Carnes
envenenadas nas ruas e dentro das casas. Este é o cenário que assusta, há mais
de um mês, moradores da cidade de Rio Paranaíba, na região do Alto
Paranaíba. A Polícia Civil investiga o caso e estima que cerca de 150 cães e
gatos já morreram envenenados no munícipio. A cidade tem pouco mais de 11 mil
habitantes, e parte está empenhada em resolver o mistério e chegar aos autores,
estes que a população já considera como verdadeiros “monstros”.
O
número, desde então, subiu consideravelmente. Até uma recompensa no valor de R$
2 mil chegou a ser oferecida para quem encontrar o suspeito.
Segundo
o investigador da Polícia Civil, Fabrício Martins Ribeiro Silva, a polícia está
empenhada com a causa e desde o início dos envenenamentos vem fazendo
rastreamentos, até mesmo no período da noite, em várias partes da cidade. Cerca
de dez pessoas estão envolvidas na ação.
Ainda
de acordo com Fabrício Martins, a polícia acredita que os envenenamentos são
realizados por mais de uma pessoa e que deve haver um mandante por trás dos
crimes. “Estamos fazendo análise de imagens das câmeras de segurança e
esperamos chegar aos culpados o mais rápido possível. É preciso que a população
ajude a polícia repassando qualquer informação que possa levar à conclusão dos
fatos”, explicou.
Durante
as investigações e após algumas denúncias foram expedidos alguns mandados de
busca e apreensão, mas nos locais nada foi encontrado e ninguém foi preso.
Na
última semana, o veneno utilizado pelos criminosos apresentou ser mais forte e
poucos animais conseguiram escapar da morte após ingerí-lo. Pedaços de carnes
envenenadas foram recolhidos e enviados para a perícia da Polícia Civil.
A
Secretaria do Meio Ambiente também disse estar empenhada para resolver a
situação. O secretário Jader Rocha afirmou que a Prefeitura está dando todo o
apoio e contribuindo com as investigações da polícia. Ele também salientou que
os servidores que trabalham com a limpeza e com a guarda noturna na cidade estão
atentos em qualquer atitude suspeita.
Sobre
o destino que é dado aos animais mortos, o secretário informou que o Município
terceirizou um caminhão para recolhimento dos animais, que estão sendo
enterrados numa
Apesar
do empenho dos órgãos, a situação para muitos já fugiu do controle. O
zootecnista Miller Mendes contou com o G1 que desde que a onda de envenenamentos
começou na cidade ele já atendeu, de forma voluntária, mais de 300 animais de
estimação. Os gastos de Miller já ultrapassam R$ 700, mas o amor pelos bichos é
o que o motiva a continuar e tentar salvar vidas. “Muitas vezes deixo o meu
trabalho no Pet Shop e corro para ajudar os animais envenenados. Meu
psicológico já está abalado com tanta covardia”, desabafou.
Segundo
o zootecnista, os envenenamentos pararam por uns dias, mas essa semana voltou
com força total. No início, Miller contou que o veneno utilizado pelos
criminosos parecia ser o Temik, conhecido por chumbinho. Já nas últimas mortes,
o zootecnista notou que a salivação dos animais estava mais branca e as
convulsões mais frequentes. “Não é possível afirmar, mas parece que o veneno
desta vez é mais forte e está cada dia mais difícil salvar os animais”.
O
produto estava sendo colocado em carne moída, carne de porco, pão de queijo e
até em bolachas recheadas, mas na última semana o veneno foi encontrado em
carnes nobres. “Está vergonhosa essa situação. Não vemos mais tantos animais
nas ruas. Se tiver 20 cachorros é muito. Se a situação continuar, em 30 dias
não teremos mais animais nas ruas. Não sei mais o que pensar.”, ressaltou.
Em
um dos atendimentos, o zootecnista conseguiu salvar uma cachorrinha de rua e
este foi um dos fatos que marcou a vida do profissional. “Ela já estava quase
morta. Tratei dela, levei-a para tomar soro e até fiz comida. Ela não mexia nem
o olho e essa semana, por milagre, ela deu cria. Xena e os filhotinhos me
fizeram sentir melhor diante da tristeza que nos tem envolvido. Acabei
adotando-os”, relatou emocionado.
A
polêmica já invadiu as redes sociais com direito a recompensa. Na página do grupo
da Associação dos Defensores e Amigos do Meio Ambiente (ADAMA) está sendo realizada uma campanha para
arrecadação de dinheiro.
Claudiane
Carvalho faz parte do Conselho Deliberativo da ADAMA e, de acordo com ela,
foram espalhados cartazes por toda a cidade com a recompensa de R$ 2 mil para
quem denunciasse o autor ou os autores dos envenenamentos dos cães e gatos de Rio Paranaíba. “Esta é uma situação complicada. Mais de 20 pessoas
já ajudaram com dinheiro. Arrecadamos até o momento R$ 1,1 mil, mas temos um
doador que se comprometeu a completar o valor da recompensa a qualquer momento
caso o assassino de animais seja denunciado”, contou.
Segundo
Claudiane, a recompensa surgiu como objetivo de incentivar as pessoas a fazerem
uma vigilância maior para que o mistério seja solucionado.
Fonte: G1. Leia mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário