terça-feira, 31 de julho de 2012

Técnicos da Sesab e MS Discutem sobre Contaminação em Santo Amaro

     Foto: Jaquelino R. M. Braga
Na última quinta-feira (26/07), técnicos do Centro Antiveneno (Ciave),  da Coordenação de Saúde Ambiental da Diretoria de Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Coviam / Divisa / Sesab) e Ministério da Saúde (MS) participaram durante todo o dia de reunião, em Santo Amaro - BA, para discutir sobre o plano de ações que tem como objetivo atender às especificidades de saúde da população do Município exposta aos metais pesados (chumbo, cádmio, cobre, zinco, entre outros), em conformidade com os princípios e diretrizes do SUS.

Estiveram presentes à reunião Maria Paula Zaitune, consultora do MS; Jucelino Nery, do Ciave; Imeide Santos e Claudine de Araújo, técnicas da Coviam; João Ricardo Costa, Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico; Edson Muniz, Secretário Municipal de Agricultura, Pesca e Recursos Hídricos; Augusto Cesar Lago Secretário Municipal do Meio Ambiente e Serviços Públicos; Janice Brandão, Secretária Municipal de Saúde e José Carlos Souza, vice-presidente da Associação de Moradores de Oliveira dos Campinhos, além de técnicos da Secretaria Municipal de Saúde.

Maria Paula Zaitune ressaltou a necessidade de se agilizar a implantação / implementação das ações  planejadas para a atenção à saúde da população exposta aos contaminantes químicos no município. A secretária de saúde, Dra. Janice Brandão, juntamente com seus técnicos, expuseram sobre as ações até então desenvolvidas e as dificuldades encontradas. A técnica Imeide Santos relatou sobre as providências já adotadas pela Sesab para apoiar as ações do Município e afirmou, ainda, que as medidas necessárias para viabilizar o atendimento a alguns procedimentos de média e alta complexidade, necessários na atenção à saúde da população em questão, serão adotadas à proporção que estas demandas forem surgindo.

Ainda como ações já estabelecidas, o Laboratório Central Gonçalo Muniz (Lacen) irá implantar um Posto de Coleta no Município, para coleta de material biológico visando exames toxicológicos, e o Ciave irá promover capacitação em Toxicologia para os agentes comunitários de saúde, agente de combate às endemias, profissionais de saúde de nível médio e superior daquele município no mês de setembro.

A reunião realizada faz parte de uma série de reuniões que o Grupo de Trabalho Setor Saúde-Santo Amaro, da Sesab, vem realizando ao longo dos últimos meses para apoiar a implantação e implementação das ações em saúde à população exposta aos metais pesados em Santo Amaro.

Fonte: Ciave.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Audiência Pública Marcará Instalação do Fórum Baiano de Agrotóxicos



Será realizada amanhã (31/07), terça-feira, no auditório do Ministério Público do Trabalho - MPT, Corredor da Vitória, audiência pública sobre o uso de agrotóxicos e seus impactos no maio ambiente e na saúde de trabalhadores rurais e consumidores de alimentos. Durante o evento, será instalado o Fórum Baiano de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos.

Capitaneada pelo MPT em parceria com o Ministério Público do Estado da Bahia, a audiência vai discutir aspectos do uso indiscriminado de produtos químicos nas lavouras em todo o território baiano e seus reflexos sobre a natureza e sobre a saúde, tanto das pessoas que lidam com os agrotóxicos quanto de toda a sociedade, que consome alimentos com altas doses dessas substâncias. Nesse sentido, a criação do Fórum é um instrumento essencial para que se desenvolvam políticas públicas e ações de conscientização voltadas para toda a sociedade visando o uso racional dos agrotóxicos.

“A criação do Fórum é um passo fundamental para que os órgãos públicos e as entidades da sociedade civil envolvidos com essa temática possam debater e encontrar meios eficazes de combater os impactos negativos que os agrotóxicos provocam no meio ambiente e na saúde das pessoas que os manuseiam e de todos aqueles que os consomem mesmo sem saber”, declarou o Procurador do Trabalho Dr. Pedro Serafim. Ele é o responsável pela instalação do fórum nacional, depois de ter capitaneado a criação do fórum pernambucano. “Reunir as entidades para definir ações conjuntas é o melhor caminho para enfrentar esse problema”, afirmou.

Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que somente em 2008 foram registradas no país quase 900 mil mortes decorrentes direta ou indiretamente do uso de agrotóxicos. O uso desses produtos cresceu 236% no Brasil entre 2000 e 2007. Na Bahia, o fórum vai reunir órgãos governamentais, entidades da sociedade civil e ONGs com o objetivo de pressionar os governos e os produtores rurais a adotar regras e práticas responsáveis em relação ao uso desses produtos na produção agrícola.

Confira a programação:


Fonte: MPT-BA.

Divast Lança Livros com Orientações Técnicas para a Saúde do Trabalhador


Serão lançadas na próxima quarta-feira (01/08), durante o 1º Encontro da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador na Bahia (RENAST/Bahia), no Grande Hotel da Barra, duas importantes publicações voltadas para a saúde do trabalhador pela Diretoria de Vigilância da Saúde do Trabalhador (Divast).

A primeira relata as "Orientações Técnicas para Ações de Vigilância de Ambientes e Processos de Trabalho" e a segunda trata sobre as "Orientações Técnicas para Proteção da Saúde dos Agentes de Saúde".

O livro "Orientações Técnicas para Ações de Vigilância de Ambientes e Processos de Trabalho" mostra a existência de condições inadequadas nos ambientes de trabalho com exposição de trabalhadores a diversos riscos. Também mostra a utilização de processos de trabalho arcaicos e ou de incorporação de tecnologias que decorrem, muitas vezes, de estratégias gerenciais inapropriadas, o que tem resultado em novas formas de adoecimento dos trabalhadores com aumento significativo de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho.

Já a publicação "Orientações Técnicas para Proteção da Saúde dos Agentes de Saúde", este documento vem preencher uma lacuna quanto à atenção integral e à efetividade das ações e programas voltados para a saúde dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), ao abordar o processo e as condições gerais de trabalho, identificando os diversos riscos e indicando condutas e medidas de promoção e proteção da saúde.

Este último foi elaborado com a colaboração de técnicos de diversos órgão da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia, entre eles o Centro Antiveneno (Ciave).

Fonte: Divast e Ciave. Leia mais.

Cesat Presta Esclarecimento Sobre Vazamento da RLAM


     Foto: Petrobras

Atendendo a denúncia do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), técnicos da diretoria de Vigilância da Saúde do Trabalhador/Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador (Divast/Cesat) realizaram inspeção na Unidade 30 da Refinaria Landulfo Alves (RLAM), a fim de averiguar a existência de vazamentos de substâncias tóxicas, em especial o benzeno. 

Segundo o coordenador de Vigilância da Saúde do Trabalhador, Alexandre Jacobina, durante a inspeção verificou-se que a empresa vem realizando operações de drenagem dos seus equipamentos (vasos, tubulações, bombas...), com o objetivo de proceder à manutenção dos mesmos, e que estas drenagens têm ocorrido sem as devidas medidas de proteção, pois as correntes contaminadas com produtos estão sendo encaminhadas para canaletas abertas, o que tem permitido a presença, no ambiente de trabalho, de vapores de n-hexano com benzeno, em concentrações que colocam em risco a saúde e a vida dos trabalhadores.

O coordenador de Vigilância da Saúde do Trabalhador ressalta que o benzeno é uma substância reconhecidamente carcinogênica e que não apresenta limite seguro de exposição, o que tem resultado em adoecimento e morte de muitos trabalhadores que acabam adquirindo câncer, inclusive com casos registrados na própria empresa.

Jacobina enfatiza que "essa situação na RLAM é inconcebível, tanto do ponto de vista técnico como ético, pois remete aos anos 90, quando os processos de steam-out na antiga Nitrocarbono eram realizados também de forma inadequada, o que propiciava a liberação de benzeno para a atmosfera em altas concentrações". O coordenador lembra ainda que foi nessa empresa que um médico foi a óbito por benzenismo.

Ele assegura que existem hoje diversas tecnologias que possibilitam a captação de vents de torres, tanque e outros equipamentos, para recuperação ou queima dos vapores contaminados com benzeno e outras muitas substâncias tóxicas presentes numa refinaria.

Fonte: Cesat.

domingo, 29 de julho de 2012

Anvisa Atualiza Lista dos Laboratórios Habilitados na Reblas


Foto: Anvisa
Na quinta-feira passada (26/7), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou a resolução RE nº 3174/2012, que apresenta os primeiros laboratórios capacitados na nova versão da Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde (Reblas).

