segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Riscos dos Medicamentos "Naturais" para Emagrecimento

Com a chegada do verão, as pessoas procuram melhorar o seu visual, seja através do vestuário, seja através da estética. Para isto, algumas buscam perder os quilinhos a mais através de uma alimentação balanceada e exercícios. Outros, recorrem ao uso de medicamentos que prometem milagres e que são vendidos sem receita médica em farmácias e pela internet.

Neste domingo (19/12), o programa Fantástico (Rede Globo) trouxe à tona a problemática dos medicamentos ditos naturais utilizados para emagrecimento. Alguns destes não possuem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), tendo, desta forma, a sua venda ilegal no país.

A matéria do Fantástico mostrou o medicamento vendido como um produto natural denominado de Divine Shen, vendido sem receita médica em farmácias e de grande procura pelos clientes para emagrecimento.

De acordo com a reportagem, há um mês a promotoria criminal de São Paulo recebeu uma denúncia anônima. De acordo com o documento, a fórmula do produto em questão era diferente da declarada na embalagem.

Três amostras foram compradas em pontos diferentes da capital e analisadas pelo Instituto de Criminalística de São Paulo. De acordo com os resultados, as três amostras apresentaram em sua composição a sibutramina, uma droga sintética utilizada no tratamento da obesidade, de comercialização controlada (tarja preta) com a venda sob apresentação e retenção de prescrição médica.

A sibutramina, de acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), possui efeitos colaterais sérios, principalmente para pessoas com doença cardiovascular, incluindo coronariopatias, acidente vascular cerebral ou isquemia transitória, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca congestiva, doença arterial periférica e hipertensão arterial.

Ainda conforme a reportagem, o Ministério Público encaminhou os laudos para a Policia Federal e para ANVISA. “A comercialização de substâncias adulteradas dentro do sistema de saúde publica é mais grave do que o tráfico de cocaína, que o tráfico de crack, que o trafico de maconha. Nós vamos contar a partir de agora com apoio da própria vigilância sanitária porque esse produto precisa ser imediatamente retido, retirado do mercado”, garantiu o promotor José Reinaldo Carneiro.

“Com esses laudos em mãos, nós vamos fazer a interdição cautelar do produto em todo território nacional, vamos abrir um processo administrativo, fazer uma análise fiscal e, dependendo do resultado encontrado nessa análise fiscal, o produto pode ser proibido. A importação do produto ou até mesmo o registro do produto”, explica Antônia Aquino, gerente de produtos especiais da ANVISA.

Assim como o Divine Shen, outros produtos tem sido comercializados irregularmente. Um exemplo é a Caralluma, que é extraída de um cacto de origem indiana. O produto ajudaria a reduzir o apetite e acelerar a queima de gordura, entretanto, não existem estudos científicos que comprovem essas alegações. Este produto é comercializado como isento de efeitos colaterais e não possui registro na ANVISA.

Vale ressaltar a afirmação do Dr. Márcio Mancini, presidente do departamento de obesidade da SBEM e presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO): “nenhum suplemento, nenhum remédio vendido como natural serve para acelerar um emagrecimento. Produtos naturais para emagrecer, ainda não foi inventado nenhum que realmente funcione”.

“A ANVISA não recomenda a utilização de medicamentos que não tiveram a sua eficácia e segurança comprovadas, exatamente por nós não sabermos os males que esse medicamento pode trazer”, reforça Monica da Luz Soares, gerente de tecnologia farmacêutica da ANVISA.

Fonte: CIAVE. Leia mais.

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