspetores vão prosseguir com os controlos nas explorações avícolas em todo o país", acrescentou.

Em grandes quantidades, o fipronil, usado para eliminar ácaros e insetos, é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como "moderadamente tóxico" para o homem. O uso deste pesticida é expressamente proibido em animais destinados ao consumo humano.

As suspeitas indicam que este caso terá começado na Holanda e que poderá envolver a distribuição de milhões de ovos contaminados, de acordo com os investigadores responsáveis por este dossiê.

Este escândalo alimentar está a ser alvo de investigações criminais na Bélgica e na Holanda, onde dois suspeitos foram detidos hoje pela presumível utilização indevida do fipronil.

A par da Roménia, foram detetados ovos contaminados em outros oito países europeus: Holanda, Bélgica, Alemanha, França, Suíça, Reino Unido, Luxemburgo e Suécia.

Em Portugal, segundo a Direção-Geral da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural (DGAV), os ovos em causa não estão à venda.

Fonte: Diário de Notícias (Portugal).

Mortandade das abelhas já é generalizada no Rio Grande do Sul

Abelhas mortas da espécie nativa Jataí
Chocados, tristes, desanimados. É como se sentem muitos apicultores do Rio Grande do Sul diante da assustadora mortandade das abelhas em suas colmeias. Pelo menos 250 mil colmeias desapareceram no Rio Grande do Sul em 2015. Todos os especialistas ouvidos não têm dúvidas em afirmar que a responsabilidade é dos agrotóxicos, usados descontroladamente nas lavouras, além do desmatamento que não para de aumentar.

“No Estado a morte de abelhas tornou-se generalizada, principalmente em áreas com uso intensivo de agrotóxicos”, afirma o coordenador da Câmara Setorial de Apicultura e Meliponicultura da Secretaria Estadual da Agricultura (Casam), Nadilson Ferreira. “O problema atinge maiores proporções nas regiões da Depressão Central, Missões, Alto Uruguai e parte da Campanha. Os agrotóxicos estão acelerando a perda de biodiversidade e contribuindo para o extermínio das populações de abelhas”, completa.

O fenômeno da mortandade tem um impacto muito grande no Estado, já que o Rio Grande do Sul é o maior produtor de mel do Brasil. São cerca de 30 mil apicultores, que produzem em torno de oito mil toneladas por ano (60% na primavera e 40% no outono). A metade é exportada, principalmente para a Europa, e a outra parte consumida no mercado interno.

Um temor que ronda os apicultores que trabalham com exportação é que, a continuar assim, o mel gaúcho passe a sofrer restrições e a perder valor nos países compradores por causa da contaminação por esses venenos. “Com toda essa desgraça (das mortes por envenenamento) o mel gaúcho ainda é considerado orgânico”, ressalta Ferreira.

O período de maior colheita, a primavera, é justamente o de maior atividade agrícola no Estado e de maior extermínio destes insetos pelos venenos jogados nas plantações. Estima-se que as perdas decorrentes, tanto de colmeias como da produção de mel, andem em torno de 30% a 40%, quase a metade. Mas os apicultores que ouvimos apontam um prejuízo muito acima disso.

Morte anormal

Os produtores de mel, de forma geral, contam que as abelhas começaram a morrer de forma anormal, sem nenhuma doença ou desnutrição que justificasse, há cerca de três ou quatro anos. É o caso de Luiz Darci Demo Garlet, 60 anos, que entre dezembro e janeiro último perdeu nada menos que 600 das 1.200 colmeias que tinha em Cruz Alta, no Noroeste do Estado.

Desde 2013 ele já vinha tendo perdas por causa dos agrotóxicos, de 100 a 200 caixas, onde ficam as colmeias, por ano. Ele tem certeza que a causa, desta última vez, foi um veneno ainda mais forte que usaram para atacar o “tamanduá-da-soja”, um inseto que raspa o caule da planta. Outros venenos, como os da lagarta da soja, relata, não matam tanto, mas deixam as abelhas desorientadas, fracas, e acabam perecendo também.