A nova versão da Reblas, regulamentada pela RDC nº 12/2012, traz, além dos requisitos de segurança metrológica dos ensaios, as medidas exatas que os ensaios necessitam ter, os estudos que devem ser realizados pelos laboratórios reconhecidos pelo Inmetro, e a ação da vigilância sanitária sobre os riscos sanitários envolvidos no serviço analítico, conforme licença sanitária.   

Para a gerente-geral de Laboratórios de Saúde Pública da Agência, Lais Dantas, a Reblas é uma rede de laboratórios segura. “Harmonizando os critérios metrológicos e sanitários, a Anvisa disponibiliza à sociedade uma Rede de Laboratórios atualizada, capaz de oferecer serviços analíticos com a segurança e confiabilidade requeridas”, diz Dantas.

A Reblas foi criada pela Agência em 1999 para prestar serviços laboratoriais referentes a produtos sob vigilância sanitária, conforme os princípios de gestão da qualidade de análise e de boas práticas de laboratório. A rede é composta por laboratórios analíticos públicos ou privados.

A publicação da habilitação dos laboratórios e seus ensaios é atualizada permanentemente e pode ser acessada no portal da Anvisa (http://portal.anvisa.gov.br), no campo Laboratórios.

Os laboratórios habilitados pela Anvisa são capazes de oferecer serviços de interesse sanitário com qualidade, confiabilidade, segurança e rastreabilidade.

Atualmente, são quatro laboratórios habilitados na região nordeste: o Instituto de Desenvolvimento e Estudos Farmacêuticos Ltda (IDEF) e o Centro de Tecnologia do Couro e do Calçado Albano Franco (CTCC), ambos na Paraíba, e o Qualiágua Laboratório e Consultoria Ltda e o laboratório do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, ambos em Pernambuco.

Na área de Toxicologia, são apenas 2 no país: o laboratório da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (FEPPS), em Porto Alegre, e o T & E Analítica Comércio e Análises Químicas Ltda (para Agrotóxicos), em Campinas-SP.

Fonte: Anvisa. Leia mais.

Medicamentos de Venda Livre Expostos ao Alcance do Consumidor


Na última sexta-feira (27/7) foi publicada no Diário Oficial da União a Resolução da Anvisa RDC 41, a qual determina que os medicamentos isentos de prescrição (MIP) poderão permanecer ao alcance dos usuários nas gôndolas de farmácias e drogarias de todo o país.

De acordo com a RDC, os medicamentos de venda livre devem ficar em área segregada à área destinada aos produtos correlatos, como cosméticos e produtos dietéticos, por exemplo, e devem ser organizados por princípio ativo para permitir a fácil identificação pelos usuários. 
A nova RDC altera o artigo 40 da RDC 44 de 2009, a qual exigia que os medicamentos isentos de prescrição fossem posicionados atrás do balcão. Aquela RDC tinha como objetivo reduzir a automedicação e evitar o uso irracional de medicamentos pela população.

A nova resolução determina ainda que, na área destinada aos medicamentos, cartazes sejam posicionados com a seguinte orientação: “MEDICAMENTOS PODEM CAUSAR EFEITOS INDESEJADOS. EVITE A AUTOMEDICAÇÃO: INFORME-SE COM O FARMACÊUTICO”.

De acordo com a Anvisa, a RDC 44 foi amplamente questionada pelo setor produtivo e rendeu-lhe cerca de 70 processos judiciais. Além disso, nos últimos meses, onze estados criaram leis estaduais e também reverteram a decisão da Anvisa.

Ainda de acordo com a Agência, a incerteza no ambiente regulatório motivou-lhe a fazer uma reavaliação da RDC 44. 
Um Grupo de Trabalho (GT) da Anvisa apresentou estudo que avaliou o marco regulatório dos medicamentos isentos de prescrição. De acordo com o estudo, a RDC 44/2009 não contribuiu para reduzir o número de intoxicações no país e apontou uma maior concentração de mercado, o que evidencia o predomínio da prática da “empurroterapia” e prejuízo ao direito de escolha do consumidor no momento da compra desses produtos.

Em abril de 2012 foi aberta a 
Consulta Pública 27/2012, submetendo a questão à apreciação da população. Segundo a Anvisa, a maioria das contribuições recebidas apontava para a alteração da RDC 44/2009. 

