segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Dossiê alertando sobre o uso de agrotóxicos é lançado em Brasília com presença de ministros

Foto: Wanessa Marinho/CTA-ZM.
Dossiê Abrasco: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos foi lançado em Brasília no dia 16 durante o Seminário Dialoga Brasil Agroecológico. Estavam presentes no Palácio do Planalto lideranças do movimento agroecológico de todo o país e os ministros Miguel Rosseto, da Secretaria Geral da Presidência da República, e Patrus Ananias, do Desenvolvimento Agrário. Desde o ano passado a obra está sendo lançada em diversos estados.
 “Esse lançamento é significativo neste momento, porque entendemos que é mais um ato de reivindicação do lançamento imediato do Pronara (Programa Nacional de Redução do Uso de Agrotóxicos). Estamos apresentando esse grave problema em todas as suas dimensões, e os caminhos da agricultura sem agrotóxicos: temos respostas, soluções, territórios no Brasil com agroecologia para reverter essa situação triste de campeão mundial de agrotóxicos. É um ato em defesa da agroecologia, e dessa obra que tem importância para políticas públicas”, afirmou Denis Monteiro, secretário executivo da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).
O Dossiê está sendo lançado em todo o Brasil e os organizadores estão recebendo convites para eventos em universidades por todo o país, disse Marcelo Firpo, membro da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva). Para os movimentos da saúde, disse o professor da Fiocruz, a agroecologia é um exemplo contundente da promoção emancipatória da saúde.
“Nos últimos 20 anos expande-se a agroecologia, e por outro lado o Brasil se torna o país que mais consome agrotóxicos no momento em que o mundo faz o caminho reverso. É fundamental que a saúde assuma um papel central no desenvolvimento, mostrar os efeitos econômicos perversos dos impactos dos agrotóxicos. O Brasil gasta bilhões de dólares com tratamentos crônicos associados a contaminações químicas. Corremos riscos da flexibilização da regularização e controle de agrotóxicos no Brasil, abrindo mão dos critérios de saúde em nome de uma emergência econômica do agronegócio. Consideramos o Pronara absolutamente fundamental, depende dele todos os avanços que esperamos”, destacou.
O livro foi feito por muitas mãos, com a participação de Universidades, Fiocruz, Embrapa, Inca e movimentos sociais, como a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), explicou a pesquisadora Karen Friedrich, do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz). Após ser dividido em quatro capítulos lançados em vários momentos, em 2014 virou um livro atualizando os estudos científicos, complementou. Segundo ela, o dossiê defende a aroecologia ea  reforma agrária como caminho para por fim aos agrotóxicos e tornar o Brasil um país mais saudável.
“Nesse processo vimos várias ações de desregulações na área dos agrotóxicos e meio ambiente. A obra evidencia contaminações e cada capítulo encera com dez proposições, como proibir os agrotóxicos banidos em outros países e a suspensão das isenções tributárias. Desde 2008 o consumo de agrotóxicos vem aumentando, 86% está em apenas seis culturas embora a pulverização área contamine outros cultivos e recursos naturais. A soja se mantém constante, mas o uso do herbicida dispara a partir do momento que liberaram suas sementes transgênicas. Diminuindo a área plantada de feijão, mandioca e arroz ao mesmo tempo do crescimento das commodities”, concluiu. 

domingo, 27 de setembro de 2015

"Quanto menos se fala no suicídio, mais propício que ele aconteça", diz especialista

Em termos mundiais, o suicídio é a principal causa de morte de pessoas entre 15 e 29 anos. No Brasil, é o terceiro fator que mais mata nessa faixa etária, perdendo apenas para homicídios e acidentes de trânsito. Com o objetivo de tentar evitar que esses números aumentem, existe no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) o Núcleo de Estudo e Prevenção do Suicídio (Neps), parte integrante do Centro de Informações Antiveneno (Ciave). Criado em 2007, o Neps busca acompanhar pacientes que tentaram suicídio e oferecer tratamento àqueles que não tentaram, mas correm esse risco. Em entrevista ao Bahia Notícias, a idealizadora e coordenadora do Neps, Soraya Carvalho, explicou o funcionamento do espaço, desafios enfrentados e problemas ligados ao suicídio. "Quanto menos a gente fala sobre o assunto, mais propício que ele aconteça. Quando a gente desmistifica e diz coisas como 'isso pode acontecer com qualquer pessoa' ou 'ele vinha se manifestando dessa maneira', mostra que as pessoas devem estar atenta a sinais", explicou a psicóloga sobre como ajudar um possível suicida. A especialista é ainda autora do livro "A morte pode esperar?", no qual aborda o suicídio.


Soraya Carvalho, coordenadora do Neps.  (Foto: Jamile Amine)
Quais são as principais atividades realizadas pelo Neps?
Vou só fazer uma introdução, porque antes do Neps propriamente dito, já existia um serviço de psicologia do Centro de Informações Antiveneno, onde era prestado atendimento e acompanhamento psicológico de pacientes que haviam tentado suicídio e eram socorridos na emergência do Hospital Roberto Santos. O atendimento começava na emergência, se estendia durante todo o período em que o paciente permanecia internado e, após a alta, havia o atendimento ambulatorial. Depois de 16 anos de funcionamento com esse formato, sugeri à direção na época que nós ampliássemos o serviço. Que ele deixasse de ser só um serviço de assistência e que passasse a ser também um trabalho no nível da prevenção. Nós mantivemos o formato anterior, de atender pacientes que haviam tentado suicídio, e passamos a atender também pacientes que ainda não haviam tentado, mas que corriam o risco de fazê-lo. Normalmente, pacientes com depressão grave e que tenham ou não já tentado suicídio. Atualmente, além de acompanhamento psicológico, o paciente também já dispõe de um acompanhamento psiquiátrico e de terapia ocupacional. Os atendimentos são individuais e também de grupo, no caso da terapia ocupacional.

