sábado, 23 de fevereiro de 2013

Divulgado resultado do processo seletivo para estágios não obrigatórios 2013 no CIAVE


A Escola Estadual de Saúde Pública (EESP) divulgou ontem, sexta-feira (22/02), o resultado do processo seletivo para estágios não obrigatórios 2013 em órgão da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), entre eles o Centro de Informações Antiveneno (Ciave).

Para a confecção do Termo de Compromisso, todos os candidatos aprovados deverão preencher formulário online disponível no site da EESP até o dia 01/03/2013. Antes do seu preenchimento, ler atentamente as orientações na tela inicial do formulário. Os campos referentes à Instituição de Ensino (razão social, endereço, CEP, telefone, nome do diretor e professor responsável pelo estágio) deverão ser obtidos junto às respectivas Instituições de Ensino Superior, através das coordenações dos cursos. 

Os candidatos que não possuem Carteira de Trabalho (CTPS) devem providenciar a sua confecção com a máxima urgência, a fim de obterem o documento a tempo de sua contratação. Ainda que não possuam o número da referida carteira (só obtido no recebimento da mesma), devem enviar o formulário solicitado preenchido dentro do prazo estabelecido. 

A contratação ocorrerá mediante o cumprimento dos pré-requisitos descritos no Edital nº 04/2012. Caso o candidato não atenda às prerrogativas será desclassificado, sendo convocado o candidato subsequente, conforme ordem de classificação.

Todos os candidatos deverão participar, obrigatoriamente, das Oficinas de Acolhimento. As datas das oficinas, bem como o cronograma de contratação, serão divulgadas no site da EESP, posteriormente. Os candidatos deverão acompanhar atentamente o site da escola quanto às referidas publicações.

No momento da contratação os candidatos deverão apresentar os seguintes documentos:

- Cópia do comprovante de matrícula no curso (atual);
- Cópia de comprovante de endereço (atual);
- Cópia do RG;
- Cópia do CPF;
- Cópia do Título de Eleitor;
- Cópia da Carteira de Reservista (para os homens);
- Carteira de Trabalho (original);
- Número de conta corrente e de agência do Banco do Brasil.

Fonte: Ciave e EESP. Leia mais.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O Risco da Mistura de Energéticos com Álcool


A prática cada vez mais comum de associação de bebidas alcoólicas e energéticas é bastante perigosa para jovens e adolescentes, principalmente em períodos festivos como o Carnaval. A maior preocupação é que este tipo de associação pode levar a um estado de “embriaguez desperta”, na qual a cafeína mascara a sensação de embriaguez sem reduzir os prejuízos causados por essa intoxicação.

Palpitação forte, tontura, mal-estar, sudorese, e principalmente dor no peito e desmaio são sinais de alerta importantes após a ingestão da mistura. O cardiologista Leandro Echenique, do Hospital Albert Einstein e da Unifesp, lembra que a combinação de energéticos com bebidas alcoólicas potencializa o risco de arritmia cardíaca: “Essa mistura pode ser perigosa. O rótulo informa que algumas populações são de risco, como crianças, idosos, gestantes e portadores de algumas enfermidades. Para o coração, há risco, pelo fato de ambas as substâncias poderem causar arritmia. O coração acelera ou bate de forma irregular”.

É importante lembrar que, em relação ao homem, a mulher tem um terço da capacidade de absorver o álcool. Por isso, os efeitos de intoxicação são mais rápidos no sexo feminino.

Em artigo publicado em janeiro deste ano, no Journal of American Medical Association (JAMA), Dr. Howland e colegas destacaram o escopo do problema das bebidas alcoólicas e cafeinadas, sugerindo áreas de investigação que podem ajudar a resolver a questão.

"O mercado de bebidas energéticas é uma indústria multibilionária que atinge adolescentes e jovens adultos", afirmam os autores. Estima-se que, atualmente, 31% dos adolescentes e jovens e até 51% dos adultos jovens de 18 a 21 anos de idade consumam regularmente bebidas energéticas.

Um levantamento entre adolescentes, nos Estados Unidos, encontrou que 76% usam bebidas energéticas para aumentar a energia e atenção. Outra pesquisa de estudantes universitários mostrou que 67% usam bebidas energéticas devido à falta de sono, 65% utilizam para obter energia e 54% as ingerem com álcool quando há festa. Dezessete por cento dos entrevistados disseram que usam bebidas energéticas para combater a ressaca, apesar de qualquer evidência de que a prática funcione.

Dependendo da marca, as bebidas energéticas contêm estimulantes diversos, principalmente a cafeína, mas também guaranina taurina, açúcar e derivados. Das 577 bebidas cafeinadas listadas no site Energy Fiend (EUA) em 2008, pelo menos 130 continham mais do que o limite de 0,02% de cafeína permitido pela agência americana Food and Drug Administration (FDA), segundo os investigadores.

A combinação de bebidas energéticas com álcool se tornou popular quando os comerciantes alimentaram a idéia de que as bebidas energéticas neutralizam os efeitos sedativos do álcool e do prejuízo relacionado, permitindo aos indivíduos continuar a beber mais.

