terça-feira, 5 de março de 2019

Ataque de abelhas no circuito do Carnaval: riscos e cuidados

Foliões e ambulantes sofreram ataque de abelhas no circuito Dodô, na Barra, em Salvador, na manhã dessa segunda-feira de Carnaval. Várias pessoas foram picadas, sendo socorridas pelos bombeiros e profissionais do SAMU, sendo algumas delas encaminhadas ao Hospital Geral do Estado (HGE).

As abelhas, assim como os maribondos (vespas) são animais peçonhentos muito comuns e os acidentes com este tipo de animal têm sido cada vez mais frequentes no Estado, podendo levar sérios riscos às vítimas. Segundo o farmacêutico Jucelino Nery, diretor do CIAVE, em 2018 foram registrados na Bahia mais de 1.000 casos (20 só em Salvador), com uma média mensal de mais de 90 acidentes, alguns destes com vítimas fatais. Nesse mesmo ano foram constatados 13 óbitos por este tipo de agravo.

Jucelino adverte que, ao se constatar a presença de um enxame de abelhas ou vespas, não se deve jogar água, pedras nem fazer barulho perto das colmeias. Cores e odores intensos e sons altos as irritam facilmente.

No caso de picadas, proteger o pescoço e o rosto; remover imediatamente os ferrões, pois eles continuam liberando o veneno gradativamente - a sua retirada interrompe esse processo e diminui o risco de agravamento do envenenamento - e procurar o atendimento médico o  mais rápido possível.

A remoção do ferrão deve ser feita pela base de inserção na pele, com auxílio de uma pinça de sombrancelha (não usar pinça comum), barbeador, faca afiada ou mesmo unha, de forma que não haja compressão da bolsa (glândula) de veneno que fica presa ao ferrão.

Outra orientação é não passar nada no local, principalmente o alho que provoca queimadura e não tem nenhuma ação contra o veneno. A vítima deve ser conduzida imediatamente a um serviço médico, podendo o CIAVE ser consultado através do número 0800 284 4343 para obtenção de orientações.

As manifestações clínicas podem ser alérgicas (mesmo com uma só picada) e tóxicas (múltiplas picadas). Após uma ferroada, ocorre dor aguda local, que tende a desaparecer espontaneamente em poucos minutos, deixando vermelhidão, prurido e edema por várias horas ou dias. O edema flogístico evolui para enduração local que aumenta de tamanho nas primeiras 24-48 horas, diminuindo gradativamente nos dias subsequentes.

Menos de 10% dos indivíduos que experimentarem grandes reações localizadas apresentarão as reações sistêmicas de anafilaxia, com sintomas de início rápido, onde podem estar presentes sintomas gerais como cefaléia, vertigens, calafrios, agitação psicomotora, sensação de opressão torácica, entre outros, e sintomas localizados em aparelhos e sistemas, como: prurido generalizado, eritema, urticária e angioedema; rinite, dispnéia, edema dos lábios, náuseas, cólicas abdominais ou pélvicas, vômitos e diarréia; hipotensão, palpitações e arritmias cardíacas e outros.

Nos acidentes provocados por ataque múltiplo de abelhas desenvolve-se um quadro tóxico generalizado denominado de Síndrome de Envenenamento, por causa da quantidade de veneno inoculada. Ainda não existe soro disponível para o tratamento do envenenamento por abelha, o que está na fase de teste.

Fonte: Ciave.

Nenhum comentário:

Postar um comentário