Como esses pacientes chegam até o núcleo?
Existem duas portas de entrada: a primeira seria pela emergência do Hospital Roberto Santos, após a tentativa de suicídio, ou por meio do ambulatório, que pode ser por demanda espontânea ou encaminhado por um profissional da saúde. Então se um paciente ou a família reconhece a necessidade, ele pode se dirigir diretamente e pedir o atendimento. O único problema que nós temos atualmente é que o Neps cresceu muito - hoje temos dois psicólogos, três psiquiátricas, duas terapeutas ocupacionais e uma enfermeira -, mas nós não damos conta da demanda. Para se ter uma ideia, nós temos uma média de 100 novos casos de tentativas de suicídio por mês. Salvador é considerada a capital com menor índice de suicídios no Brasil. Ainda assim, nós temos uma média de 100 novos casos todo mês. Então existe uma demanda muito grande. Para resolver esse problema, nós estamos organizando um curso de capacitação de atendimento de pacientes suicidas dirigido para profissionais da saúde mental para que os Caps [Centro de Atenção Psicossocial], os centros de saúde e os próprios hospitais que trabalham na linha da saúde mental. O formato que a gente acolhe esses pacientes é completamente diferente daquele usado para pacientes com transtornos mentais no geral. É necessário que esses profissionais estejam capacitados para atender a essa demanda e, dessa forma, resolver o problema da lista de espera que a gente já tem.

De que forma é realizado o atendimento? O paciente é internado?
O Neps, na verdade, é um ambulatório de saúde mental que funciona dentro do Hospital Roberto Santos.. Ele não funciona 24 horas. O paciente é atendido em uma consulta ambulatorial ou está internado por conta de intoxicação. Esse paciente recebe atendimento enquanto está internado no hospital e, após a alta, no nível ambulatorial. Não existe internamento no Neps.

Qual a taxa de suicídios e de tentativas de suicídio na Bahia?
Segundo os dados da OMS, registra-se uma média de 1 milhão de suicídios por ano no mundo, o que corresponderia a um sucídio a cada 40 segundos. No Brasil, nós temos um suicídio a cada hora, o que daria 3 mil suicídios por ano. Na Bahia, esses índices são bem menores. Em geral, o Brasil tem uma média de 4,5 a 5,6 suicídios por cada 100 mil habitantes. Essa média é considerada baixa com relação ao resto do mundo. Entretanto, nós ocupamos o nono lugar no ranking mundial em números absolutos. O suicídio é um problema de saúde pública mundial e nós não temos um programa nacional de prevenção do suicídio. Começa a surgir, de forma muito incipiente, o primeiro plano em Brasília, mas ainda não temos um plano nacional. Existem núcleos locais pondo em prática. Voltando aos números, estima-se de 10 a 25 tentativas de suicídio para cada suicídio. Se a gente tem 1 milhão de suicídios no mundo, a gente pode ter 25 milhões de tentativas. O que se gasta anualmente para tratar o suicídio e suas sequelas é equivalente ao custo de uma guerra. Há estudos que mostram ainda que já morreu mais gente por suicídio, na história da humanidade, do que em guerras. Outro dado interessante é que ele é a primeira causa de morte no mundo entre pessoas de 15 aos 29 anos. Já no Brasil, é a terceira causa de morte nessa faixa etária. A gente só perde para os homicídios e os acidentes de trânsito.

Apesar desses números alarmantes, há uma espécie de regra sobre não se falar em suicídios. Por que isso?
Suicídio e a morte são temas que não se quer falar ou ouvir. Existe até mesmo um mito de que a imprensa não deve divulgar, porque, quanto mais você divulga, mais promove novos suicídios. Existe até um manual de prevenção do suicídio para a imprensa. Na verdade, existem vários manuais confeccionados pela OMS, por uma equipe coordenada por um brasileiro, Manoel Bertolote, que servem para orientar diferentes profissionais sobre como contribuir para a prevenção do suicídio. No que diz respeito à imprensa, sabe-se que os casos não devem ser divulgados de forma sensacionalista, porque isso promove de alguma forma novos suicídios. Ainda assim, a gente sabe que a imprensa tem um papel fundamental, porque divulga os fatores de risco, os sinais e sintomas para que a população possa identificar e encaminhar para os locais especializados para tratamento os possíveis pacientes.

No jornalismo, não divulgamos suicídios. Em alguns casos, é apresentado o comportamento do paciente anteriormente à morte. Deixar a entender que foi um suicídio é um tipo de alerta positivo?
Acho que o papel da imprensa é justamente divulgar que está muito próximo. A gente não pode deixar de falar no assunto, porque o suicídio é apenas uma saída para a vida. Eu costumo dizer que o suicídio é uma carta na manga, é aquilo que o sujeito pode dispor quando a vida lhe parece insuportável. Não é inumano tentar se matar. Quanto menos a gente fala sobre o assunto, mais propício que ele aconteça. Quando a gente desmistifica e diz coisas como “isso pode acontecer com qualquer pessoa” ou “ele vinha se manifestando dessa maneira”, mostra que as pessoas devem estar atenta a sinais. Nessa questão das redes sociais, por exemplo, nós vemos que os pacientes falam coisas como “a vida está muito difícil, eu não vou suportar”, “se eu pudesse, eu morria”, “por que Deus não me dá um câncer?”. Quando os amigos sabem que essas falas são um sinalizador de que a pessoa não está bem, eles podem ajudar. O importante é nunca dizer coisas como “tire isso da cabeça”, porque isso é o comum para muitas pessoas e é um grande problema. Quanto menos a gente permite que o sujeito fale, maior a chance dele atuar. Se a gente puder perguntar o que está havendo e suportar o que o outro vai dizer, é a melhor forma de ajudar, e não dizendo que está tudo bem, que é para ele tirar aquilo da cabeça e que a vida é bela. A melhor forma de ajudar é acolher, suportar o que essa pessoa tem a dizer e, se for o caso, levá-lo a uma ajuda especializada. Então, voltando à pergunta, a imprensa é fundamental quando ela diz o desmembramento de uma pessoa em depressão que pode chegar ao suicídio. Então, se a sociedade está atenta e tem informação, ela pode intervir. A base de tudo é a informação, então a imprensa é fundamental.

