quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Exposição alerta sobre o risco de envenenamento

Visitantes da mostra no Hospital Roberto Santos receberam
materiais e orientação (Foto: A TARDE)
Referência na área de toxicologia para o Nordeste, o Centro Antiveneno da Bahia (Ciave) promove uma série de ações educativas e científicas como parte da 2ª Semana Estadual de Prevenção às Intoxicações. O objetivo é orientar a população sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento de intoxicações e envenenamentos.

Uma das atividades realizadas pelo órgão, que é vinculado à Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), foi uma mostra dos principais agentes causadores de  lesões tóxicas. Entre eles, produtos de limpeza, inseticidas de uso doméstico, raticidas clandestinos, algumas plantas e animais.

Durante a exibição, nesta terça-feira, 30, na recepção do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), no bairro do Cabula, pacientes e visitantes da unidade de saúde receberam materiais educativos e a orientação de especialistas.

O coordenador técnico do Ciave, Jucelino Nery, chamou a atenção para os crescentes casos de intoxicações ocorridos em ambientes doméstico. "Produtos de uso doméstico são usados de forma incorreta. Muitas vezes, não nos damos conta de que estamos expostos a substâncias tóxicas", explicou.

Para Nery, o cuidado deve ser redobrado com as crianças, devido aos crescentes casos de intoxicação envolvendo este público. "Medicamentos e produtos de limpeza, por exemplo, podem ser facilmente confundidos com doces, por conta da coloração e  forma", elucidou o coordenador do centro antiveneno.

"É importante sempre estar atento em relação a esses produtos, porque as crianças costumam ser curiosas. Por conta disso, sempre procuro manter esse material fora do alcance da minha filha", afirmou o pintor Luís Cláudio da Paixão, 45 anos, um dos visitantes da exposição realizada nesta terça.

Acidentes
No ano passado, foram registrados pelo o órgão cerca de 7.300 atendimentos, sendo 65% dos casos ocorridos em ambiente doméstico. Deste total, cerca de  43% foram de acidentes com animais peçonhentos, acompanhados de 24% por intoxicação com medicamentos e 6% por agrotóxicos de uso agrícola.

"Os acidentes com animais peçonhentos, como aranhas e cobras, costumam envolver animais domésticos. Isso se dá porque cada vez mais invadimos o habitat dessas espécies, que, como mecanismo de defesa, acabam atacando", afirmou a médica veterinária Aline Brito, do Ciave.

O órgão atua na orientação, diagnóstico, terapêutica e assistência presencial de pacientes intoxicados. Além disso, também realiza análises toxicológicas de urgência, identifica animais peçonhentos e plantas venenosas, mantém e distribui antídotos e de soros antipeçonhentos para a rede pública estadual.

O Ciave ainda atende em regime  24 horas, por meio do Disque-Urgência Toxicológica, cujo telefone  é 08002844343.

Fonte: A Tarde.





Experiência do Núcleo de Prevenção do Suicídio do Ciave será apresentada em congresso latino americano

A psicóloga Soraya Carvalho, coordenadora do Núcleo de Estudo e Prevenção do Suicídio (NEPS), serviço do Centro Antiveneno da Bahia (Ciave), participará do VII Congresso de Suicidologia da América Latina e Caribe, que será realizado no Chile, de amanhã (1º) até o próximo dia 3, sábado. No primeiro dia do evento, durante mesa-redonda composta por representantes da Associação Brasileira para o Estudo e a Prevenção do Suicídio (ABEPS), a representante do Ciave fará uma apresentação sobre o tema "O suicídio e a (des) ordem médica".

O NEPS é um serviço desenvolvido pelo Ciave na prevenção de suicídios e redução de reincidências destes eventos. A equipe do núcleo é formada por enfermeira, psicólogas, terapeutas ocupacionais, psiquiatras e estagiários de Psicologia, que atende pacientes de todas as idades. O acesso a esse serviço se dá através de demanda espontânea ou por casos de tentativa de suicídio identificados em emergências.

Evitando reincidências

As atividades do núcleo foram iniciadas em 1991 e atualmente, segundo a psicóloga, "somos referência na Bahia e também estamos exportando o modelo para outros centros no Brasil, pois somos pioneiros no país". As ações do núcleo incluem orientação aos pacientes e familiares, e também a preparação de equipes de saúde.