"Embora evidências continuam a mostrar que ingerir bebidas alcoólicas e cafeinadas é um negócio arriscado, até o momento, as consequências à saúde não são bem compreendidas", diz Dr. Howland.

No artigo, os pesquisadores citam um estudo que descobriu que freqüentadores de um bar que consumiram bebidas cafeinadas alcoólicas foram três vezes mais propensos a deixarem o bar altamente embriagados em comparação com aqueles que consumiam álcool sem cafeína. Eles também foram quatro vezes mais propensos a dizer que pretendiam pegar o volante depois de sair do bar.

Outro estudo descobriu que os estudantes que consumiram bebidas alcoólicas e cafeinadas tinham aproximadamente o dobro do risco de sofrer ou cometer agressão sexual, andar com um motorista embriagado, ter um acidente relacionados com o álcool ou necessitar de atendimento médico.

Mas, apesar dos estudos descritivos que revelam os efeitos nocivos do álcool e da associação entre bebidas alcoólicas e cafeinadas, “pouco se sabe sobre os mecanismos subjacentes a estes riscos", disse o Dr. Howland.

Ele enfatiza que não tem conhecimento de quaisquer estudos que tenham sido conduzidos para este olhar. "Existem várias hipóteses que são perfeitamente razoáveis, mas elas não foram testadas": "será que ingerir bebida alcoólica com cafeína significa que você bebe mais porque a cafeína pára a sensação de sonolência ou as conseqüências fisiológicas habituais do álcool?”

"É razoável pensar que a cafeína o mantêm mais alerta e distorce a sua percepção de quanto você está intoxicados e então você bebe mais, mas nós realmente não sabemos e devemos fazer a pesquisa para descobrir", disse o Dr. Howland.

Ele acrescentou que seu grupo de pesquisa está buscando financiamento para realizar estudos para responder a muitas destas perguntas.

Fonte: Ciave. Leia mais.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O Ciave Funcionará em Esquema Especial Durante o Carnaval


Assim como outras unidades da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), visando garantir o atendimento necessário aos foliões, o Centro de Informações Antiveneno (Ciave) desenvolverá um esquema especial para os dias de Carnaval.

O Ciave, localizado no térreo do Hospital Geral Roberto Santos, no bairro do Cabula, funciona em regime de plantão ininterrupto e realiza atendimento presencial aos pacientes intoxicados por diferentes agentes como drogas de abuso (álcool, cocaína, maconha, ecstasy, etc.), medicamentos, associações de drogas e bebidas de composição tóxica, como o chamado “príncipe maluco”, entre outros. Além disso, disponibiliza orientação toxicológica a profissionais de hospitais públicos e privados e à população em geral acerca de medidas preventivas e primeiros socorros em casos de intoxicações através do número 3387-4343.

Fonte: Ciave. Leia mais.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A Toxicologia no Incêndio em Santa Maria (RS)


Mais um incêndio no país e, desta vez, com um número assustador de vítimas. O incidente ocorreu há, exatamente, uma semana na boate Kiss, na Cidade de Santa Maria (RS). Na noite do último sábado, 02/02, o número de mortos decorrente do incêndio subiu para 237. Encontram-se ainda hospitalizados 113 feridos, dos quais, segundo boletim oficial, 73 estão em estado grave e internados em unidades de terapia intensiva.

O fato traz à tona, em todo o país, a discussão sobre a segurança em locais de eventos, como as boates. Analisando-se a questão sob o ponto de vista toxicológico, outras questões devem ser observadas: os profissionais de saúde que atuam em emergências tem conhecimento em Toxicologia para identificar e tratar adequadamente vítimas de intoxicação? Dispõe o país de antídotos para tratar vítimas de grandes incidentes químicos?

Não podemos esquecer que os incêndios apresentam, também, a sua relevância do ponto de vista toxicológico. Não só para a população em geral e para os profissionais de saúde, mas também para os profissionais que combatem o fogo.

O farmacêutico-bioquímico Jucelino Nery, coordenador de apoio diagnóstico e terapêutico do Centro de Informações Antiveneno da Bahia – Ciave, ressalta que para o manejo adequado de um paciente intoxicado, é importante consultar os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATs), como o Ciave, os quais são serviços são especializados em reconhecer e orientar o tratamento das intoxicações, baseado nas evidências disponíveis, evitando o emprego de tratamentos inefetivos, contraindicados ou tardios.

“A fumaça é uma mistura complexa constituída de ar quente, partículas sólidas e líquidas em suspensão, além de gases tóxicos, o que a torna extremamente perigosa”, complementa o farmacêutico. Enfatiza, ainda, que estes gases tóxicos liberados em incêndio dependem, em grande parte, do tipo de material que é queimado. Dependendo da sua concentração, a morte poderá ocorrer por asfixia simples e/ou por asfixia química (intoxicação).