Então a tecnologia tem um papel positivo sobre isso? Quais as consequências negativas das redes sociais, por exemplo?
Positivo se for bem utilizado. O problema é que também pode ser utilizado negativamente. A gente sabe que existem comunidades de pessoas que ensinam as outras a se suicidar ou de pessoas que se autoflagelam e mostram essas fotos. Esses grupos têm um efeito bacana no sentido de que, de alguma maneira, eles se ajudam, mas podem também trazer outros prejuízos se não forem bem conduzidos. Algumas pessoas, por exemplo, podem usar a internet para perguntar como se matar. Essa pergunta pode ser acolhida por alguém que ensine ou por pessoas que perguntem o que está havendo ou ainda por outros que digam coisas como “você está maluco?”, “não tem o que fazer?”. Uma vez, um paciente falou para mim: “a gente já sofre tanto, já é tão difícil, e quando a gente procura um meio para se matar, ainda vêm crucificar a gente, como se as pessoas não tivessem o direito a morrer da mesma forma que têm o direito de viver”. O grande problema é que quando as pessoas dizem “eu quero morrer” não significa necessariamente “eu vou me matar”. Pode significar “eu não quero viver essa vida”. Entretanto, essas pessoas ainda não têm o desejo, intenção ou coragem de se matar, mas elas levam tanto tempo esperando que a morte aconteça com um acidente ou por obra do destino que acabam tendo que fazer isso com as próprias mãos. Por isso, sempre que alguém diz “eu quero morrer”, eu levo a sério.

Quais são os preconceitos por parte de médicos ou até mesmo da família com relação a pessoas que tentam se matar?
Em um artigo que escrevi, eu digo que o suicida subverte a ordem médica, porque, ao longo da história da humanidade, o médico foi adquirindo um saber sobre a vida e sobre a morte. Esse saber conferiu a ela um certo poder. O suicida é aquele que prescinde o saber médico, então o médico entende isso como um desafio ao seu poder. O suicida é geralmente uma persona non grata. Em outro trabalho que realizei, coletei de pacientes o que eles ouviam ao chegar nas emergências: “você não queria se matar, você queria atrapalhar o meu plantão”; “da próxima vez, você vai no Elevador Lacerda e se joga que é tiro e queda”; “isso é falta de Deus, falta de fé”; “isso é falta de vergonha! Não tem o que fazer?”; “tentou suicídio por causa de namorado com tanto homem por aí no mercado”. São abordagens absolutamente inadequadas, até porque, se uma pessoa tenta o suicídio porque o namorado terminou, essa pessoa está precisando de ajuda, não de críticas ou humilhação. Se a pessoa partiu para uma tentativa de morrer é porque o sofrimento se tornou insuportável. É justo que a equipe de saúde que atende essas pessoas tenha outra postura. Se o médico se destitui desse lugar de poder para olhar o outro como um ser humano que sofre, isso pode ter outra forma de entendimento. O mesmo acontece com a família. No Neps nós realizamos reuniões com familiares com o objetivo de informar. A família, normalmente, tem uma ideia muito distorcida e tão preconceituosa acerca do suicídio e da própria depressão. A gente inicialmente acolhe o que eles pensam e depois começa a discutir uma nova forma de olhar e desmistificar esses problemas. Eles chegam com um ponto de vista e saem de lá pensando de uma forma diferente, com um olhar mais acolhedor e cuidadoso. Outro trabalho que a gente faz - que tá parado atualmente por falta de verba - é mensalmente ir até o interior para capacitação das Dires [Diretorias Regionais de Saúde], principalmente dos agentes comunitários, que vão até as casas. Dessa forma a gente dá ferramentas para que eles identifiquem na comunidade e encaminhem para a rede.

Quais foram os principais desafios enfrentados nesses anos de trabalho?
Acho que o maior desafio que a gente encontra hoje é a dificuldade de atender toda essa demanda. Me angustia ver tanta gente esperando, sendo que é uma clínica da urgência. A gente deveria ter mais gente trabalhando, por isso a gente está correndo com o curso de capacitação para os Caps. Outra coisa que a gente considera muito difícil é que, com a reforma psiquiátrica, os hospitais psiquiátricos fecharam. É ótimo que isso tenha acontecido, porque era desumano no formato que existia. Só que, para fechar os hospitais psiquiátricos, deveriam criar outras formas de atendimento, por exemplo, os Caps. No caso das curtas internações, o Caps III. Nós não temos Caps III em Salvador, então aquelas pessoas que precisam de internação não têm para onde ir. Não temos para onde encaminhar um paciente grave. Existe um interesse de se criar leitos psiquiátricos em hospitais gerais. Isso existe no Hospital das Clínicas, que foi o primeiro do Brasil a fazer isso. Ainda assim, é apenas feminino. Para um paciente que quer morrer, a internação em moldes que eram feitos anteriormente não é interessante, mas uma curta internação é importante para conter aquele impulso, quando não há tempo para fazer um tratamento. O maior desafio é não ter para onde encaminhar os pacientes graves. No mais, eu nunca tive problema com apoio, porque é um serviço sério e comprometido. Para você ter uma ideia, os pacientes que a gente acompanha têm nosso celular pessoal, porque em um momento de crise, mesmo fora do horário comercial, eles podem nos contactar. Uma vez, em um congresso, um rapaz me perguntou se não era muita invasão de privacidade dar o celular pessoal. Eu respondi que têm pessoas que escolhem ser jornalistas e são acordadas no meio da madrugada para cobrir um furo. Outras escolhem ser obstetras e são acordadas para trazer alguém à vida. E tem pessoas, como eu, que escolhem ser psicólogas ou psicanalistas, trabalhar com suicídio e são acordadas para manter alguém vivo. Porque é diferente você ligar para o CVV [Centro de Valorização da Vida], que é um programa maravilhoso, e não saber quem está do outro lado da linha, e ligar para alguém que já acompanha todo o seu processo.