Avaliando que a RDC 44/09, no que diz respeito ao posicionamento dos medicamentos isentos de prescrição, não trouxe benefícios ao consumidor, a Diretoria Colegiada da Anvisa decidiu alterar a norma e permitir que os Medicamentos de venda livre sejam posicionados ao alcance do consumidor nas gôndolas das farmácias e drogarias do país.

Fonte: Anvisa. Leia mais.

Ciave Realiza Sessão Científica Sobre Cáusticos


O Ciave realizou na tarde da última quarta-feira, 24/07, mais uma sessão cientifica, desta vez com o tema "Acidentes por Substâncias Cáusticas". Coordenado pela enfermeira Edilúcia Salomão e o médico Daniel Rebouças, diretor do Centro, o evento contou com a participação dos estagiários de diversas áreas e técnicos do Ciave.
A sessão científica teve como palestrantes os académicos Maraíze Gomes Cruz, de Farmácia, que abordou sobre "Características Gerais dos Cáusticos e a Epidemiologia das Ocorrências"; Gabriela Almeida Borges, de Enfermagem, falando sobre "Tipos de Lesões Provocadas por Cáusticos"; Augusto Franz Conti Rocha Filho, de Medicina, que explanou sobre "Condutas Terapêuticas Iniciais nos Acidentes por Cáusticos", além do Dr. Paulo Paternostro, médico endoscopista do Centro de Hemorragia Digestiva do Hospital Geral Roberto Santos, que falou sobre "Esofagite Cáustica: o papel da endoscopia", e a psicóloga Soraya Carvalho, coordenadora do Núcleo de Estudo e Prevenção do Suicídio do Ciave (NEPS), que abordou sobre a "Abordagem Psicanalítica do Suicídio".
Os cáusticos estão presentes em diversos produtos do cotidiano da população em geral como desinfetantes, desengordurantes, desentupidores de pia, limpadores de forno, limpadores e polidores em geral, produtos para piscina, dentre outros, e causam acidentes graves na maioria dos casos.
O Ciave registrou cerca de 7.400 casos de intoxicações em 2009. Destas ocorrências, 453 envolveram produtos cáusticos, principalmente água sanitária (hipoclorito de sódio), soda cáustica (hidróxido de sódio), ácido muriático (ácido clorídrico) e amoníaco (hidróxido de amónio).
Fonte: Ciave.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Aspectos Toxicológicos dos Incêndios


Em Salvador e região metropolitana tivemos, nos últimos meses, vários incêndios de diferentes proporções: loja de enxovais na Avenida Sete (28/03); galpão da Megastore da Insinuante (10/04), em Lauro de Freitas;  loja na Baixa dos Sapateiros (19/04); casarão no Centro de Salvador (23/04); subestação de energia da Coelba (27/05); setor do Hospital São Rafael (06/06); área externa do Hospital das Clínicas (11/07); prédio do Instituto do Cacau da Bahia (16/07), no Comércio, e em uma pizzaria no bairro da Pituba (23/07).

Este tipo de evento apresenta, também, a sua relevância do ponto de vista toxicológico. Não só para a população em geral, mas também para os profissionais que combatem o fogo.

Devemos lembrar que a fumaça é uma mistura complexa constituída de ar quente, partículas sólidas e líquidas em suspensão e gases tóxicos, o que a torna extremamente perigosa para a saúde das pessoas e para o meio ambiente.

Os gases tóxicos que são liberados num incêndio dependem, em grande parte, do tipo de material químico ou substância que está queimando e podem ser classificados, em grande parte, como irritantes respiratórios e asfixiantes.

Todos os agentes tóxicos podem causar grandes danos à saúde se estiverem presentes  em altas concentrações.

Em pessoas saudáveis a ​​fumaça pode irritar o trato respiratório (tosse, corrimento nasal e irritação de garganta) e olhos (conjuntivite, lacrimejamento), além de gerar outras manifestações, como tontura e dor de cabeça.

É importante ressaltar que a fumaça tende a piorar os sintomas daqueles que já possuem problemas respiratórios como asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), caso em que estes pacientes podem apresentar dificuldade em respirar, tosse, sensação de aperto no peito e respiração ofegante.

Além disso, crianças, mulheres grávidas e os idosos são grupos de risco, devendo-se tomar as medidas de precaução.

Entre os gases tóxicos se destaca o monóxido de carbono. Podemos encontrar, dentre muitas outras substâncias, o cianeto e cloreto de hidrogênio (ácido clorídrico), dióxido de carbono (CO2) e o dióxido de nitrogênio (NO2).