Pioneira no país, a experiência de acompanhamento psicológico ambulatorial contínuo a pacientes com comportamento suicida, implementada no Neps, já foi apresentada em diversos encontros científicos. Segundo a coordenadora do serviço, a continuidade do acompanhamento posterior ao atendimento emergencial tem resultado numa taxa inferior a 0,01% na reincidência de tentativas de suicídio.

Ainda segundo Soraya Rigo, o suicídio é considerado hoje um grave problema mundial de saúde pública. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), cerca de um milhão de suicídios são contabilizados anualmente e para cada caso de suicídio estima-se que ocorram 15 a 25 tentativas, sendo a depressão o principal fator associado ao risco de suicídio.

Fonte: ASCOM/SESAB.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Exposições e seminário nos 36 anos do CIAVE

Considerado referência na área de toxicologia para todo o Nordeste, o Centro Antiveneno da Bahia (Ciave), unidade da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), completa 36 anos de funcionamento no próximo dia 30, data em que também transcorre o Dia Estadual de Conscientização para a Prevenção da Intoxicação por Substâncias Químicas, instituído através da lei 9.205, de agosto de 2004.

Contabilizando, durante o ano passado, cerca 7.300 atendimentos, sendo 65% dos casos ocorridos em ambiente doméstico, o Ciave presta assistência a pacientes e orientação toxicológica especializada a profissionais de saúde, em plantões ininterruptos. Do total de atendimentos registrados no ano passado, 43 % foram por acidentes com animais peçonhentos, 24% por intoxicações por medicamentos e 6% por agrotóxicos de uso agrícola.

Em comemoração aos 36 anos de serviços prestados pelo Ciave à saúde da população, acontece a 2ª Semana Estadual de Prevenção às Intoxicações, de 27/08 até o próximo dia 1º de setembro, com uma série de atividades educativas e científicas, com o objetivo de divulgar a legislação nacional, estadual e municipal que regulamenta o uso de substâncias químicas, os cuidados necessários na utilização de substâncias químicas e as formas de prevenção de acidentes que possam provocar intoxicação.

As atividades começaram no sábado (27), às 8 horas, no Centro Comunitário Clériston Andrade (avenida Garibaldi), com uma exposição de animais peçonhentos, plantas tóxicas e outros materiais relacionados às atividades desenvolvidas pelo Ciave. As atividades seguem até 12 horas, com distribuição de material educativo e orientações sobre intoxicações em geral, com ênfase especial às ações preventivas e primeiros socorros.

Na segunda-feira, dia 29, às 8 horas, no auditório do Ciave, térreo do Hospital Geral Roberto Santos, será realizado um café da manhã, com apresentação sobre os 36 anos de história do centro, situação atual e perspectivas. No dia seguinte, terça-feira, durante todo o dia, no saguão do Hospital Roberto Santos, haverá exposição de animais peçonhentos e plantas tóxicas, distribuição de material educativo e orientações à população. A programação será encerrada no dia 1º de setembro, de 14 às 17 horas, no auditório da Hemoba, com palestras sobre o tema "Dialogando sobre intoxicações: da prevenção à assistência",em parceria com a Escola Estadual de Saúde Pública.

Referência

Segundo o médico toxicologista Daniel Rebouças, diretor do Ciave, a ocorrência de envenenamentos é um grave problema de saúde pública em todos os países, tendo duplicado nas últimas décadas. Em termos globais, estima-se que 1,5 a 3% da população é vitimada todos os anos. No Brasil, os registros alcançam cerca de 4,8 milhões de casos anualmente e destes, 0,1 a 0,4% evoluem para óbito. Na Bahia, as notificações chegam a 19 mil casos/ano.

Segundo serviço de toxicologia do país a entrar em funcionamento, o Ciave é responsável pela normatização, regulação e controle de atividades ligadas à toxicologia; orientação toxicológica em geral para prevenção, diagnóstico e tratamento de intoxicações exógenas; atendimento médico de urgência e acompanhamento de pacientes intoxicados; realização de análises toxicológicas de urgência em pacientes atendidos na rede pública de saúde e monitoramento terapêutico de fármacos; manutenção do laboratório de animais peçonhentos e controle e manutenção de bancos de antídotos, entre outras atividades relacionadas à toxicologia.