Qual a média de atendimento mensal do Neps?
Uma média de 500 atendimentos, porque tem pacientes que a gente atende uma vez por semana, outros duas, outros três. Quem determina a necessidade do paciente somos nós a partir das condições de cada um. Com relação ao número de pacientes, é dificílimo dizer, porque é uma clientela que está em atendimento, abandona, depois volta. E nós sempre acolhemos quem retorna, porque é um comportamento normal. Para trabalhar com suicídio é preciso ter ânimo, atenção, interesse, que é uma coisa imprescindível. Uma vez, eu estava atendendo um paciente, e ele chegou com três horas de atraso. Eu voltei, porque eu sempre volto, nem que seja para falar por cinco minutos. Eu perguntei o que houve, e ele respondeu “eu não vinha, porque não tinha o dinheiro do transporte, mas resolvi vir”. Ele morava na Mata Escura, e a mulher dele perguntou como ele iria. “Eu vou andando e volto com a música”, ele respondeu. Quando perguntei sobre a música, ele me contou que escreve músicas, então eu pedi para ele cantar para mim. Ele falou “poxa, estou me sentindo iluminado, porque foi a primeira vez que alguém me pediu para ouvir minhas músicas”. Eu não fiz nada demais, apenas ouvi com interesse. Outra coisa importante é a neutralidade, ouvir sem censura o que aquela pessoa tem a dizer, mas não quer dizer ser passivo.

E quais são os sintomas para os quais as pessoas devem estar atentas?
A pessoa começa a mudar sua atitude diante da vida, como não sair mais, não querer mais ter contato com pessoas. Perde-se o interesse pela vida, até mesmo o interesse sexual. A pessoa passa a apresentar ou tristeza ou irritabilidade e sempre tem angústia. E algumas se referem à angústia como uma dor no peito. A medicina hoje já reconhece a dor da angústia como semelhante à dor precordial, ou seja, a dor do infarto. Estudos mostram que 55% das pessoas que se dirigem às emergências achando que estão infartando estão, na verdade, tendo uma crise de angústia. A dor é tão dilacerante que algumas pessoas se matam para se livrarem dessa dor. Quando a pessoa começa a sentir tristeza, angústia, irritabilidade, falta de desejo, interesse e motivação, a gente percebe que tem alguma coisa errada. Então ela começa a verbalizar que não tem mais vontade de viver. Quando isso acontece é porque, muitas vezes, já estão planejando como fazer. Há distúrbios também como alimentares: a pessoa pode comer demais ou de menos. Há o distúrbio do sono, quando geralmente dormem pouco. As pessoas acordam de madrugada e não conseguem mais dormir.

Fonte: Bahia Notícias.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

EESP publica 4ª Lista de Convocação para celebração de Termo de Compromisso de Estágio - Edital nº 06/2015

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB), através da Superintendência de Recursos Humanos da Saúde (SUPERH), por meio da Escola Estadual de Saúde Pública (EESP), publica 4ª. Lista de Convocação dos estudantes aprovados no processo seletivo para estágios não obrigatórios da SESAB – Edital nº 06/2015, o qual inclui o campo de estágio no Centro Antiveneno da Bahia (CIAVE).
Os estudantes convocados deverão comparecer, para celebração dos Termos de Compromisso de Estágio (TCE), nas datas e locais indicados nas Listas de Convocação/Cronogramas de Contratação, previsto nos Anexos presentes ao final desta nota.
A celebração do TCE ocorrerá mediante o cumprimento dos pré-requisitos descritos no Edital nº 06/2015. Caso o candidato não atenda às exigências requisitadas, o mesmo será desclassificado, sendo convocado o candidato subsequente, conforme ordem de classificação.
No momento da contratação, os estudantes deverão apresentar o Formulário – Dados do Estagiário, presente no Anexo I desta publicação, completamente preenchido, além dos seguintes documentos: cópias do comprovante de matrícula do curso de graduação (atual) e histórico escolar da graduação em curso; declaração de semestralidade (atual, no máximo 10 dias de emitida, assinada e carimbada pela IES), cópia de comprovante de endereço (atual); cópia do RG; cópia do CPF; cópia do Título de Eleitor; cópia da Carteira de Reservista (para os homens); carteira de Trabalho (original); número do Programa de Integração Social (PIS) e cópia do número de conta corrente e de agência do Banco do Brasil.
Caso o candidato deixe de apresentar qualquer um dos documentos descritos acima no momento da contratação, esta não será efetuada, sendo o estudante desclassificado do processo seletivo. A EESP não se responsabilizará, sob nenhuma hipótese, pela intermediação junto aos órgãos, serviços ou entidades competentes, para confecção de qualquer documento descrito acima, exceto abertura de conta corrente. Os dados referentes à Instituição de Ensino, no Formulário – Dados do Estagiário, deverão ser obtidos na Instituição de Ensino Superior de cada estudante, junto às coordenações dos seus cursos.
Fonte: Coordenação de Integração da Educação e Trabalho na Saúde – CIET/EESP/SESAB.

Os riscos da automedicação na terceira idade

As facilidades para adquirir medicamentos e a ausência do medo no brasileiro em se automedicar, tornaram o consumo de remédios por conta própria um perigo para a saúde. O caso é ainda mais preocupante quando falamos da terceira idade e do grupo de risco, que envolve crianças, gestantes e doentes crônicos. Essas pessoas, necessitam de um controle especial e de uma orientação médica ou farmacêutica precisa. 
A automedicação e a alta dosagem podem acarretar em males irreversíveis, bem como a intoxicação por meio de medicação. A falta da obrigatoriedade da apresentação de receitas médicas fez com que o uso de medicamentos sem prescrição médica se tornaram um agravante, em especial entre o público idoso. Os medicamentos mais consumidos sem receita são: antigripais, relaxantes, vitaminas e laxantes, que se combinados com outros medicamentos de uso contínuo pode trazer consequências negativas a saúde.
De acordo com o presidente Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul, Ronaldo Abrão, a automedicação é extremamente perigosa principalmente em grupos de risco. " Usar medicação por indicação do vizinho, parente e até mesmo do balconista de farmácia é extremamente perigoso. Ainda mais para o idoso que já faz uso contínuo de alguma medicação e se misturar a outro elemento pode acarretar na intoxicação", orienta.
Outro agravante para a terceira idade está relacionado a alta dosagem de medicamentos. "Cotidianamente o idoso pode se esquecer de tomar a medicação ou ainda pior, esquecer que já tomou e assim fazer uma super dosagem do medicamento. É preciso guardar esses remédios em local apropriado, seguindo os horários e as quantidades estabelecidas pelo médico e sob a supervisão de um responsável. Para garantir que as doses sejam administradas corretamente e também averiguar a data de validade dos remédios", alerta, Ronaldo Abrão.
Ainda segundo o presidente do CRF/MS, a conscientização constante é o melhor caminho para a prevenção. "Acredito que campanhas de conscientização e a ajuda da imprensa são fundamentais para conscientizar a população sobre os perigos da automedicação. É preciso bater nessa tecla sempre, porque o brasileiro não tem medo de se automedicar, estamos entre os países com maior índice de intoxicação por uso de medicamentos no mundo", ressalta.
Conquista
Com as resoluções 585 e 586 do CFF (Conselho Federal de Farmácia), o farmacêutico poderá ajudar a população, principalmente idosos e pessoas do grupo de risco. Este profissional passará a ter uma nova forma de atuação, podendo prescrever medicamentos e orientar sobre dosagens e horários.
"Agora com o farmacêutico podendo prescrever medicamentos, esse novo modelo vai agregar e ajudar muito ao combate da automedicação. O farmacêutico tem conhecimento para explicar sobre o uso de um medicamento aliado a outro, indicações e contra-indicações, fazendo assim um primeiro atendimento e sendo necessário o encaminhamento para um médico", finaliza Ronaldo.
Fonte: A Crítica.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Seminário Criança Segura

Estão abertas as inscrições para o Seminário Criança Segura, que será realizado no dia 07/10, às 13h30min, na Assembleia Legislativa da Bahia, abordando os principais riscos inerentes a produtos inseguros e a devida prevenção quanto aos acidentes de consumo. O evento é promovido pela Rede de Consumo Seguro e Saúde - BA (RCSS-BA), que visa alertar a sociedade sobre os riscos que as crianças estão expostas com produtos inseguros.

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), cerca de 4,7 mil crianças morrem e 125 mil são hospitalizadas vítimas de acidentes no Brasil, a cada ano. As causas são lesões geralmente provocadas por afogamentos, sufocações, quedas, queimaduras, intoxicações, entre outras, que podem ser evitadas com ações de monitoramento de mercado e sensibilização, junto à sociedade, dos riscos e das atitudes preventivas a serem tomadas.

Para a organização não governamental Criança Segura - Safe Kids Brasil, os acidentes ou lesões não-intencionais representam a principal causa de morte de crianças de 1 a 14 anos, no Brasil. No total, cerca de 4,7 mil crianças morrem e 125 mil são hospitalizadas anualmente, configurando-se como uma séria questão de saúde pública.

Para a referida ONG, os dados mostram que a cada morte, outras quatro crianças ficam com sequelas permanentes que irão gerar, provavelmente, consequências emocionais, sociais e financeiras à família e à sociedade. Segundo Jucelino Nery, farmacêutico e coordenador de apoio terapêutico do Centro Antiveneno (Ciave), órgão da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), mais de 30% das vítimas dos casos de intoxicação registrados pelo Ciave são crianças, principalmente por exposição a medicamentos. O farmacêutico alerta, ainda, que mais de 70% destas intoxicações ocorrem no ambiente doméstico.

Com o objetivo de contribuir com a conformação e consolidação dos sistemas nacionais e regionais destinados a fortalecer a segurança dos produtos, foi criada a Rede de Consumo Seguro e Saúde - GT Brasil, composta pelo Inmetro, Anvisa e Senacon. Na Bahia, a rede foi criada em 2013, formada por órgãos públicos e entidades da sociedade civil, que vêm atuando de forma integrada no monitoramento do mercado, bem como viabilizando o intercâmbio de informação e experiências, a difusão da temática e educação sobre segurança dos produtos de consumo e seu impacto na saúde.

Integram esta Rede órgãos da Sesab, como a Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental (Divisa), o Hospital do Subúrbio, o Ciave e o Laboratório Central de Saúde Pública Professor Gonçalo Moniz (Lacen). Para efetuar a inscrição, o interessado deverá informar o nome completo, e-mail e telefone, através do e-mail procon.inscricao@sjdhds.ba.gov.br ou pelo telefone (71) 3116-8545. A entrada é franca e as vagas são limitadas.

