terça-feira, 28 de abril de 2015

Philips vai indenizar por contaminação

Ex-empregados da fábrica da Philips em Mauá, que foi fechada em 2010, conquistaram vitória na Justiça. O MPT-SP (Ministério Público do Trabalho de São Paulo) firmou acordo com a multinacional holandesa para que a empresa pague R$ 20 milhões a, pelo menos, 145 ex-funcionários que foram contaminados por mercúrio durante a produção de lâmpadas fluorescentes na unidade. Obriga ainda a companhia a custear plano de saúde vitalício aos afetados e a doar cerca de R$ 4 milhões em equipamentos ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), que possui equipe para diagnóstico e estudo do mercurialismo (intoxicação por esse metal).
O acordo sai após anos de brigas na Justiça. O inquérito civil que deu origem à ação do MPT foi instaurado em 2006, a partir de denúncia da AEIMM (Associação Brasileira dos Expostos e Intoxicados por Mercúrio Metálico). Investigações apontaram que, em 1992, a empresa havia reconhecido a contaminação de alguns trabalhadores, se comprometendo com o Ministério do Trabalho a dar, gratuitamente, assistência médica, remédios e afastamento sem prejuízo de remuneração. Segundo a AEIMM, isso não foi cumprido e, para piorar, após 1995, a companhia passou a não fornecer mais o CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho) pela contaminação, apesar de o problema persistir.
Baseado em laudos do Hospital das Clínicas e do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), com informações de ex-funcionários diagnosticados com mercurialismo, o MPT havia apresentado termo de ajuste de conduta para que a Philips indenizasse os contaminados e contratasse plano de saúde vitalício para os mesmos. A empresa não aceitou a proposta, o que levou ao ajuizamento de ação civil pública, em 2012.
DIREITOS
A Philips confirma que fez o acordo judicial que prevê a indenização por danos materiais e morais, mais convênio médico até o fim da vida para os ex-funcionários que comprovarem o mercurialismo. Podem se habilitar a entrar no rateio dos R$ 20 milhões inclusive quem já moveu processo trabalhista contra a empresa por esse motivo, mesmo que tenham perdido a ação. Ficam de fora do acordo ex-colaboradores que tenham recebido R$ 100 mil ou mais de indenização. Os interessados têm 12 meses, contados desde o dia 16, para apresentar documentos pessoais, carteira de trabalho que comprove a relação de emprego e laudo médico na 1ª Vara do Trabalho de Mauá. Outras informações podem ser obtidas junto à associação (www.aeimm.org.br).

Ex-empregados sofrem com a doença
Dores de cabeça, insônia, tremores, fraqueza nas pernas, perda de memória, sangramento nas gengivas, amolecimento dos dentes. Esses são alguns dos sintomas que os ex-funcionários Everaldo Francisco da Silva, 55 anos, e Osvaldo Gonçalves de Carvalho, da mesma idade, têm de conviver para o resto da vida. Silva, que hoje preside a associação de contaminados, trabalhou por 24 anos na Philips em Mauá, enquanto Carvalho esteve durante 33 anos na empresa, embora tenha ficado afastado por nove anos (entre 1995 a 2001) por causa da intoxicação. Eles contam que, enquanto atuaram na companhia, não tinham à disposição EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), como máscaras e luvas, e que no mesmo local onde produziam as lâmpadas fluorescentes era comum os trabalhadores lancharem. No setor, uma máquina injetava, sob alta temperatura, vapor de mercúrio nos itens de iluminação. Além de eles inalarem o gás tóxico, às vezes, por falha no maquinário, o metal líquido escapava. “Ficava com o braço prateado”, diz Carvalho.
A partir de 1991, quando se constatou a contaminação, havia gente na fábrica com 500 microgramas por litro do metal na urina. O tolerado seriam até 49. E o material concentra-se no sistema nervoso central. Silva cita que muitos colegas morreram vítimas da doença. Ele acredita que ainda há muito desconhecimento em relação ao mercurialismo, embora a situação tenha avançado. Já há uma CID (Classificação Internacional de Doenças) para esse tipo de intoxicação.

sábado, 18 de abril de 2015

Intoxicação por carne de baiacu possui alta taxa de mortalidade

Fonte: http://www.unesp.br/
O baiacu ou peixe-bola (pufferfish, boxfish) é um peixe ósseo de distribuição cosmopolita. Existem cerca de 120 espécies e a maioria destas é encontrada em regiões tropicais e subtropicais, incluindo espécies fluviais. Quando ameaçados por predadores, estes peixes podem ingerir água ou ar e aumentar o volume corporal, tomando formato esférico, o que dificulta a ação de peixes maiores.

