segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Produtores são orientados a prevenir doença causada pelo cultivo do fumo

Foto: paranaagronegocio.blogspot.com
O início da colheita do fumo se aproxima e aumenta a preocupação com os casos de intoxicação dos agricultores por nicotina. Com vestimenta apropriada é possível evitar o problema.
A doença da folha verde do tabaco foi oficialmente registrada no Brasil pela primeira vez em 2007, na região fumageira de Arapiraca, em Alagoas. Em 2008 foram identificados casos na região central do Rio Grande do Sul.
A doença é causada por uma intoxicação e atinge os produtores que trabalham na colheita. Os sintomas são dor de cabeça, tontura, vômito, fraqueza e dor abdominal. O médico Jordel Alves é um dos especialistas sobre o assunto no Brasil e explica que a intoxicação acontece por meio da absorção da nicotina presente na folha do tabaco, que tem uma concentração maior.
Mesmo quando não há orvalho, nem chuva, há risco de contaminação porque a colheita acontece nos meses entre a primavera e o verão. Os dias quentes facilitam a transpiração e aí, se o suor entrar em contato com o tabaco, há liberação de nicotina.
Oladi Lúcio Schreder tem uma propriedade de 15 hectares em Vale do Sol, região central do Rio Grande do Sul. Ele não esquece do dia em que a mulher e os filhos ficaram doentes. “Ele sentia ânsia de vômito, tontura, diarreia e tinha pouco apetite”, diz.
Para evitar a doença, Oladi agora usa uma vestimenta que é o único método que impede a intoxicação. A roupa tem calça, blusa, luvas e botas. Todo o material é impermeável, para impedir que a nicotina entre em contato com a pele e a cor é um verde bem claro, para não ficar muito quente para o produtor na hora de fazer a colheita.
Devido aos altos índices da doença, o Sindicato das Indústrias do Tabaco está fazendo um trabalho de conscientização. Eles levam as roupas até as propriedades, que são vendidas a preço de custo, cerca de R$ 25, e também explicam para os produtores a importância de vestir todas as peças.
O uso da roupa de colheita ainda não é obrigatório por lei, mas Oladi já comprou 12 unidades e não deve tirar o uniforme até terminar de colher todo o fumo que está na lavoura. “Tem que usar porque é preventivo, para não adoecer e acontecer o mal estar. Na minha opinião tem que usar, queira ou não queira”, diz.
Fonte: Globo Rural.

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