Fonte: Ciave 

Profissionais do Ciave participaram da Caminhada Pravida

A Caminhada Pravida, atividade integrante da Campanha Setembro Amarelo, em prol da prevenção do suicídio, foi realizada no último domingo, às 16 horas, com percurso do Porto até o Farol da Barra. Em sua segunda edição, o evento foi promovido pela Associação Psiquiátrica da Bahia (APB) e o Sindicato dos Médicos (Sindmed).

Profissionais da área de saúde mental e psiquiatras levaram balões e laços amarelos como símbolo da causa. Integrantes da equipe do Núcleo de Estudos e Prevenção do Suicídio (NEPS), do Centro Antiveneno da Bahia (Ciave), esteve presente e distribuiu material informativo.

O Dia Mundial de Prevenção do Suicídio foi na lembrado no dia 10 de setembro, e teve uma programação especial no auditório do Ciave, envolvendo profissionais e pacientes acompanhados pelo serviço.
De acordo com relatório global sobre a prevenção da causa de morte da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa morre a cada 40 segundos por suicídio no mundo.

Entre jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é a segunda maior causa de morte global. O Brasil é o oitavo país com maior taxa de suicídios no mundo e, conforme Soraya Carvalho, psicóloga e coordenadora do NEPS, estima-se que ocorram cerca de 3.000 mortes por dia no mundo e mais de 1 milhão de mortes por ano em decorrência de suicídio. Como existe subnotificação desses eventos, os números devem ser ainda maiores.

Ainda segundo Soraya Carvalho, o suicídio é a terceira causa de morte violenta no Brasil, perdendo apenas para os homicídios e acidentes de trânsito. "No que se refere à tentativa de suicídio, estima-se que para cada suicídio consumado, ocorram entre 10 e 25 tentativas, ou seja, 10 a 25 milhões de tentativas de suicídio por ano no mundo", pontuou a coordenadora do Neps.

Fonte: Ciave.

domingo, 13 de setembro de 2015

Novidade contra o envenenamento por peixes

A raia-maçã é responsável por diversos casos de envenenamento
 nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil. (foto: Gabriela Ortega
Coelho Thomazi)
Um perigo escondido e negligenciado mergulha pelas águas brasileiras. Peixes peçonhentos podem ser encontrados em todas as regiões do país, e entre eles estão as várias espécies de raias de água doce – ou peixes batoides –, portadoras de um espinho venenoso na cauda (ferrão) e um muco tóxico que as cobre por inteiro. Uma pesquisa em andamento no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, em parceria com o Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Porto e a Universidade Federal do Tocantins, está desvendando o veneno das raias e pretende encontrar um alívio mais rápido para as vítimas de envenenamento por esses animais.
As raias são responsáveis por uma série de acidentes, principalmente em lugares mais quentes, onde a população se refresca com os banhos de rio – um hábito especialmente frequente nas regiões Norte e Centro-Oeste. Para esses casos de envenenamento, ainda não existe a soroterapia, solução eficaz contra picadas de cobras como a cascavel, por exemplo. As vítimas das raias recebem tratamento apenas para aliviar os sintomas: dores angustiantes, que percorrem todo o membro atingido, e inchaço.
A biomédica Gabriela Ortega Coelho Thomazi vive no Tocantins há mais de 25 anos e é a responsável pela pesquisa que investiga a imunologia do veneno da raia de água doce da espécie Paratrygon aireba, popularmente conhecida como raia-maçã. “Durante a época da estiagem, formam-se bancos de areia e partes dos rios Araguaia e Tocantins viram praias de água doce. Nesse período, há um aumento das ocorrências de envenenamento por raias, que se camuflam em águas rasas”, conta.
O ferrão da raia-maçã guarda toxinas perigosas para os humanos.
(foto: Gabriela Ortega Coelho Thomazi)
Após coletar as amostras do veneno de raias-maçã do rio Tocantins, a biomédica aplicou em coelhos uma versão diluída do veneno, o suficiente para detectar a produção de anticorpos pelos animais. O composto tóxico também foi irradiado, em um procedimento que atenua a toxicidade do veneno sem perda na capacidade imunogênica – isto é, na capacidade de estimular o sistema imunológico. O processo otimiza a produção de anticorpos e reduz o sofrimento do animal usado no experimento.
Após uma sequência de ‘vacinas’ compostas pelas substâncias extraídas da raia, a pesquisadora realizou a medição dos anticorpos dos coelhos. “Os resultados demonstraram que tanto o muco quanto o veneno contido no ferrão da raia-maçã são capazes de induzir a formação de anticorpos”, relata Thomazi. Mas sua pesquisa vai além: “Embora ainda no começo de nossos estudos, agora temos os anticorpos para realizarmos novos testes que poderão resultar na soroterapia para tratar o envenenamento por raias”. A soroterapia, neste caso, terá como objetivo reduzir o sofrimento dos feridos, aliviando as dores e acelerando o processo de recuperação.
Os primeiros e promissores resultados da pesquisa foram apresentados na Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (Fesbe), que termina neste sábado (12/9) em São Paulo. Em sua apresentação, a pesquisadora chamou atenção para a falta de conhecimento em relação aos envenenamentos por peixes. “Todo acidente com animal peçonhento deve ser informado pelo profissional de saúde que realiza o atendimento através do preenchimento de uma ficha de notificação por acidente de animal peçonhento, porém, não há ainda um campo específico para peixes venenosos. Assim, esses casos são subnotificados, o que gera falta de informação e até pesquisas na área”, encerra.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Perigo: biólogo aponta 8 tipos comuns de plantas venenosas

Algumas são bonitas e até perfumadas. Mas, cuidado, elas são venenosas. No Brasil, há dezenas de plantas tóxicas e, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, há cerca de 2 mil casos de envenenamento por ano no país. "As crianças são as principais vítimas de intoxicação, muitas vezes provocada por ingestão. Por isso, é preciso muito cuidado com as espécies de plantas que se cultiva em casa”, alerta Eliézer José Marques, presidente do Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT, MS) – CRBio-01.

