quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Ciave alerta para o risco de intoxicação do seu animal de estimação

Festas de fim de ano e período de férias, momentos em que os pets ficam mais próximos dos seus donos e quando muitos destes não resistem à tentação de compartilhar o seu alimento com os animais. Desta ação inocente e carinhosa pode resultar em um grande problema para a saúde dos animais.
Adriana Cavalcante, médica veterinária do Centro Antiveneno da Bahia (CIAVE), centro estadual de referência em Toxicologia, serviço que presta orientação toxicológica para casos humanos e veterinários de intoxicação aguda, alerta que os animais de estimação podem se intoxicar por diferentes substâncias perigosas que temos em nossa casa. Na maioria das vezes, isto ocorre quando ingerem determinados alimentos oferecidos pelos seus proprietários.

Dividir nossa refeição com os animais de estimação pode ser divertido, mas também bastante prejudicial, pois pode provocar transtornos decorrentes de uma intoxicação alimentar. Deve-se ter cuidado redobrado com os alimentos que ficam disponíveis e evitar oferecer restos de comida.

Os problemas decorrentes da intoxicação são inúmeros, muitos deles graves. Alimentos condimentados ou muito gordurosos, por exemplo, podem levar a vômitos e diarreia. Já os chocolates podem causar graves intoxicações, já que os cães possuem grande deficiência em metabolizar os seus componentes – o açúcar e a teobromina (estimulante similar à cafeína encontrado no cacau), podendo levá-los à morte.

Segundo um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Liverpool, publicado no periódico Veterinary Record, a probabilidade de intoxicação por chocolate e seus derivados em cães é quatro vezes maior no Natal do que em um dia normal.

Além do chocolate, algumas frutas secas e castanhas que sobraram das festas de fim de ano podem levar a graves quadros de intoxicações. A uva-passa pode causar lesão renal aguda em cães por conta da ingestão das sementes e a noz macadâmia pode causar paralisia muscular temporária se ingerida em excesso.

Os ossos oferecidos pelos donos como “petiscos” podem levar a uma obstrução intestinal. Já alho e cebola em excesso podem provocar desde anemia, até quadros graves de intoxicação nos cães, devido à dificuldade em digerir esses alimentos.

Os sintomas dependem do tipo de alimento ingerido, mas a maioria dos quadros de intoxicação apresenta sinais agudos dentro de pouco tempo. Os mais comuns são perda de apetite, vômito, apatia, diarreia, dor abdominal e, às vezes, convulsões. Os sinais podem se acentuar e levar a prostração do animal.

Segundo a Dra. Adriana, além dos alimentos, devemos ter cuidados com os cães e gatos expostos à diversidade de produtos químicos existentes em casa como raticidas, produtos de limpeza, medicamentos, etc. Deve-se ficar atento ao aparecimento de alguns dos seguintes sintomas: febre, vômitos, diarreia, perda de apetite, depressão, convulsões, tremores musculares, aumento da salivação, pupilas dilatadas, aumento da frequência cardíaca, problemas de coordenação e falta de ar.

Caso o animal apresente um ou mais desses sintomas e haja a suspeita de contato com um agente químico, deve-se procurar o Médico Veterinário o mais rápido possível, antes que o estado de saúde dele se torne mais grave. O Ciave pode ser contatado pelo profissional para obter orientação quanto ao diagnóstico e tratamento.

O tratamento de intoxicação alimentar inclue medidas sintomáticas, além de soroterapia e muitas vezes de internação para emprego de tratamentos específicos como lavagem gástrica, medicamentos injetáveis e indução ao vômito. Depois de controlados os sintomas mais graves, muitos animais ainda vão para casa recebendo medicamentos via oral por alguns dias.

Fonte: Ciave

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