quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Incêndio em depósito de fertilizante provoca estado de emergência em São Francisco do Sul-SC

Foto: Arcanjo/Corpo de Bombeiros de SC
Em decorrência do incêndio que começou entre 22h e 23h da noite de terça-feira (24/09) em carga de fertilizante no armazém da empresa Global Logística, em um terminal marítimo localizado na BR-280, em São Francisco do Sul, o governador de Santa Catarina decretou situação de emergência no município.

O local armazena 10 toneladas de nitrato de amônia, cuja oxidação produz uma fumaça densa, que se respirada causa irritação em pele, olhos e vias respiratórias. A Defesa Civil municipal estabeleceu um perímetro de segurança de 800 metros de raio a partir do acidente.

Mais de 200 bombeiros trabalham no combate ao incêndio, que não produz chamas. Foram removidos contêineres ao redor para facilitar o acesso de grandes equipamentos de combate, e ao telhado do galpão. O objetivo é resfriar o produto. "O nitrato de amônia, por si só, é considerado estável. Caso aquecido, pode tornar-se explosivo", explicou na coletiva o gerente de produtos perigosos da Defesa Civil, major dos Bombeiros Geovane Matiuzzi.

De acordo com informações do serviço de comunicação social do Corpo de Bombeiros, pelo menos 70 pessoas tiveram de ser atendidas por respirar a fumaça, sendo liberadas em seguida. Segundo o major Matiuzzi, os efeitos do gás formado no processo de oxidação são parecidos com os do gás lacrimogêneo, por isso não são considerados letais quando inalados. O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Marcos Oliveira, afirmou que o perigo é com a inalação direta e em grande quantidade. "Para evitar contaminação, as pessoas foram retiradas logo no início."

Nas primeiras horas do incêndio, a população assustada começou a deixar a cidade, causando trânsito nas vias internas e na BR-280, que liga São Francisco do Sul a Joinville. O acesso ao município foi bloqueado. A prefeitura recomenda que quem já está fora, não tente voltar enquanto a situação não for resolvida.

A Defesa Civil removeu as famílias dos bairros mais atingidos: Paulas, Iperoba, Reta e Sandra Regina. Cerca de 400 pessoas estão em um abrigo instalado em uma escola estadual que fica na entrada da cidade.

As aulas nas unidades da rede estadual em São Francisco do Sul e nas cidades vizinhas de Garuva e Itapoá foram suspensas até sexta-feira, 27. Os bombeiros ainda atuavam no local, sem previsão de término da operação, até o fim da noite dessa quarta-feira (25/09).

Segundo informação do meteorologista Marcelo Martins, da Epagri/Ciram - empresa que monitora as condições climáticas em Santa Catarina, há uma pequena possibilidade de a fumaça chegar à capital paulista. "As chances são remotas, mas não descartamos", afirma Martins.

A nuvem de fumaça formada na explosão caminha em direção ao norte do Estado a uma velocidade de 25 km/h, devendo atingir a região sul de São Paulo no início da noite da quarta-feira (25/09).

O especialista disse que "grande parte dessa fumaça vai ser levada para o oceano, mas que ainda assim deve sobrar um resquício no continente", principalmente no litoral do Paraná e sul do Estado de São Paulo. No entanto, a maior preocupação é com o período da noite, quando os ventos devem mudar mais uma vez de direção. "Os ventos podem soprar de forma perpendicular à costa, trazendo a fumaça para dentro do continente", alerta Martins.

Se a previsão se confirmar, as cidades de Curitiba (PR) e Joinville (SC) podem ser atingidas. A nuvem de fumaça começou a ser formada por volta das 23h da terça-feira (24), quando iniciou um incêndio em um depósito de fertilizante da empresa Global Logística, no terminal marítimo de São Francisco do Sul.

A fumaça contém nitrato de amônia, disfosfato de amônia e cloreto de potássio, e pode provocar irritação nos olhos, dor de garganta e tontura. A Prefeitura de São Francisco do Sul divulgou uma nota oficial afirmando não haver feridos graves na cidade. Entretanto, cerca de 70 pessoas foram atendidas na rede de saúde do município e 150 famílias foram retiradas de suas casas pela Defesa Civil, para evitar exposição à fumaça.

Fonte. Estadão. Leia mais.

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