Como boa parte dos apicultores, ele acomoda as colmeias em propriedades de outras pessoas mediante o pagamento de uma comissão. Por isso, muitos como ele não reclamam e não informam o ocorrido aos órgãos de fiscalização ambiental. “Não podemos reclamar, porque senão os donos das terras vão dizer ‘pega tuas caixas (de abelhas) e vai embora’. Não tem o que fazer, fazer o quê?”, indaga o apicultor. Ele calcula que vai demorar quase dois anos para recuperar o que perdeu, isso se a mortandade não continuar.

“Outra dificuldade é a falta de lugar para colocar as abelhas porque estão terminando com os matos e elas têm que ser colocadas na sombra, porque se as colmeias ficarem no sol morrem todas”, acrescenta. Garlet que normalmente tirava 30 toneladas de mel por safra, este ano colheu apenas 11 toneladas com a perda de tantas colmeias: “Meus dois funcionários ficaram até mais chocados que eu. Tinha um apiário com 25 colmeias novas, lindas, bonitas, morreram as 25. Isso entristece muito”, lamenta.

Nunca houve nada igual

O vice-presidente da Associação dos Apicultores da cidade, Walmor Kirchhof, 65 anos, confirma que a mortandade é generalizada, atingindo a todos os apicultores: “Nunca tinha acontecido nada igual como nesse ano, todo o pessoal da região perdeu uma barbaridade de abelhas”, relata.

Das suas 200 caixas sobreviveram apenas 40 colmeias. “Teve local que não sobrou nenhuma caixa”, completa. Até alguns anos atrás, perdia meia dúzia de caixas por ano.

Kirchhof garante que “doença não foi, as abelhas estavam fortes e estavam produzindo mel”. Mas, de repente, morreram todas e apodreceu tudo nas caixas. “Geralmente as traças comem a cera (quando as abelhas morrem por algum outro motivo), mas neste caso nem as traças apareceram, também morreram”, acrescentou.

Ele é aposentado, trabalha com isso há 35 anos e o mel é a maior parte da sua renda. “É um prejuízo enorme, a gente depende disso aí”. Como fornece para a merenda escolar, precisou comprar mel de outros fornecedores, de regiões distantes, para cumprir as encomendas.

Vontade de desistir

Distante dali, bem no interior de São Borja, junto ao rio Uruguai, na fronteira com a Argentina, Vilmar Soares, 78 anos, que tem na atividade um complemento para a aposentadoria, já pensou até em desistir da apicultura. “Tinha 223 caixas, sobraram 70”, relata. Dos 900 quilos que costumava colher das colmeias agora só colhe 200.

Ele conta que o extermínio começou por volta de 2014 e também está certo de que vem acontecendo por causa dos venenos das lavouras: “Já vi um enxame e no outro dia, depois que passaram veneno por perto, as abelhas estavam todas mortas. E a caixa fica imunizada, porque novos enxames na mesma caixa morrem também. Disseram que é um veneno que se um só inseto leva para a colmeia, contamina todas as outras”.

Assim como tantos outros, não procurou ajuda de ninguém, nenhum técnico, nenhuma autoridade, porque não sabe a quem procurar. Mas, principalmente, porque não quer “se incomodar” com os vizinhos agricultores, que estão utilizando os agrotóxicos: “A gente precisa dos vizinhos”, explica.

Soares diz que já se sentiu “desacorçoado”, um termo fronteiriço para desânimo, desalento. Pensou em desistir, mas vai continuar, por enquanto, tentando salvar o que restou da matança das suas abelhas pelos venenos das lavouras.

Da conversa com eles fica muito evidente que, além do negócio, cria-se uma relação de grande afeição por esses insetos, que Garlet conhece desde criança, quando ajudava o pai a produzir mel: “Na apicultura, se a pessoa não gosta das abelhas não funciona, a apicultura é uma profissão diferente, é algo da natureza, tem que gostar do bichinho”.