Mas, caso ocorra algum incidente, é importante procurar um médico o mais rápido possível. “Levar uma amostra da planta que provocou a intoxicação auxilia no diagnóstico e também ajuda o médico a receitar o tratamento mais adequado”, recomenda o biólogo. Os sintomas mais comuns nos casos de envenenamento por plantas são coceira, dormência na parte do corpo onde teve o contato, vertigem, enjoos, cefaleia, diarreia e desidratação. Em casos extremos, pode até levar à morte.

Abaixo, o presidente do CRBio-01 aponta 8 tipos mais comuns de plantas tóxicas no Brasil e as reações que elas podem provocar:

Aroeira (Lithraea brasiliens March) – o contato pode provocar bolhas, coceira ou vermelhidão. Se ingerida, pode causar problemas gastrointestinais.

Bico-de-papagaio (Euphorbia pulcherrima Willd) – pode causar enjoos, vômitos e diarreia, se ingerida. O contato pode ocasionar inchaço na boca, lábios e língua, dor em queimação e coceira. Além de irritação, inchaço das pálpebras e prejudicar a visão, em contato com os olhos.

Chapéu-de-Napoleão (Thevetia peruviana Schum) – enjoos, tontura, vômitos, cólicas, diarreia e dor em queimação na boca são comuns se tiver apenas contato com a planta.

Comigo-Ninguém-Pode (Dieffenbachia picta Schott) – a ingestão ou o contato podem provocar sensação de queimação, inchaço da boca, língua e dos lábios, enjoo, vômitos e diarreia. Além de dificuldade de engolir e asfixia. Se o contato for nos olhos, irritação e lesão da córnea.

Copo-de-Leite (Zantedeschia aethiopica Spreng) – apresenta os mesmos sintomas de intoxicação da planta Comigo-Ninguém-Pode.  

Mamona (Ricinus commumis L.) – a ingestão das sementes pode provocar enjoos, vômitos, cólicas e diarreia, inclusive sanguinolenta. Em casos extremos, pode ocasionar convulsões, levar ao coma e também à morte.

Saia-Branca (Datura suaveolens L.) – ressecamento da pele e da boca, vermelhidão, pupilas dilatadas, taquicardia, agitação, alucinação e elevação anormal da temperatura do corpo são alguns dos sintomas provocados pelo contato, além de também poder levar à morte em casos mais graves.

Urtiga (Fleurya aestuans L.) – o contato com os pelos do caule e as folhas da planta pode causar dor imediata, vermelhidão coceira e bolhas pela pele.  

Fonte: Pantanal News.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Amanhã é o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio

O Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, 10 de setembro, será lembrado no Núcleo de Estudos e Prevenção do Suicídio (Neps), do Centro de Informações Antiveneno (Ciave), com uma programação especial, envolvendo profissionais e pacientes acompanhados no serviço. As atividades serão iniciadas às 8h30, no auditório do Ciave, com exibição do vídeo "Meu cachorro chamado depressão". Em seguida, será exibido o filme "Bicho de Sete Cabeças", com posterior discussão sobre o enredo do filme.
Lanche e recital de poesias, com apresentação de pacientes do núcleo, darão continuidade ao evento, que será encerrado com uma apresentação musical, a cargo do diretor do Ciave, Daniel Rebouças e da coordenadora do Neps, Soraya Carvalho.
Sob a coordenação da psicóloga e psicanalista Soraya Carvalho, o Neps é voltado para o atendimento de pacientes com depressão grave, que já tentaram e têm risco de suicídio. As atividades do núcleo foram iniciadas em 1991 e atualmente, segundo a psicóloga, "somos referência na Bahia e também estamos exportando o modelo para outros centros no Brasil, pois somos pioneiros no país". As ações do núcleo incluem orientação aos pacientes e familiares, e também a preparação de equipes de saúde.
Fator de risco
O suicídio constitui importante questão de saúde pública em todo o mundo. No ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) realizou o primeiro relatório global sobre a prevenção da causa de morte, apontando que uma pessoa morre a cada 40 segundos por suicídio no mundo. Entre jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é a segunda maior causa de morte global.
Brasil é o oitavo país com maior taxa de suicídios no mundo e, conforme Soraya Carvalho, estima-se que ocorram cerca de 3.000 mortes por dia no mundo e mais de 1 milhão de mortes por ano em decorrência de suicídio. Como existe subnotificação desses eventos, os números devem ser ainda maiores.
"No que se refere à tentativa de suicídio, estima-se que para cada suicídio consumado, ocorram entre 10 e 25 tentativas, ou seja, 10 a 25 milhões de tentativas de suicídio por ano no mundo", pontuou a coordenadora do Neps, acrescentando que o suicídio é a terceira causa de morte violenta no Brasil, perdendo apenas para os homicídios e acidentes de trânsito.
O NEPS
O Núcleo de Estudo e Prevenção do Suicídio do Ciave acompanha cerca de 300 pacientes oriundos de unidades hospitalares da rede pública estadual, por tentativa de suicídio. O serviço, que inicialmente funcionou de forma ambulatorial, apenas para pacientes atendidos no Hospital Roberto Santos, a partir de 2007 passou a dispor de maior espaço físico - são três consultórios e uma área para terapia ocupacional-, e maior número de profissionais especializados.
Pioneira no país, a experiência de acompanhamento psicológico ambulatorial contínuo a pacientes com comportamento suicida, implementada no Neps, já foi apresentada em diversos encontros científicos. Segundo a coordenadora do serviço, a continuidade do acompanhamento posterior ao atendimento emergencial tem resultado numa taxa inferior a 0,01% na reincidência de tentativas de suicídio.
Ainda segundo Soraya Rigo, o suicídio é considerado hoje um grave problema mundial de saúde pública. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), cerca de um milhão de suicídios são contabilizados anualmente e para cada caso de suicídio estima-se que ocorram 15 a 25 tentativas, sendo a depressão o principal fator associado ao risco de suicídio.
Fonte: Ascom/Sesab.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Projeto qualificará profissionais para atenção ao uso de álcool e outras drogas