O serviço conta ainda com o Núcleo de Estudos e Prevenção do Suicídio (NEPS), criado em 2007, que além do acompanhamento psicológico, disponibiliza atendimento psiquiátrico ambulatorial, terapia ocupacional e reuniões informativas para familiares de pacientes que tentaram suicídio. A coordenadora do Núcleo, Soraya Carvalho, conta que o serviço é voltado ao atendimento de pacientes com depressão grave e risco de suicídio. "Atualmente, somos referência na Bahia e também estamos exportando o modelo para outros centros no Brasil", revela a psicóloga.

Destaque também, no Ciave, para o jardim de plantas venenosas, fundamental para identificar as espécies de plantas que causam envenenamento ou algum tipo de intoxicação, garantindo o tratamento adequado às vítimas.

Fonte: ASCOM/SESAB.

Conheça o risco silencioso de se morrer no banho

Um casal de namorados, estudantes do curso de Química da UFRJ, foi encontrado morto, em uma casa, na cidade de Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na última terça-feira (23). Segundo o laudo do IML (Instituto Médico Legal), Maira Nuldeman, de 23 anos, e Rafael de Paula Campos, de 20 anos, morreram por conta de uma intoxicação por gás. Os dois estavam nus e abraçados dentro do box.

A inalação de gases perigosos leva à morte em poucos minutos e não dá chance de defesa às vítimas. Uma ventilação adequada do ambiente e cuidados com a instalação e manutenção dos aparelhos à gás, como aquecedores, e fogões com botijão de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo, são fundamentais para evitar mortes.

A Asmirg-BR, associação Brasileira de Revendedores de GLP, fez um alerta ao Ministério Público Federal para que sejam adotadas medidas extras de orientação para os consumidores e usuários de locais onde existem botijões e aparelhos à gás. "Deveria ter uma indicação mais clara e direta sobre o risco de morte ao inalar. Além de uma orientação sobre os cuidados que devem ser tomados para evitar uma intoxicação acidental", disse Alexandre Borjaili.

A intoxicação acidental geralmente acontece por conta da inalação de monóxido de carbono, que ao atingir a corrente sanguínea leva a um quadro de letargia, sonolência e vertigem. "É uma situação sem aviso-prévio. A vítima, muitas vezes, não tem tempo de reação. Não consegue nem sair do banheiro ou do ambiente onde está o gás. É um risco silencioso e fatal", diz Paulo Tanus Átem, especialista em sistemas de gás natural e diretor da PI ATEM Consultoria e Assessoria Técnica.

Para evitar este tipo de acidente é preciso tomar muito cuidado com a instalação dos aparelhos e seguir à risca as orientações dos fabricantes. "As adaptações devem ser evitadas", diz Átem. Outro ponto importante é a atenção aos pré-requisitos exigidos para o ambiente onde o aparelho será instalado. "Deve ter dois pontos de ventilação. Um superior e outro inferior, geralmente, uma fresta na parte de baixo da porta", diz.

Em setembro do ano passado, uma família inteira morreu por intoxicação acidental quando uma das filhas estava usando o chuveiro à gás. A tragédia aconteceu em Ferraz de Vasconcelos, na região metropolitana.

Reforma em casa

A ventilação deve ser permanente, se for uma janela basculante, é necessária a instalação de uma trava para que ela nunca fique totalmente fechada. 

Em apartamentos deve se evitar reformas grandes que reduzem a segurança. "As construtoras, geralmente, entregam as unidades com a área de serviço aberta e com muita ventilação. Ao longo do tempo, para evitar insetos, barulho e chuva, o proprietário vai fechando a área de serviço e isto atrapalha a ventilação de todo o apartamento", diz Átem.

O monóxido de carbono é tóxico e asfixiante, com menos de 100 ppm (partes por milhão) no ambiente já existe o risco de morte.

Fonte: R7.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Dialogando sobre intoxicações: da prevenção à assistência

A Escola Estadual de Saúde Pública Professor Francisco Peixoto de Magalhães Netto (EESP) promoverá sessão temática sobre o tema: "Dialogando sobre intoxicações: da prevenção à assistência".

O evento será realizado no dia 1 de setembro, das 13h30 às 17h, no auditório da Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba), localizado na Avenida Vasco da Gama, s/n, (entrada do HGE). O período de credenciamento dos participantes será 13h30 às 14h.

A sessão tem como público-alvo: estudantes, profissionais, trabalhadores, professores e gestores da saúde e/ou aqueles que, porventura se interessem pelo tema apresentado.