Por isso, se o prejuízo desses apicultores é enorme, o abalo emocional pela mortandade também: “É horrível!”, desabafa Kirchoff.

Situação extremamente grave

A situação é tão alarmante que foi criado um Grupo de Trabalho da Mortandade das Abelhas, em 2015, ligado à Câmara Setorial (Casam). Durante um ano, entre 2015 e 2016, o GT fez estudos, reuniões, e, mês passado, entregou suas conclusões ao secretário da Agricultura, Ernani Polo.

“É uma situação extremamente grave”, define Sanderlei Pereira, coordenador da Emater/Ascar em Candelária, que coordenou o GT. “Estimamos uma redução de 40% do volume de mel colhido nas últimas safras e uma diminuição de 40% das colmeias do RS”. O GT constatou que todo o Estado está sendo atingido pela mortandade, com maior intensidade nas regiões com maior produção de cultivos anuais, como soja, arroz e milho.

A apicultura gaúcha exercida basicamente por pequenos agricultores/apicultores. Isto é positivo, diz Sanderlei, porque distribui muito bem geograficamente as colmeias e seus benefícios, na melhoria da alimentação das famílias rurais, na comercialização do seu excedente, agregando renda, e também pela polinização das culturas na propriedade. “Por outro lado, isso dificulta o levantamento da morte das colmeias e da diminuição da colheita”.

Fipronil e Neonicotinoides
“A mortandade de abelhas ocorre também por fome, manejo errado de apiários, pólen tóxico (barbatimão), doenças e parasitas, causas essas conhecidas pelos apicultores, diferente da mortandade que vem ocorrendo nos últimos anos pela ação do Fipronil e algumas partículas dos neonicotinóides”, diz o relatório do GT.

O documento reforça como principal causa “O uso em larga escala no Brasil de agrotóxicos com efeitos nocivos às abelhas, em especial aqueles do grupo dos Neonicotinóides (Clotianidina, Imidacloprid, Tiametoxam) e Fipronil”.

Esses, especificamente, são os que têm ação fulminante sobre as abelhas, salienta Sanderlei. Eles causam a morte das polinizadoras até mesmo quando são usados no tratamento das sementes porque são sistêmicos, ou seja, entram na seiva das plantas e contaminam o pólen e néctar de suas flores, que são visitadas pelas abelhas quando acontece a floração.

Também as caixas e caixilhos ficam com resíduo de agrotóxico, muitas vezes causando intoxicação crônica na nova colmeia que ali é alojada e acaba sucumbindo também – como relataram os apicultores que entrevistamos.

Padrão das mortes

O padrão do extermínio é sempre o mesmo. A morte repentina das abelhas, na sua totalidade ou em parte, com presença de abelhas mortas na caixa. Quando há presença de abelhas vivas ao redor, elas estão desorientadas e em pequeno número e há mel produzido nos favos.

Noutros casos, as colmeias vão perdendo população até ficarem sem abelhas no final do processo. Com a diminuição da população, acontece um estresse nas suas defesas que conduz a sucessivos ataques de varroase (um ácaro), bactérias e fungos, que causam a morte dos insetos restantes.

“Nenhuma espécie de abelha está livre da ação destes inseticidas. Sempre existiu morte de colmeias, por fome, mau manejo, mas com características próprias conhecidas pelos apicultores e técnicos, em média 10% ao ano, totalmente diferente do que vem ocorrendo, com mortalidade de até 80% das colmeias”, afirma Sanderlei.

O coordenador do GT salienta que não é a proximidade das lavouras que implica nas mortes e sim os produtos químicos usados nelas. A soja, por exemplo, “é benéfica para as abelhas, produz mel de excelente qualidade e a soja também se beneficia com as abelhas através da polinização, que amplia em média 10% a produtividade da lavoura”.