O monóxido de carbono (CO) consiste num gás inodoro e altamente inflamável. Está presente em quase todas as situações de incêndio, independente do material envolvido na queima ou tipo de incêndio. Isso se deve ao fato de o CO ser produzido pela queima dos materiais que possuem carbono em sua estrutura. Como gás asfixiante, leva à baixa de oxigênio (O2) nos tecidos corporais, principalmente nos tecidos cerebrais, levando à inconsciência e asfixia.

O cianeto de hidrogênio (ácido cianídrico, HCN) é liberado da combustão de nylon, plásticos e resinas. Consiste num gás altamente tóxico e com presença de odor.  Apresenta alta mobilidade e capacidade de penetração em substâncias ou materiais porosos, como paredes e muros, por possuir baixo peso molecular. Os efeitos da intoxicação do HCN nas fases iniciais se distinguem do CO, embora apresentem similaridade nos efeitos finais. Enquanto o processo inicial de intoxicação do CO tende a ser lenta, a intoxicação por HCN é rápida e dramática.

O ácido clorídrico (HCl) pode se formar a partir da queima de vários polímeros, gerando um efeito irritante e corrosivo aos olhos, pele e mucosas. A baixos níveis de exposição os efeitos do gás HCl se caracterizam por irritações na garganta, seguido de rouquidão, inflamação e ulceração das vias respiratórias e edema pulmonar. A níveis elevados, ocorre o estreitamento dos brônquios, com acúmulos de líquidos nos pulmões, seguido de morte.

O CO2 é um gás asfixiante, encontrado na concentração de 20,95% no ar atmosférico e tende a reduzir a concentração de O2 no ambiente. Quando sua concentração reduz o O2 para valores inferiores a 16%, os efeitos incapacitantes começam a ocorrer.  Em concentração de 16%, a freqüência respiratória e circulatória é aumentada e ocorre a diminuição da coordenação motora. A 14% de oxigênio, o indivíduo ainda está consciente, porém apresenta distúrbios respiratórios, fadiga e tontura. Em uma concentração de 10%, há o aparecimento de náuseas, inconsciência e privação motora. Já numa concentração de 6% ocorre convulsão e parada respiratória, seguido de parada cardíaca e morte.

As recomendações básicas e medidas preventivas são:

  • fechar portas e janelas para evitar a entrada da fumaça;
  • usar uma máscara ou manter um pano úmido sobre o nariz e a boca (esta medida simples oferece alguma proteção contra a inalação de fumaça);
  • se você ou alguém da sua família está grávida ou pertencem a grupos de risco (crianças, idosos, pacientes com asma ou DPOC) é aconselhável passar para um local menos contaminado.


Uma vez controlado o incêndio:
  •  se há cinzas em seu quintal, evite que seus filhos engatinhem e brinquem no chão, bem como evitem que os animais domésticos consumam alimentos diretamente do chão;
  • para limpar as cinzas, usar uma máscara e molhar previamente a superfície a ser varrida. Isso impede que as cinzas se dispersem no ar e possam ser inaladas;
  • diante da má qualidade do ar, evitar atividades desportivas nas proximidades do local;
  • mantenha sempre visíveis e em fácil acesso os números do corpo de bombeiros, policia e centro antiveneno;
  • mantenha-se atento às recomendações da autoridade sanitária.



Fontes: Ciave e Cituc. Leia mais.



Vazamento de Benzeno na RLAM


  Foto: Petrobras.
Na madrugada do dia 13/07 (sexta-feira) iniciou-se um vazamento de querosene contaminado com benzeno no piso do tanque subterrâneo de drenagem da unidade da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em Madre de Deus, na Região Metropolitana de Salvador.

O setor de Segurança Industrial da refinaria paralisou as atividades no local após a constatação do vazamento, o que ocorreu em diversos pontos.

Segundo informações do Sindipetro-Ba, a linha subterrânea de drenagem dos principais equipamentos da unidade para o tanque de drenagem rompeu, na madrugada do sábado (14), gerando um vazamento ainda maior do produto com contaminação do solo e subsolo.

Técnicos do Centro Estadual de Saúde do Trabalhador (CESAT) visitaram o local para fazer inspeção na parada de manutenção da U-30/31 e áreas atingidas pelo vazamento do benzeno. Já na última sexta-feira (20/07), auditores da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego na Bahia  (SRTE-BA) interditaram a U-30.