Adicionalmente, são considerados animais venenosos devido ao fato de poderem armazenar tetrodotoxina (Ttx) e outras neurotoxinas. A Ttx é toxina letal provavelmente sintetizada pelas bactérias contidas nos alimentos ingeridos pelos peixes. 

“Ela é acumulada e utilizada como arma de defesa”, explica Vidal Haddad Junior, professor do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu, e autor de diversos trabalhos científicos sobre o tema. 

“Mais do que relatar casos ou fazer discussões acadêmicas, as pesquisas têm por finalidade mostrar que não é só no Japão que pessoas morrem por comer carne de peixes-bola. Um alerta sobre o tema pode elevar o nível de informação no país e mostrar que não apenas pescadores se intoxicam, ocorrendo casos em vítimas que compram o peixe em mercados”, diz o professor.

De fato, apesar da toxidade, algumas espécies de peixes-bola são consideradas uma iguaria. No Japão, por exemplo, o fugu, nome popular do peixe, é um prato caro e preparado por cozinheiros treinados e licenciados. Apesar dos cuidados na preparação, envenenamentos fatais por fugu são comuns no Japão, ocorrendo cerca de 50 mortes anualmente. A ingestão de carne de baiacu pode ser acidental ou intencional (tentativa de suicídio).

A intoxicação por baiacus possui alta taxa de mortalidade. Intoxicações por baiacus são mais comuns no Sudeste Asiático, Taiwan, China e Japão, mas também há relatos de casos nos EUA e  Austrália. No Brasil, onde existem poucos estudos clínicos sobre os envenenamentos e traumas causados por animais aquáticos, os baiacus-lisos da família Tetrodontidae são os mais consumidos.


TOXINA

A tetrodotoxina é encontrada nas vísceras (especialmente gônadas, fígado e baço) e na pele do peixe. É uma toxina termo-estável, que não sofre ação de cocção, lavagem ou congelamento. O nível da toxina é sazonal, e as maiores concentrações são encontradas nas fêmeas no pico na época reprodutiva, fazendo com que a ingestão dos peixes seja mais perigosa no momento anterior e durante o período reprodutivo.
A toxina age bloqueando o locus extracelular dos receptores de sódio voltagem dependente, impedindo a despolarização e a propagação do potencial de ação nas células nervosas. Esta ação ocorre nos nervos periféricos motores, sensoriais e autonômicos. A toxina tem ainda ação depressora no centro respiratório e vasomotor do tronco encefálico. A morte pode ocorrer devido à paralisia muscular, depressão respiratória e falência circulatória.


ASPECTOS CLÍNICOS

Os sintomas geralmente se iniciam dentro de 6 horas, mas em alguns pacientes podem demorar até 20 horas para apresentarem manifestações. Parestesias periorais, fraqueza da musculatura facial e extremidades, dor abdominal, sialorréia, náuseas, vômitos e diarréia surgem precocemente.

Os pacientes podem apresentar disfunção motora com fraqueza muscular, hipoventilação e disartria. Um quadro de paralisia ascendente ocorre de 4-24 horas e paralisia nas extremidades é seguida por paralisia nos músculos respiratórios. “Existem textos que relacionam o efeito paralisante da Ttx com o mito dos zumbis e do vodu no Haiti”, diz Haddad. 

Tardiamente há disfunção cardíaca e no Sistema Nervoso Central com hipotensão arterial e arritmias, coma e convulsões. Bradicardia refratária a tratamento, bloqueio do nodo átrio-ventricular e bloqueios de ramo podem ser fatais. 

Pacientes com intoxicações graves podem apresentar coma profundo, pupilas fixas e não reativas, apnéia e ausência de reflexos do tronco encefálico. Os acidentados que sobrevivem a fase aguda da intoxicação (primeiras 24h), geralmente se recuperam sem seqüelas, mas a melhora definitiva pode levar dias para ocorrer. O diagnóstico é baseado na história clínica e no relato de consumo alimentar.


TRATAMENTO

Não há antídoto para a Ttx e o tratamento é voltado aos sinais e sintomas manifestados. Medidas de desintoxicação como lavagem gástrica e carvão ativado podem ser úteis em fases iniciais. Em casos graves, deve-se utilizar a ventilação mecânica e medicações ionotrópicas. 

 Fonte: Unesp.