Na Europa, foi registrada perda de mais de um milhão de colmeias devido às mortes causadas pelos neonicotinóides. Quanto ao Fipronil, a Agência de Proteção do Meio Ambiente dos Estados Unidos classificou esse produto como de alto potencial cancerígeno (afeta principalmente a tireóide).

Fonte: EcoAgência (por Ulisses Nenê)

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

NEPS capacitará profissionais dos CAPs para atenção a pessoas em risco de suicídio

No ano em que completa 10 anos de funcionamento, o Núcleo de Estudo e Prevenção de Suicídio (NEPS), um serviço do Centro Antiveneno (Ciave), da Secretaria da Saúde da Saúde do Estado (Sesab), elaborou o Programa Estadual de Prevenção do Suicídio/Bahia, antecipando-se ao Plano Nacional, previsto para ser lançado no próximo mês de setembro. Entre as principais ações e políticas do Programa elaborado pela equipe do NEPS estão a implantação de 10 Núcleos Regionais de Estudo e Prevenção do Suicídio - NEPS/Regional, seguindo o modelo do NEPS Estadual, e a implantação de um Programa de Educação Permanente.

Para alcançar esse objetivo, o NEPS dará início ao I Curso de Intervenção Multidisciplinar na Atenção a Pessoas em Risco de Suicídio, destinado a profissionais lotados nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de Salvador, com a finalidade de instrumentalizá-los tecnicamente para a intervenção juntos aos usuários acompanhados nessas unidades.

Inicialmente serão contemplados profissionais da cidade de Salvador, divididos em dois grupos. A primeira capacitação ocorrerá no próximo dia 9, das 8 às 18 horas, no auditório da Faculdade Baiana de Medicina e Saúde Pública, no Campus do Cabula. O segundo curso será em outubro. Para os profissionais dos CAPS do interior do Estado, o treinamento será a partir do próximo ano.

Segundo a psicóloga e psicanalista Soraya Carvalho, idealizadora e coordenadora do NEPS, a capacitação tem como principal objetivo oferecer informações teóricas e práticas sobre o suicídio e discutir manejos técnicos do paciente em risco de suicídio nas diversas áreas da assistência: psicologia, psiquiatria, terapia ocupacional, enfermagem, serviço social, dentre outras, visando instrumentalizar os profissionais da saúde mental a desenvolverem uma abordagem com esses pacientes, "baseada em valores técnicos e éticos, livre dos tabus e preconceitos que envolvem a temática do suicídio em nossa sociedade".

MULTIPLICANDO INFORMAÇÕES

A psicóloga Soraya Carvalho adianta que o Programa Estadual de Prevenção do Suicídio prevê também a realização de cursos para profissionais da saúde geral e da atenção básica, com o objetivo de capacitar esses profissionais a identificar as pessoas em situações de risco, através da identificação dos fatores de risco, bem como dos sinais e sintomas envolvidos no suicídio, possibilitando o diagnóstico precoce e encaminhamento para tratamento especializado. Em um segundo momento esses cursos serão disponibilizados para educadores, policiais, bombeiros, etc.

O NEPS

O Centro de Informações Antiveneno da Bahia (CIAVE), centro estadual de referência em toxicologia, tem sido há 37 anos um serviço de excelência, reconhecido pela Organização Panaericana de Saúde (OPAS) como modelo de atendimento para países em desenvolvimento. Funcionando anexo ao Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), o centro tem entre as principais atividades desenvolvidas o atendimento de urgência a pacientes intoxicados e a orientação toxicológica para serviços de saúde públicos e privados, visando prevenção, diagnóstico e tratamento.

Tendo em vista que as tentativas de suicídio representavam aproximadamente 30% dos casos atendidos no Ciave, em 1991, foi inaugurado o Serviço de Psicologia, para tratar do segmento específico do suicídio. Desde sua criação, o serviço presta acompanhamento psicológico durante a internação no HGRS aos pacientes que tentaram o suicídio, iniciando na emergência, se estendendo às enfermarias, unidades de terapia intensiva (UTI) e, após a alta hospitalar, através do tratamento psicoterápico ambulatorial, pelo tempo que se fizer necessário.

