Diferente do carvão comum, aquele usado para fazer churrascos, o
carvão ativado é conhecido há muito tempo por salvar vidas em caso de
intoxicações. Vendido em cápsulas, ele tem o poder de “sequestrar” o agente
tóxico e eliminá-lo pelas fezes, fazendo com que o corpo não absorva a
substância perigosa. A novidade é que adeptos da dieta detox resolveram usá-lo
com o propósito de desintoxicar o organismo.
A
ideia pode parecer verossímil, mas não é verdade e pode ser muito perigosa.
Segundo o nutrólogo Roberto Navarro, além de não haver estudos que provem
qualquer eficácia do produto para o sucesso da dieta, o carvão ativado pode
impedir a absorção de compostos importantes para o corpo, como as vitaminas e
os minerais, e até impedir a ação de medicamentos. Ou seja, em vez de
ajudar o fígado a mandar as toxinas embora, a pessoa está se desnutrindo e
impedindo que remédios recomendados atuem no organismo.
Mesmo
nos casos de intoxicação, é preciso usar com moderação, explica a nutricionista
Cristiana Almeida Hanashiro, da Beneficência Portuguesa. Em doses
elevadas, o carvão ativado também pode causar vômitos e desidratação. "As
fezes podem ficar pretas, provocar diarreia ou intestino muito preso, e, em
casos menos comuns, inchaço ou dor no estômago", explica Cristiana.
Pelo fato de o carvão ativado ser poroso, ele tem capacidade de
coletar seletivamente gases, líquidos ou impurezas no interior de seus poros.
“O carvão entra, atrai e absorve toxinas e produtos químicos desagradáveis e os
leva para fora do corpo”, detalha Cristiana.
Para
detoxificar basta alimentar-se bem
Navarro explica que cabe ao fígado a tarefa de "detoxificar" o
organismo. Todos os dias as pessoas têm contato com substâncias tóxicas, seja
pela alimentação (como os agrotóxicos), poluição ou outros meios. Essas
substâncias, depois que caem no sangue, são direcionadas ao fígado, órgão
responsável por reconhecer que elas são nocivas e inativar as toxinas, fazendo
com que elas sejam eliminadas no suor, urina ou fezes.
Mas o fígado só consegue exercer sua profissão se tiver o apoio
principalmente dos compostos sulfídricos presentes em vegetais verde escuros
(couve, espinafre, brócolis, entre outros), cebola, alho e cogumelos
comestíveis. Logo, quem não come bem atrapalha seu próprio fígado.
Comer bem, portanto, já é ter uma dieta detox. Bem diferente de como são
popularmente conhecidas as tais dietas detox, que pregam restrições alimentares
mais severas e que podem trazer prejuízos sérios se realizadas por períodos
longos. “A escolha adequada, a variedade e o equilíbrio do consumo dos
alimentos aliado à atividade física pode levar à prevenção de doenças,
manutenção da saúde e qualidade de vida”, resume Cristina. Simples assim.
Fonte:
Saúde /IG. Leia mais.
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