A exposição ao benzeno, um hidrocarboneto, é rapidamente absorvido por via respiratória. Estudos demonstram que a média de absorção respiratória em humanos é de aproximadamente 50%. Com relação à absorção oral, não existem dados em humanos, mas estudos em animais demonstram que cerca de 90% é absorvido por esta via. A absorção dérmica do benzeno é baixa em humanos e animais (menos de 1%). A sua principal via de metabolização é a hepática.

Nas exposições agudas, a absorção do benzeno provoca efeitos tóxicos para o Sistema Nervoso Central causando, de acordo com a quantidade absorvida, narcose e excitação, sonolência, tonturas, cefaléia, náuseas, vômitos, taquicardia, arritmias, dificuldade respiratória, tremores, convulsões, perda da consciência e morte.
Os seus vapores são, também, irritantes para as mucosas oculares e respiratórias. A aspiração do benzeno em altas concentrações pode provocar edema pulmonar.

Vários tipos de alterações sangüíneas estão relacionados à exposição ao benzeno, como a leucopenia (principal repercussão hematológica da hipoplasia secundária ao benzeno) e, em menor freqüência, a plaquetopenia isolada ou associada à neutropenia. Pode ocorrer aplasia da medula óssea, que corresponde à depressão de todas as linhagens hematológicas se expressa no sangue periférico através de pancitopenia (leucopenia, plaquetopenia e anemia).

Alterações neuro-psicológicas e neurológicas são descritas na literatura, como alteração da atenção, da percepção, da habilidade motora, da visão espacial, da viso-construtiva, da função executiva, do raciocínio lógico, da linguagem, da aprendizagem, do humor, assim como déficit de memória. Podem surgir ainda astenia, cefaléia, depressões, insônia, agitação e alterações de comportamento.

A RLAM foi uma das primeiras unidades de refino do Brasil. Com capacidade para processar até 323 mil barris de petróleo, atualmente, é a segunda maior refinaria da Petrobras em capacidade instalada e complexidade.

Em suas instalações funciona a maior unidade de craqueamento catalítico (fracionamento do petróleo com o uso de catalisadores) de resíduos da América Latina. Além disso, a refinaria conta com uma fábrica de asfalto, parques de armazenamento para petróleo e derivados, estações de carregamento rodoviário, uma estação de medição para produtos acabados, uma central termelétrica, uma estação de tratamentos de efluentes industriais e um sistema de tratamento de águas.

Diariamente, a unidade coloca no mercado dezenas de derivados, incluindo gasolina, diesel, GLP (gás de cozinha), nafta, óleos lubrificantes, parafinas, n-parafinas, solventes e querosene de aviação. Os produtos abastecem principalmente os estados da Bahia e Sergipe, mas são também enviados para clientes do sul e sudeste do país, além de exportados para países como Estados Unidos e Argentina.

Fontes: Sindipetro / G1 Bahia / Correio / Ciave / Petrobras. Leia mais.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

8º Congresso de Toxicologia em Países em Desenvolvimento


8º Congresso de Toxicologia em Países em Desenvolvimento será realizado em Bangkok, Tailândia,  no período de 10 a 23 de setembro deste ano, promovido pela Sociedade Tailandesa de Toxicologia e União Internacional de Toxicologia (IUTOX).

O evento, que terá como tema “compartilhar o conhecimento toxicológico para a vida e meio ambiente saudáveis”, visa oferecer um fórum para a discussão de problemas toxicológicos que enfrentam os países em desenvolvimento e para troca de pontos de vista entre toxicologistas de todo o mundo, especialmente dos países em desenvolvimento e regiões.

De acordo com a programação do Congresso, diversos palestrantes internacionais participarão e, dentre eles, estará o farmacêutico brasileiro, doutor em Bioquímica, Ernani Pinto. Ele abordará o tema “Saxitoxinas em água doce”, no âmbito do simpósio entitulado “Toxinas de origem alimentar em países em desenvolvimento”.

O Dr. Ernani é professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP e possui mais de 60 artigos publicados em periódicos especializados, além de cerca de 100 trabalhos/resumos em congressos nacionais e internacionais. Ernani atua na área de Toxicologia, Metabolômica e Proteômica, com ênfase em análises de toxinas, produtos naturais de algas e cianobactérias e produtos de degradação de medicamentos.