Lançamento do livro Dossiê Abrasco: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde

Depois de causar grande impacto em 2012, o Dossiê Abrasco sobre Agrotóxicos ganha nova edição – o lançamento será dia 28 de abril, terça-feira às 18h00, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O lançamento celebra duas importantes datas para o Movimento: Dia Mundial da Saúde, comemorado em 7 de abril e que neste ano trouxe a segurança alimentar como tema e os quatro anos de existência da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.

A publicação, com mais de 600 páginas, colorida e ilustrada, reúne as três partes revisadas do Dossiê Abrasco lançadas ao longo de 2012, além de uma quarta parte inédita intitulada “A crise do paradigma do agronegócio e as lutas pela agroecologia”. O livro é uma co-edição da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fiocruz, e da editora Expressão Popular.

Este capítulo inédito, concluído em outubro de 2014, foi dedicado à atualização de acontecimentos marcantes, estudos e decisões políticas, com informações que envolvem os agrotóxicos, as lutas pela redução dessas substâncias e pela superação do modelo de agricultura químico-dependente do agronegócio. A leitura desse cenário mais recente revela que a situação do país em relação aos agrotóxicos está ainda mais grave e que a correlação de forças no campo social propicia desafios maiores. O consumo de venenos agrícolas cresce ano após ano, está em curso um processo de desregulamentação do uso de agrotóxicos no país.

Não é por falta de confirmação dos efeitos nocivos à saúde e ao ambiente que a grave situação de uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil não é revertida. O livro reúne informações de centenas de livros e trabalhos publicados em revistas nacionais e internacionais que revelam evidências científicas e correlação direta entre uso de agrotóxicos e problemas de saúde. Não há dúvida, estamos diante de uma verdade cientificamente comprovada: os agrotóxicos fazem mal à saúde das pessoas e ao meio ambiente.

A sociedade brasileira resiste ao uso de agrotóxicos, tem se organizado e avança na conquista de políticas públicas importantes, como a Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer e a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. Sobre a agroecologia – que o livro trata com dedicação especial nesta quarta parte, temos a possibilidade concreta de implementar o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (PRONARA).

Para o lançamento do Dossiê Abrasco: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde já confirmaram presença:

- Luis Eugenio Souza, presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco);
- Paulo Gadelha, presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz);
- Pedro Luiz Serafim da Silva, Procurador Regional do Trabalho (MPT-MT) e Coordenador do Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos;
- Paulo Petersen, da Articulação Nacional de Agroecologia;
- Representantes do Instituto Nacional de Câncer José Gomes da Silva (Inca) e da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.

Além de outras organizações da sociedade civil e de agricultores para compartilharem suas experiências de vida. Estas instituições consideram a divulgação destas informações como passo importante na mobilização da sociedade frente à grave situação em que o país se encontra, de vulnerabilidade relacionada ao uso massivo de agrotóxicos.


Fonte: Abrasco.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Inca recomenda redução do uso de agrotóxicos para prevenir câncer

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) manifestou-se no dia 08/04 contra o modo como os agrotóxicos são utilizados no Brasil e recomendou a redução do uso desses produtos. Em um documento de cinco páginas, o instituto ressaltou os riscos dessas substâncias para a saúde e para a incidência de câncer.
 "O modelo de cultivo com o intensivo uso de agrotóxicos gera malefícios, como poluição ambiental e intoxicação de trabalhadores e da população em geral", diz o documento, que, além de apontar as intoxicações causadas imediatamente após a exposição [ao produto], enumera efeitos que aparecem após anos de exposição. "Dentre os efeitos associados à exposição crônica a ingredientes ativos agrotóxicos podem ser citados infertilidade, impotência, abortos, malformações, neurotoxicidade, desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema imunológico e câncer."
 A recomendação do instituto é que se adote "a redução progressiva e sustentada do uso de agrotóxicos", prevista no Programa Nacional de Redução de do Uso de Agrotóxicos e a produção agroecológica, segundo a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica.
 O documento do Inca explica que a presença de agrotóxicos não se restringe a produtos in natura, como legumes e verduras, existe também em alimentos industrializados com ingredientes como trigo, milho e soja. "A preocupação com agrotóxicos não pode significar a redução do consumo de frutas, legumes e verduras, que são fundamentais em uma alimentação saudável e de grande importância na prevenção do câncer."
 O coordenador de Ensino do Inca, Luis Felipe Pinto, disse que o Brasil é o país para o qual a discussão é mais importante, já que é o principal consumidor de agrotóxicos do mundo e tem forte contribuição da agricultura em sua economia. Segundo ele, o Inca não faz isso por "achismo" ou por questão ideológica. "Segue as evidências cientificas, fruto do trabalho de sua equipe e de cientistas no mundo inteiro."
 Pinto justifica o alerta afirmando também que a Organização Mundial da Saúde e o Inca prevêem que, em 2020, o câncer se torne a principal causa de morte no Brasil. Para ele, os efeitos do aumento do uso de agrotóxicos nos últimos anos devem se refletir em ainda mais casos da doença em 15 ou 20 anos: "Houve uma explosão de pesticidas. Em dez anos, subiu oito vezes e meia o gasto econômico [com agrotóxicos], o que é um indicador disso."
 Para o produtor orgânico Alcimar do Espírito Santo, há grande interesse dos agricultores em mudar sua produção para orgânica, mas hesitações econômicas ainda são um entrave. "Há toda uma cultura da agricultura convencional, em que eles já estão acostumados com seus compradores", disse ele. Alcimar classificou a transição difícil, porque a terra que recebia pesticidas e fertilizantes precisa "descansar" por um tempo para produzir produtos livres dessas substâncias.
 O nutricionista do Inca Fábio Gomes destacou que a população que trabalha no campo é a mais afetada pelos agrotóxicos e disse que o consumidor deve incentivar a economia orgânica. "É preciso valorizar os produtos orgânicos. E também interferir e sugerir aos legisladores e tomadores de decisão para que eles valorizem a produção de alimentos livres de agrotóxicos, inclusive encarecendo a produção dos demais itens."

