domingo, 30 de julho de 2017

Ciave alerta para o risco na ingestão de algumas sementes

Geralmente, ingerir o caroço ou sementes de algumas frutas não faz mal para a saúde, seja acidentalmente ou não. Segundo os especialistas, alguns oferecem tanto ou mais nutrientes do que a própria polpa. Podemos citar como exemplos o caroço do abacate, o qual possui 70% mais antioxidantes (que combatem o envelhecimento) do que a própria fruta e as sementes da melancia, ricas em vitaminas e sais minerais que ajudam a manter cabelo, unhas e pele saudáveis. Estas sementes devem ser mastigadas ou batidas no liquidificador junto com a polpa para que seus nutrientes sejam absorvidos.

Entretanto, o farmacêutico do Centro de Informações Antiveneno (Ciave), Jucelino Nery, alerta para o cuidado na ingestão de sementes e caroços de frutas. Embora algumas não façam mal quando ingeridas com moderação, outras possuem junto com os nutrientes algumas substâncias que podem ser tóxicas. Por isso, é importante obter informações a respeito dos seus valores nutricionais e também dos riscos à saúde.

Jucelino Nery cita como exemplos as sementes e caroços de pera, maçã, cereja, damasco e pêssego, os quais possuem um composto chamado amigdalina que, em contato com as enzimas do corpo humano libera o cianeto, substância capaz de gerar dor de cabeça, confusão mental, vômitos e até mesmo o óbito. O farmacêutico tranquiliza, informando que ingerir uma ou duas sementes de pera ou maçã não vai fazer mal.

Segundo matéria divulgada pela BBC, um homem sofreu intoxicação por cianeto depois de comer sementes de cereja no dia 17 deste mês, em Lancashire (Reino Unido). Segundo a vítima, a “curiosidade” quase o matou quando ele decidiu morder as sementes, logo em seguida começou a se sentir mal, sendo encaminhado para o hospital.

Segundo o relato, dentro de 20 minutos após comer três sementes, ele sentiu cansaço extremo e teve uma dor de cabeça. A vítima só percebeu o potencial de envenenamento após uma busca on-line, então, ligou para o serviço de emergência. Sua parceira o levou ao Hospital Blackpool Victoria, onde recebeu um antídoto.

Segundo Jucelino, muitas vezes casos semelhantes ocorrem e as pessoas não se dão conta de que sofreram uma intoxicação. Casos assim podem ocorrer também com quem tem o hábito de utilizar a noz moscada com fins terapêuticos, pois esta semente possui uma substância chamada de miristicina, que em grande quantidade (geralmente mais de uma semente) produz séria intoxicação, como em alguns eventos atendidos pelo Centro Antiveneno.

Fonte: Ciave

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