As saxitoxinas são produzidas por dinoflagelados que constituem o fitoplâncton (base da cadeia alimentar existente no meio de vida aquático). Sob condições ambientais favoráveis (como temperatura superior a 5-8ºC, presença de nutrientes e luz, baixa salinidade, etc) pode ocorrer um aumento explosivo da população de dinoflagelados, e que, devido aos pigmentos que possuem, provoca uma coloração avermelhada ou amarelada da água formando as chamadas marés vermelhas.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Seminário sobre a Vigilância de Populações Expostas a Contaminantes Químicos


Técnicos do Centro de Informações Antiveneno (Ciave) participarão na próxima quarta-feira (18/07), em Salvador, do Seminário sobre a Vigilância de Populações Expostas a Contaminantes Químicos (Vigipeq).

Promovido pela Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental (Divisa) da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), o evento será realizado no Hotel Vila Velha, no Corredor da Vitória, das 08h30 às 18h00, tendo como objetivo promover articulação intra e intersetorial visando a melhoria das ações de vigilância de populações expostas a contaminantes químicos.

O Seminário será constituído de duas mesas-redondas compostas por representantes da Secretaria da Indústria Comércio e Mineração (SICM), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) da Secretaria de Estado de Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri), do Instituto do Meio Ambiente (Inema), do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde (COSEMS), órgãos da Sesab e outros.

A participação deve ser confirmada através do telefone (71) 3270-5772 ou por e-mail (divisa.coviam@gmail.com).



Fonte: Divisa.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Anvisa Lança Boletim de Farmacovigilância


A Anvisa lançou nesta terça-feira (10/7) a primeira edição do Boletim de FarmacovigilânciaO Boletim possui a perspectiva de fornecer um feedback aos atores que compõem o Sistema Nacional de Farmacovigilância acerca das medidas regulatórias adotadas com base nas notificações de eventos adversos a medicamentos. Também tem por objetivo difundir conhecimento e orientações sobre o tema aos profissionais de saúde, à Rede Sentinela e às vigilâncias sanitárias dos Estados, Municípios e do Distrito Federal.

O boletim, com periodicidade trimestral, apresenta um histórico da Farmacovigilância no Brasil, com exemplos de medicamentos retirados do mercado por problemas relacionados a eventos adversos ao longo dos anos, além da definição de conceitos básicos. Divulga, ainda, o cenário das notificações de eventos adversos recebidos por meio do Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária (Notivisa), no período de 2008 a 2011, e as últimas comunicações sobre segurança de medicamentos.


De acordo com o conceito da Organização Mundial de Saúde - OMS, a Farmacovigilância compreende as atividades relativas à detecção, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou outros problemas relacionados a medicamentos.

Fonte: Anvisa. Leia mais.

Anvisa Alerta para Risco de Consumo de Suplemento Alimentar


Foto: Anvisa.