Diante da complexidade do fenômeno do suicídio, ao longo dos anos verificou-se a necessidade da ampliação desse serviço de atenção psicológica ao paciente que havia tentado suicídio, para oferecer à comunidade um serviço multidisciplinar que desenvolvesse ações de caráter não somente assistencial, como também preventivo, a pacientes em risco de suicídio.

"Nesse contexto, em 2007 foi criado pelo Ciave o Núcleo de Estudo e Prevenção do Suicídio - NEPS", conta a psicóloga, "um ambulatório de saúde mental, que desenvolve ações que englobam psicoterapia, psiquiatria, terapia ocupacional individual e de grupo, enfermagem e acompanhamento em reuniões familiares de caráter informativo, além de orientação e acolhimento". Atualmente, o NEPS conta com os projetos: Espaço de Leitura: uma biblioteca destinada aos usuários; Ciranda Literária: espaço para compartilhar e discutir os assuntos dos livros locados na biblioteca; Núcleo de Cinema e Vídeo (CINEPS); Jornal Galera Vida NEPS; Oficina de Criação Literária, entre outros. A equipe do NEPS é formada por dois psicólogos, três psiquiatras, dois terapeutas ocupacionais, uma enfermeira, um Residente em Psicologia e dois apoios administrativos.

ESTATÍSTICAS

O Código Internacional das Doenças (CID) classifica as mortes por suicídio como decorrentes de lesões auto-infligidas, fazendo parte do conjunto das mortes intituladas causas externas de mortalidade, isto é, morte não provocada por doenças, ao lado dos homicídios, dos acidentes de trânsito e outros acidentes. As mortes incluídas no grupo das causas externas estão intimamente relacionadas ao contexto da violência, sendo o suicídio considerado uma morte violenta, mais precisamente, um tipo de violência praticada contra si próprio correspondendo a mais da metade das mortes violentas no planeta.

Na atualidade, o fenômeno do suicídio vem ganhando proporções alarmantes, com taxas que chegam a um milhão de mortes/ano no mundo, representando, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma média de um suicídio a cada 40 segundos, se constituindo em uma das maiores causas de mortalidade no mundo, especialmente entre os jovens.

Estima-se que as tentativas de suicídio superem o número de suicídios em pelo menos dez vezes. Considerando as subnotificações, esses números podem ser muito maiores. O Brasil, embora apresente uma taxa média anual de 6,0 suicídios para cada 100 mil habitantes, taxa considerada baixa em relação a outros países, em números absolutos, ocupa o oitavo lugar em número de suicídios no mundo, tendo registrado 11.821 mortes (9.198 homens e 2.623 mulheres) em 2012, contabilizando uma média de 25 por dia, pouco mais de 1 suicídio por hora. Entre 2000 e 2012, observou-se um aumento de 10,4% no número de mortes por esta causa, (uma alta de 17,8% entre as mulheres e 8,2% entre os homens). Nesse mesmo período, verificou-se que dentre os estados brasileiros, a Bahia foi o 2º maior estado em crescimento nos índices de suicídios, com um aumento de 10 4% em suas taxas, que saltaram, em números absolutos, de 233 (2002) para 476 (2012). Todavia, sabe-se que esse crescimento vertiginoso na Bahia deve-se a uma melhoria nos processos de notificação dos óbitos por suicídio. De acordo com a coordenadora do NEPS, metade das pessoas que cometem suicídio realizaram ao menos uma tentativa de suicídio anterior, o que faz da tentativa de suicídio um dos principais fatores de risco de suicídio. Por essa perspectiva, a abordagem, o tratamento e o cuidado dispensados ao sujeito que atenta contra a própria vida, se configuram como estratégias determinantes na prevenção de novas tentativas e do ato consumado.

