terça-feira, 4 de novembro de 2014

A Toxicovigilância na Bahia é tema de sessão científica

Os sistemas de informação em saúde e a toxicovigilância na Bahia foi o tema da sessão científica do Centro de Informações Antiveneno da Bahia (Ciave) deste mês, mediada pelo farmacêutico Jucelino Nery. 

O evento é realizado mensalmente e tem como objetivo promover a atualização, a integração e a troca de saberes entre os técnicos e estagiários do Centro.
As acadêmicas Gessica Sacramento e Ueslaine Pereira, estagiárias de Farmácia, abordaram sobre a toxicovigilância e os sistemas de informação utilizados pelo Ciave, vigilância essa que consiste em um conjunto de ações que tem como objetivo eliminar ou diminuir as situações que possam comprometer a integridade física, mental e social dos indivíduos expostos às substâncias químicas. Enfatizou-se a sua importância para a saúde pública, ressaltando que o CIAVE, como centro estadual de referência em Toxicologia, tem promovido ações para o controle dos eventos toxicológicos, bem como contribuído para desenvolver e estimular a cultura de toxicovigilância no Estado.
Jucelino Nery ressaltou que, apesar de não se ter instituída oficialmente uma política de toxicovigilância na Bahia, as ações nessa área são desenvolvidas também por outros órgãos como a Diretoria de Vigilância Sanitária (Divisa), a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) e a Diretoria de Vigilância e Atenção à Saúde do Trabalhador (Divast/Cesat), órgãos da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia.
Na abordagem sobre os principais sistemas de informação em saúde utilizados pelo Ciave, as estagiárias Graziely Pinheiro (estagiária de Veterinária), Maria Natália Soares (estagiária de Farmácia) e Marta Moura (estagiária de Enfermagem) falaram sobre o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e apresentaram os dados referentes às notificações das intoxicações por agrotóxicos de uso doméstico, produtos de baixa toxicidade aguda e concentração que visam o controle de pragas urbanas em ambientas domésticos.
De acordo com o Sinan, foram notificados 3.562 intoxicações exógenas ocorridos em 2013, sendo 51 por agrotóxicos de uso doméstico (1,4%). Maria Natália e Marta mostraram que há problemas de qualidade das informações. Jucelino Nery enfatizou que, ao se reavaliar a classificação dos agentes causadores da intoxicação dos casos notificados e corrigindo-se os erros, constata-se que o número deste tipo de agravo sobe para 84 casos (2,4%).
Raissa Matos, estagiária de Farmácia, em sua apresentação sobre o Sistema de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), focou a atual situação do sistema e alertou, também, para a importância de se ter informações com qualidade e confiáveis, de forma que se tenha parâmetros fidedignos para o planejamento e adoção de ações efetivas em saúde pública. Esclareceu para os demais estagiários como funciona o Sinitox e que, em relação à Bahia, o Ciave constitue em sua fonte de informações. Segundo o Centro, em 2013 foram registrados cerca de 7.280 casos (incluindo animais peçonhentos), sendo que 129 (1,8%) foram por causados por agrotóxicos de uso doméstico.
Jucelino reforçou, ainda, que a coleta, análise e o gerenciamento adequado destas informações permitem atuar em todas as áreas da prevenção e gerenciar adequadamente os incidentes envolvendo os agentes tóxicos, considerando sua complexidade, o que implica em ações multidisciplinares e intersetoriais, as quais consistem em intervenções específicas de promoção, prevenção e recuperação da saúde, além das políticas públicas.

A próxima sessão científica do Ciave está agendada para o dia 26/11, às 14 horas, e terá como tema a situação dos agrotóxicos na Bahia.
Fonte: Ciave.

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