A sessão será conduzida pelos seguintes palestrantes: Daniel Santos Rebouças, diretor do Centro Antiveneno da Bahia (Ciave), médico cardiologista e toxicologista e Jucelino Nery da Conceição Filho, coordenador técnico do (Ciave), farmacêutico coordenador do Programa Nacional de Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos na Bahia

As inscrições são exclusivamente presencias, no horário já citado. Os primeiros inscritos terão prioridade, de acordo com a capacidade física do local em que será realizado o evento.

Todos os participantes são certificados.

Fonte: EESP

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Mato Grosso do Sul: “Jardim venenoso” na capital reúne espécies tóxicas de todo o estado

Espirradeira, planta ornamental que, quando cresce, ostenta 
belas flores cor de rosa. (Foto: Chloé Pinheiro)
Quem vê as simpáticas flores amarelas que compõem a mascagnia pubifora, nome técnico do cipó prata, nem imagina que elas são capazes de provocar morte súbita em dezenas de bois. A toxina da plantinha, que parece inocente à primeira vista, para o coração dos bichos assim que eles começam a se movimentar.
Essa é apenas uma das 28 espécies que compõe o Campo Agrostológico de Mato Grosso do Sul, que fica na Faculdade de Veterinária da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul). “Aqui criamos plantas de interesse pecuário, com potencial de causar prejuízos por intoxicação em rebanhos no estado”, explica Ricardo Antônio Amaral de Lemos, professor de Medicina Veterinária.
Lemos é responsável pelo projeto, o primeiro do Estado e um dos maiores acervos do gênero do Brasil, que começou em 2012. “A ideia é avaliar os componentes tóxicos da planta, averiguar se há mudanças conforme o exemplar é transportado, ou se há uma fase em que elas ficam mais perigosas”, conta Ricardo.
Em época de queimadas, por exemplo, é comum que a vernonia rubricaulis, de folhas finas e flores lilases, esteja mais disponível aos animais. Com todo o mato queimado, ela rebrota e aparece antes das outras. Para piorar, nessa fase ela está mais palatável – ou seja, parece gostosa para os bichos. Mas, uma vez ingerida, apenas 10g são suficientes para matar um boi.
Já a brachiaria, que mais parece um capim e é comum no estado inteiro, causa deformações e até tumores nos rebanhos. A prova viva do efeito poderoso desta espécie está lá mesmo, no jardim. Em um cercadinho vive Guaxo, ovelha de quase 18 anos que teve uma orelha retirada e tem várias sequelas de intoxicação.
“Ele já está tratado, mas ficou com as marcas e tivemos que retirar a orelha por conta do câncer”, conta o professor. Por ser sensível demais, Guaxo chegou ao campus muitos anos atrás para que os pesquisadores descobrissem as razões que fazem alguns animais serem afetados e outros não. “Como gostamos dele, ele ficou aqui”. Apesar da aparência, Guaxo vive a terceira idade bem, só não pode pegar muito sol.
Utilidade pública - O jardim recebe visitas de produtores, escolas agrícolas e até de outras universidades. Ao descobrir como se comportam os venenos de cada planta, fica mais fácil de combater o problema. “É possível, por exemplo, desenvolver resistência nos animais a alguns componentes através dos micro-organismos do rumem do próprio bovino”, detalha.
Sem contar que o produtor agrícola pode economizar tanto em cabeças quanto no gasto com herbicidas. “Geralmente, as intoxicações são reflexo ou de desequilíbrios ecológicos ou da alimentação do rebanho”, destaca Ricardo. “E o produtor acaba investindo em herbicidas, medida que acaba sendo cara e ineficiente pois não resolve o problema, que tende a reaparecer”.
"Muitas vezes também os sintomas da intoxicação são pouco definidos e as pessoas confundem com raiva e outras doenças", aponta. Por isso, mais importante do que matar as brotações indesejadas é controlar as causas por trás da proliferação. 

Findo o projeto original, Ricardo mantém os exemplares ali e o arsenal segue crescendo. Agora, há também plantas mais vistas no cenário urbano, como a espada-de-são-jorge e a mamona. “Algumas delas, apesar de serem usadas para fazer chá e até espeto para churrasco, como a espirradeira, são tóxicas para humanos”, finaliza o professor.