Mesmo as pessoas que escapam com vida de um incêndio ainda sofrem riscos após o incidente, em virtude da ação dos produtos da combustão do tipo física (calor), químicas (intoxicação) e mecânica (pneumonite por aspiração de partículas sólidas e líquidas).


As substâncias tóxicas liberadas nos ambientes incendiados podem ter origem em produtos secundários formados logo após os produtos da queima terem sido gerados. Essas substâncias permanecem ativas quimicamente, mesmo depois das chamas terem sido apagadas e por um longo tempo que só depende das condições locais de ventilação, seja ela natural ou artificial. Elas podem agir sobre o sistema respiratório através de três diferentes mecanismos:

- irritação: por lesão dos tecidos decorrente de alterações do pH, por efeitos tóxicos específicos ou por reações químicas inespecíficas. É o caso do ácido clorídrico (cloreto de hidrogênio, HCl), óxido nítrico (monóxido de nitrogênio, NO), metanol, dióxido de nitrogênio (NO2), amônia (nitreto de hidrogênio, NH3), sulfeto de hidrogênio(H2S), dióxido de enxofre (SO2) e ácido cianídrico (cianeto de hidrogênio, HCN). A irritação provoca uma inflamação nas membranas das mucosas das vias aéreas e dos olhos;
- asfixia: através do deslocamento do oxigênio (asfixia física) por outras substâncias ou pela ação sobre o metabolismo celular através do monóxido de carbono (CO), H2S e HCN, entre outros, levando a uma intoxicação (asfixia química);
- queimadura – decorrente do efeito térmico proveniente das altas temperaturas dos gases, vapores, fumos, gotículas e material particulado em suspensão no ar.

“No caso específico de Santa Maria, além da liberação de monóxido de carbono (CO), houve a produção de gás cianeto, altamente tóxico, resultante da combustão da espuma de poliuretano usada no isolamento acústico do teto da boate e que, possivelmente, foi o responsável pela morte de grande parte das vítimas do incêndio”, afirmou Jucelino.

O cianeto de hidrogênio é liberado da combustão de materiais ricos em nitrogênio como o poliuretano, nylon, certos plásticos e resinas, lã e seda. Apresenta alta mobilidade e capacidade de penetração em substâncias ou materiais porosos, como paredes e muros, por possuir baixo peso molecular. Os efeitos da intoxicação do HCN nas fases iniciais se distinguem do CO, embora apresentem similaridade nos efeitos finais. Enquanto o processo inicial de intoxicação do CO tende a ser lenta, a intoxicação por HCN é rápida e severa.

A inalação do gás cianeto produz sintomas que surgem muito rapidamente e a sua severidade está diretamente relacionada com a sua concentração no ambiente. Quando absorvido, liga-se à enzima citocromo-oxidase inibindo a fosforilação oxidativa, metabolismo aeróbico e respiração celular. As vítimas expostas ao cianeto podem desenvolver tontura, confusão mental, ansiedade, respiração excessivamente acelerada (taquipnéia), taquicardia, além de outros sintoma, podendo evoluir para óbito.

Para tratamento da intoxicação cianídrica existem algumas alternativas: o edetato dicobáltico (Kelocyanor®), o 4-dimetilaminofenol (4-DMAP), o kit anti-cianeto (formado pelas soluções nitrito de amila, nitrito de sódio e tiossulfato de sódio) e a hidroxicobalamina.

Os Estados Unidos doou 140 kits do medicamento injetável hidroxicobalamina, que chegaram no último sábado, para o tratamento das vítimas sobreviventes do incêndio na boate Kiss (RS) e que seriam distribuídos entre os hospitais de Porto Alegre e Santa Maria. Entretanto, vale lembrar que o efeito do cianeto é muito rápido e o tratamento específico deve ser o mais precoce possível. Assim, em função do tempo decorrido, a antidototerapia não mais estaria indicada.

Segundo Jucelino Nery, há uma grande dificuldade na obtenção de antídotos no país decorrentes de problemas de ordem científica, econômica, administrativa e política. Só para exemplificar, dos antídotos citados, os dois primeiros não são disponibilizados no mercado nacional, o kit anti-cianeto só se consegue obter através de poucas farmácias de manipulação (nenhuma na região nordeste) e a hidroxicobalamina (vitamina B12) só era disponibilizada no mercado em uma concentração muito inferior àquela utilizada como antídoto na intoxicação por cianeto, não mais estando disponível porque o laboratório que importava o princípio ativo para a produção do medicamento parou de fazê-lo.

Fica evidente a necessidade de se implementar os bancos de antídotos existentes nos centros de assistência toxicológica, garantindo a existência de estoques contingenciados para grandes desastres. Além disso, é preciso criar uma rede nacional de distribuição de antídotos para garantir a sua obtenção, visto que muitos destes produtos só estão disponíveis no mercado internacional e, em uma eventual necessidade, não haverá tempo hábil de importá-los para poder usá-los na terapia das vítimas dentro do prazo necessária para obter a eficácia desejada.

Fonte: Ciave. Leia mais.