O consumo de alguns suplementos alimentares, como Jack3D, Oxy Elite Pro, Lipo-6 Black, entre outros, pode causar graves danos à saúde das pessoas. É o que alerta a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em informe, publicado nesta terça-feira (10/7).
De acordo com o alerta da Agência, alguns desses suplementos contêm ingredientes que não são seguros para o consumo como alimentos ou contêm substâncias com propriedades terapêuticas, que não podem ser consumidas sem acompanhamento médico.  Os agravos à saúde humana podem englobar efeitos tóxicos, em especial no fígado, disfunções metabólicas, danos cardiovasculares, alterações do sistema nervoso e, em alguns casos, levar até a morte.
“O forte apelo publicitário e a expectativa de resultados mais rápidos contribuem para uso indiscriminado dessas substâncias por pessoas que desconhecem o verdadeiro risco envolvido”, afirma o diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa, José Agenor Álvares. O alerta da Anvisa ressalta, ainda, que muitos desses suplementos alimentares não estão regularizados junto à Agência e são comercializados irregularmente em nosso país.
Segundo o diretor da Anvisa, são produtos fabricados a partir de ingredientes que não passaram por avaliação de segurança. “Esses suplementos contém substâncias proibidas  para uso em alimentos como: estimulantes, hormônios ou outras consideradas como doping pela Agência Mundial Antidoping”, explica Álvares.
Recentemente, a Organização Mundial de Saúde, por meio da Rede de Autoridades em Inocuidade de Alimentos, alertou que vários países têm identificado efeitos adversos associados ao consumo da substância dimethylamylamine (DMAA), presente em alguns suplementos alimentares. O DMAA é um estimulante usado, principalmente, no auxílio ao emagrecimento, aumento do rendimento atlético e como droga de abuso.
Essa substância,  que tem efeitos estimulantes sobre o sistema nervoso central, pode causar dependência, além de outros efeitos adversos, como insuficiência renal, falência do fígado e alterações cardíacas, e pode levar a morte. Alguns países já proibiram a comercialização de produtos que contém DMAA, como Austrália e Nova Zelândia.
“O DMAA tem sido adicionado indiscriminadamente aos suplementos alimentares, apesar de não existir  estudos conclusivos sobre a sua dose segura”, afirma Álvares. No Brasil, o comércio de suplementos alimentares com DMAA também é proibido.
Na última terça-feira (3/7), a Anvisa incluiu o DMAA na lista de substâncias proscritas no país, fato que impede a importação dos suplementos que contenham a substância, mesmo que por pessoa física e para consumo pessoal. Entre os suplementos alimentares que possuem DMAA estão: Jack3D, Oxy Elite Pro, Lipo-6 Black, entre outros.
A regulamentação sanitária brasileira permite que pessoas físicas importem suplementos alimentares para consumo próprio, mesmo que esses produtos não estejam regularizados na Anvisa. Entretanto, esses suplementos não podem ser importados com finalidade de revenda ou comércio ou conter substâncias sujeitas a controle especial ou proscritas no país, como é o caso do DMAA.
Cada país controla esses produtos de maneira específica e, em muitos casos, não são realizadas avaliações de segurança, qualidade ou eficácia antes da entrada desses suplementos no mercado.  “Os consumidores devem estar atentos e checar se esses suplementos foram avaliados por autoridades sanitárias do país de origem e se não foram submetidos ao processo de recolhimento”, orienta o diretor da Anvisa.
No Brasil, alimentos apresentados em formatos farmacêuticos (cápsulas, tabletes ou outros formatos destinados a serem ingeridos em dose) só podem ser comercializados depois de avaliados quanto à segurança de uso, quando se considera eventuais efeitos adversos já relatados. Além disso, precisam ser registrados junto à Anvisa antes de serem comercializados.
De acordo com o diretor da Anvisa, produtos conhecidos popularmente como suplementos alimentares não podem alegar propriedades ou indicações terapêuticas. “Propagandas e rótulos que indicam alimentos para prevenção ou tratamento de doenças ou sintomas, emagrecimento, redução de gordura, ganho de massa muscular, aceleração do metabolismo ou melhora do desempenho sexual são ilegais e podem conter substâncias não seguras para o consumo”, alerta Álvares.
Fonte: Anvisa. Leia mais.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Agrotóxico Metamidofós Banido do País


A partir deste mês de julho, o agrotóxico metamidofós está banido do mercado brasileiro. Devido aos problemas para a saúde relacionados ao uso do produto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, em janeiro de 2011, a retirada do agrotóxico do mercado nacional.
Estudos toxicológicos apontam que o metamidofós é responsável por prejuízos ao desenvolvimento embriofetal. Além disso, o produto apresenta características neurotóxicas, imunotóxicas e causa toxicidade sobre os sistemas endócrino e reprodutor.
“Ao longo do processo de discussão com os diversos setores da sociedade sobre a retirada do produto do mercado, não foram apresentadas provas de que o produto é  seguro para a saúde das pessoas”, explica o diretor da Anvisa José Agenor Álvares. No Brasil, o inseticida era utilizado para o controle de pragas nas culturas de algodão, amendoim, batata, feijão, soja, tomate para uso industrial, e trigo.
O metamidofós teve o uso banido em países como China, Paquistão, Indonésia, Japão, Costa do Marfim e Samoa. No bloco de países da Comunidade Europeia, o agrotóxico também foi proibido. 
Fonte: Anvisa. Leia mais.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

CBTOX 2013


O XVIII Congresso Brasileiro de Toxicologia (CBTOX 2013) será realizado em Porto Alegre-SP, no período de 07 a  10 de outubro 2013, no Hotel Plaza São Rafael.

Promovido pela Sociedade Brasileira de Toxicologia (SBTox) e Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS, o evento terá como tema “os desafios da Toxicologia frente às novas tecnologias”.

Mais informações podem ser obtidas através do e-mail ageventos@ageventos.com.br.

Fonte: SBTox.