Fonte: Ascom/Sesab

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Pais de alunos são alertados sobre riscos de intoxicação no ambiente doméstico

A enfermeira Edilúcia Salomão, do Centro de Informações Antiveneno (Ciave) participou de reunião com pais de alunos da Escola Municipal Austricliano de Carvalho, na Fazenda Grande do Retiro, para orientar quanto aos riscos de intoxicação no ambiente doméstico. Estiveram presentes também funcionários da escola e representante do Conselho Tutelar. Aprofessora Simone Coutinho, coordenadora pedagógica da Escola, solicitou a parceria do Ciave, com o objetivo de alertar os pais dos estudantes sobre o perigo da aquisição e uso de venenos e substâncias tóxicas.

A enfermeira disse ser importante repassar as orientações para os pais das crianças, pois o reconhecimento destes riscos no ambiente doméstico pode evitar um número significativo de intoxicações envolvendo as crianças, principalmente. Jakeline Silva, mãe de Jonathan, estudante do 1º ano, ressaltou a importância do encontro: "Só assim vemos como há uma deficiência de nós pais na interação com os nossos filhos. A palestra nos ensinou e alertou sobre riscos que podemos evitar com as crianças. Eu, particularmente, aprendi muito, pois a reutilização de vasilhas para guardar materiais de limpeza era constante em minha casa. Agora reconheço o perigo de ações como essa. Estarei pondo em prática o que aprendi".

De acordo com a vice-gestora da unidade escolar, Isis Ceuta,"a participação do Ciave em nosso encontro veio fortalecer a parceria entre a escola e as famílias no cuidado com as crianças. Foi um momento para aprendermos sobre os riscos da intoxicação no lar, dividirmos experiências e tirarmos dúvidas, inclusive aquelas que nem sabíamos ter. Agradecemos ao Ciave o cuidado com o tema e com as nossas famílias. Continuaremos multiplicando o que ouvimos, levando para a nossa equipe escolar, para as nossas salas de aula, para as nossas crianças, as informações necessárias para fazermos das nossas casas e da nossa escola locais mais seguros para todos".

Mais de 60% dos casos de intoxicação registrados pelo Ciave ocorreram em residências, com o envolvimento de medicamentos, produtos de limpeza e raticidas clandestinos (como o "chumbinho"). Nestas circunstâncias, as maiores vítimas são as crianças, principalmente, as menores de 5 anos.


Fonte: Ciave

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Estagiários participam do XXXVII Curso de Toxicologia Básica

O Centro de Informações Antiveneno (CIAVE) realizou nos dias 28 e 29 a trigésima sétima versão do seu Curso de Toxicologia Básica, que tem como objetivo principal prover os estagiários recém ingressos em seu campo de estágio de conhecimentos básico em Toxicologia Clínica para que possam desenvolver suas atividades na Unidade.

Estiveram presentes os estagiários das diferentes áreas da saúde (Biologia, Enfermagem, Farmácia, Medicina e Veterinária) oriundos dos Programas Partiu Estágio e Mais Futuro, além de técnicos do CIAVE.

Foram temas abordados no evento: O CIAVE e as Ações Extramuros; As Intoxicações Como Problema de Saúde Pública e a Toxicovigilância; Animais Peçonhentos: aspectos biológicos; O Programa de Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos; Noções sobre Diagnóstico e Tratamento dos Acidentes por Animais Peçonhentos; O Laboratório de Análises Toxicológicas de Urgência; Os Antídotos Utilizados em Toxicologia; Noções Gerais sobre Soroterapia; Abordagem Inicial ao Paciente Suicida e Abordagem Inicial ao Intoxicado Agudo.

Além do conhecimento teórico, os estagiários participam das orientações toxicológicas por telefone e dos atendimentos presenciais realizados no Hospital Geral Roberto Santos, atividade imprescindível para a manutenção da expertise da equipe do Centro, que atende cerca de 7.500 casos anualmente, e formação dos futuros profissionais que possivelmente estarão em serviços de atenção básica e de urgência/emergência em diversos municípios do Estado prestando atendimento a vítimas de envenenamento.

Fonte: CIAVE