domingo, 5 de abril de 2015

Intoxicação mata mais de 350 mil pessoas por ano, segundo OMS

Genebra - Novos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam o problema mundial e crescente da intoxicação alimentar. O órgão divulgou, nesta semana, números mostrando que, anualmente, 582 milhões de pessoas adoecem e, destas, 351 mil morrem por ingerirem alimentos contaminados. As regiões mais afetadas são África e o Sudeste Asiático. Mais de 40% dos doentes são crianças com menos de 5 anos.

“A produção de alimento foi industrializada e seu comércio e distribuição foram globalizados”, afirma a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, em comunicado. “Estas mudanças trazem várias novas possibilidades de o alimento vir a ser contaminado com bactérias, vírus, parasitas ou substâncias químicas. Um problema local de segurança alimentar pode rapidamente se tornar uma emergência global”.

A contaminação pode causar mais de 200 tipos de doenças, desde diarreia a câncer. Os principais agentes são Salmonella typhi, E. coli e norovírus. Exemplos de opções inseguras incluem alimentos de origem animal crus, frutas e vegetais contaminados com fezes e mariscos contendo biotoxinas marinhas. A insegurança alimentar também representa grandes perdas econômicas. A OMS citou um caso de 2011, quando houve um surto de E.coli na Alemanha, o qual provocou perdas de US$ 1,3 bilhão para agricultores e indústrias.

A OMS diz que governos precisam implementar medidas para se proteger contra a contaminação alimentar e responder rapidamente aos surtos.

Consumidores, por sua vez, deveriam ficar mais atentos à escolha dos produtos, à prática e à higiene no trato com o alimento. Em 7 de abril, a OMS celebra o Dia Mundial da Saúde, e este ano o órgão diz que focará na segurança alimentar. Os números são iniciais e referentes a 2010, os mais recentes disponíveis por enquanto. Um relatório completo sairá em outubro.


Recomendações

Para ficar longe do problema, o mais indicado é sempre consumir alimentos preparados em casa e aqueles que você sabe que foram manipulados com total higiene.

No entanto, fazer refeições com comida caseira parece ser privilégio de poucos hoje em dia. A rotina diária força muitas pessoas a um cardápio recheado de opções como sanduíche natural, churrasquinho, cachorro-quente, pastel, enfim, alimentos encontrados facilmente nas lanchonetes, bares, barracas, quiosques, feiras e até mesmo nas ruas.

Como nem sempre é possível saber como os alimentos foram preparados e se os ingredientes estavam armazenados da maneira correta, é fundamental estar sempre de olho em tudo o que você come e tomar alguns cuidados para evitar a intoxicação alimentar.
Se precisar comer fora de casa, escolha sempre locais de confiança. Procure observar sempre as condições de higiene do ambiente e também do vendedor. A lata de lixo do local deve permanecer sempre fechada. Verifique se as roupas do vendedor estão limpas, se as unhas estão bem cortadas, se o vendedor manuseia os alimentos e recebe o dinheiro ao mesmo tempo, sem lavar as mãos.

Fonte: D24am