Qualificar um número estimado em 3.200 profissionais de 20 municípios baianos considerados prioritários do Pacto pela Vida é a proposta do projeto de capacitação em atenção ao uso de álcool, crack e outras drogas, iniciativa conjunta da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), Faculdade de Medicina da UFBa e Aliança de Redução de Danos Fátima Cavalcanti (ARD-FC), por meio do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (-Ad) Gregório de Matos. Inicialmente o projeto contemplará 10 municípios, entre eles Salvador, Lauro de Freitas e Camaçari, onde já está acontecendo a mobilização de profissionais envolvidos na capacitação.

Profissionais da rede de atenção psicossocial dos municípios em atenção ao uso de drogas, com foco principal nas equipes de Caps, e representantes de áreas intersetoriais - ação social, justiça e segurança - serão beneficiados com a capacitação, que deverá resultar no fortalecimento da articulação no cuidado em rede aos usuários de álcool, crack e outras drogas. Durante o treinamento, será também discutida a elaboração/aprimoramento do plano de ação do Pacto pela Vida nos municípios.

O projeto de capacitação em uso de álcool, crack e outras drogas será desenvolvido através de aulas presenciais, estudo de casos, rodas de conversa e atividades reflexivas, com carga horária de 16 horas, e oito horas semanais de atividades de ensino à distância (EAD), durante quatro semanas. Durante o período de EAD haverá discussão de até quatro situações-problema ou casos clínicos, bem como espaço de esclarecimento de dúvidas com profissionais do Caps-Ad Gregório de Matos.

Conteúdo

O conteúdo do projeto de capacitação será desenvolvido através de três eixos programáticos: aspectos sócio antropológicos do uso de drogas, aspectos clínicos relacionados ao uso de drogas e articulação em rede na assistência aos usuários de drogas e familiares. Dentro desses eixos programáticos serão enfocadas questões como políticas sobre drogas no Brasil e no mundo, proibicionismo e redução de danos, dimensões do uso de drogas, tipos de drogas e principais efeitos no organismo, atenção clínica a populações específicas (criança e adolescente, população em situação de rua, alcoolista, usuários de crack e pessoas em cumprimento de medida judicial), recursos de tratamento e acompanhamento e atenção em situação de crise.

Pacto pela vida

O Pacto pela Vida é definido como uma nova política pública de segurança, construída de forma pactuada com a sociedade, articulada e integrada com o Poder Judiciário, a Assembléia Legislativa, o Ministério Público, a Defensoria Pública, os municípios e a União. A estratégia envolve esforços de treze Secretarias de Estado, com o objetivo principal de reduzir os índices de violência, com ênfase na diminuição dos crimes violentos letais intencionais e crimes violentos contra o patrimônio. No âmbito social, o Pacto prevê ações de prevenção social, executadas por diversas secretarias de Estado, inclusive a Sesab, voltadas para a população vulnerável das áreas identificadas como críticas em termos de criminalidade, de modo a reafirmar direito e dar acesso a serviços públicos indispensáveis. Além disso, são realizadas ações relacionadas à prevenção, tratamento e reinserção social de usuários de substâncias psicoativas - álcool, crack e outras drogas.

O Caps Ad Gregório de Matos está localizado no Terreiro de Jesus, na Faculdade de Medicina da UFBa. O centro integra as ações do Programa Estadual Pacto pela Vida e do plano federal "Crack, é possível Vencer". O Caps funciona como um serviço docente-assistencial, com a finalidade de capacitar e formar profissionais especializados para atuação em centros de atenção psicossocial (CAPs) de álcool e outras drogas, visando a promover apoio aos municípios baianos para a estruturação de redes de atenção integral a usuários de álcool e outras drogas. Dentro da vertente assistencial, o Caps Ad Gregório de Matos se constitui numa resposta às demandas dos usuários de substâncias psicoativas de Salvador, em particular do Centro Histórico.

Fonte: Sesab.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Equipe do Ciave participou da 16ª Feira de Saúde e Cidadania

O Centro de Informações Antiveneno (Ciave) participou, na tarde do sábado (29/08), da 16ª Feira da Saúde e Cidadania, onde expôs vários espécimes de serpentes, aranhas e escorpiões, além de medicamentos, domissanitários (produtos de limpeza) e outros agentes causadores de intoxicação.

O estande do Ciave atraiu um grande número de visitantes. As crianças também estiveram presentes, e todos receberam orientações quanto à prevenção e como agir no caso de intoxicação. Além disso, foi distribuído material informativo, entregue por estagiários e técnicos do Centro.

Como parte do projeto do CECOM - Centro Comunitário Batista Clériston Andrade, vinculado à Igreja Batista da Graça (IBG), que funciona na Praça Lord Cochrane, na Garibaldi, em Salvador, o evento foi voltado para o atendimento das comunidades carentes circunvizinhas da instituição.

Participaram voluntariamente profissionais das áreas de saúde e cidadania, como médicos de diversas especialidades, dentistas, enfermeiras, cabeleireiros, advogados e outros profissionais que atenderam a todos com consultas médicas, aferição de pressão, realização de eletrocardiogramas, mutirão do glaucoma, orientação a gestantes, atendimento odontológico, orientação nutricional, Balcão da Justiça, corte de cabelo e escova, dentre outros serviços, além de atividades envolvendo arte e recreação, a exemplo de "contação de estórias", arte em papel e outras brincadeiras infantis.

Fonte: Ciave